por OLAVO BILAC
Poeta botafoguense nascido para o Club de Regatas
Botafogo
Quantas vezes, em
sonho, as asas da saudade
Solto para onde
estás, e fico de ti perto!
Como, depois do
sonho, é triste a realidade!
Como tudo, sem ti,
fica depois deserto!
Sonho... Minha alma
voa. O ar gorjeia e soluça.
Noite... A amplidão se
estende, iluminada e calma:
De cada estrela de
ouro um anjo se debruça,
E abre o olhar
espantado, ao ver passar minha alma.
Há por tudo a alegria
e o rumor de um noivado.
Em torno a cada ninho
anda bailando uma asa.
E, como sobre um
leito um alvo cortinado,
Alva, a luz do luar
cai sobre a tua casa.
Porém, subitamente,
um relâmpago corta
Todo o espaço... O
rumor de um salmo se levanta
E, sorrindo, serena,
apareces à porta,
Como numa moldura a
imagem de uma Santa...
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