por OLAVO BILAC
Poeta botafoguense nascido para o Club de Regatas
Botafogo
Última flor do Lácio,
inculta e bela,
És, a um tempo,
esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na
ganga impura
A bruta mina entre os
cascalhos vela
Amo-te assim,
desconhecida e obscura
Tuba de algo clangor,
lira singela,
Que tens o trom e o
silvo da procela,
E o arrolo da saudade
e da ternura!
Amo o teu viço
agreste e o teu aroma
De virgens selvas e
de oceano largo!
Amo-te, ó rude e
doloroso idioma,
Em que da voz materna
ouvi: "meu filho!",
E em que Camões
chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e
o amor sem brilho!
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