por VINICIUS DE
MORAES
Poeta
botafoguense nascido para o Botafogo Football Club
Ó
minha amada
Que
olhos os teus
São
cais noturnos
Cheios
de adeus
São
docas mansas
Trilhando
luzes
Que
brilham longe
Longe
nos breus…
Ó
minha amada
Que
olhos os teus
Quanto
mistério
Nos
olhos teus
Quantos
saveiros
Quantos
navios
Quantos
naufrágios
Nos
olhos teus…
Ó
minha amada
Que
olhos os teus
Se
Deus houvera
Fizera-os
Deus
Pois
não os fizera
Quem
não soubera
Que
há muitas eras
Nos
olhos teus.
Ah,
minha amada
De
olhos ateus
Cria
a esperança
Nos
olhos meus
De
verem um dia
O
olhar mendigo
Da
poesia
Nos
olhos teus.
NOTA: Final da série de poemas de Vinicius de Moraes,
fervoroso adepto do Botafogo Football Club que prestigiou o desporto carioca desde
1904, antes de o Clube se fundir com o CRB em 1942 e originar o BFR. Segue-se a
série de dez poemas de Augusto Frederico Schmidt, ideólogo da fusão com o BFC e co-fundador do Glorioso Botafogo de Futebol e Regatas, do qual se tornou
vice-presidente.
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