por AUGUSTO
FREDERICO SCHMIDT
Poeta
botafoguense nascido para o Botafogo de Futebol e Regatas
O Galo Branco adormeceu.
A noite em flor palpita.
O sopro da terra traz
O cheiro dos vergéis
E a exalação da vida,
Que faz crescer e mover-se
A cega natureza.
O Galo Branco adormeceu.
E as estrelas
no céu amadurecem.
A luz se
debruça sobre as campinas,
Sobre as águas
nascendo
E o sobre o mar
quieto e lívido.
O Galo Branco
adormeceu.
O vento antigo
Afaga a sua
crista de sangue.
Seu corpo
claro, imóvel,
Repousa no seio
do tempo.
O Galo Branco
adormeceu.
Sua voz
vermelha
Está fechada no
sono.
Sua voz
guerreira
Está cativa à
espera
Das luzes
primeiras da aurora.
O Galo Branco
adormeceu
E nos rosais vão-se abrindo
As asas das rosas.
Os lírios tímidos oferecem
Ao noturno mistério
Os corpos virginais.
O Galo Branco adormeceu.
É a hora em que os sonhos
Caminham livres entre vapores.
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