Não tenho nenhuma vontade de
escrever sobre a pelada que ontem teve lugar no Estádio Nilton Santos. Creio
que todos nós estamos cada vez mais distantes desta diretoria incapaz, que se
afigura ao mesmo nível de ridículo das diretorias de Assumpção, e da própria
equipe de futebol e comissão técnica, uns desleixados e outros incapazes.
Ainda assim, umas notas
breves.
O trabalho de Zé Ricardo é
uma verdadeira nódoa e isso parece que só não é visível dentro do Botafogo,
porque de fora todos já vimos que a comissão técnica é péssima. O gol do
Juventude, feito por um sujeito completamente em liberdade dentro da área num
raio de pelo menos metro e meio, mostra bem como a montagem de uma defesa bem
posicionada é nula. Um meio campo lento, incapaz de criar e de lançar bolas em
profundidade, resultando no chutão para a frente, mais uma vez sem qualquer
tipo de padrão de jogo. O ataque… ah, o ataque! Kieza é o craque de Zé Ricardo
e está tudo dito.
Ademais, a liderança do treinador
não existe. João Paulo, após ser agredido e podermos ficar em vantagem
numérica, decidiu agredir outro adversário e foi expulso. Fazem o que querem em
campo, sem nenhum controlo profissional sobre as emoçõezinhas de cada qual.
Punido pelo clube e bem punido mostraria a todos como se devem comportar em
campo. Mas João Paulo não será punido severamente por coisa alguma. O Botafogo
nunca pune ninguém nem impõe disciplina, excepto execrar a torcida
atribuindo-lhe culpas que não tem.
Vale dizer, ainda, que os
insucessos são normalmente associados ao mau estado de campo adversário, ao
azar, à falta de tempo de treino, à falta de torcida... E quando a torcida
responde e se apresenta em mais de 21.000 espectadores, eis que fazem uma verdadeira
pelada numa competição tão importante, desrespeitando toda a torcida
botafoguense. Mas, claro, a próxima derrota será atribuída à falta de torcida,
cansada destes sujeitos profissionalmente incompetentes, ineptos para vestirem
a Camisa Gloriosa ou para dirigirem tecnicamente a equipe – já para não falar
do profundo desconhecimento do presidente e do vice-presidente sobre como
dirigir um clube desportivo.
Em outras ocasiões o
Botafogo atribui muitas vezes o insucesso ao cansaço, por os jogadores não terem
tempo para treinar e descansar entre jogos. Porém, agora, dez dias depois da
última partida, a situação foi diferente. Tendo tantos dias para treinar, os
jogadores treinaram tão a fundo e tão afincadamente que acabaram por entram em
campo cansados dos… treinos!
A vaia prolongada foi bem
merecida. A torcida sempre se desdobrou em aplausos, mas isto – concordo –
merece uma expressão forte da torcida – a VAIA!
Zé Ricardo diz compreender a
vaia, mas que “temos que seguir as nossas convicções, não tem outro jeito.
Temos uma comissão, trocamos muitas ideias, treinamos pra caramba e buscamos
sempre a melhor solução”.
Cabe dizer a Zé Ricardo que
guarde as suas convicções para o próximo clube que afundará tecnicamente; que
nos cite – por curiosidade – pelo menos uma ideia válida das trocadas na
comissão técnica, porque não conhecemos nenhuma ideia de jogo desta equipe; que
dê um exemplo de uma jogada ensaiada durante os treinos, porque não se
vislumbra nenhuma; e, finalmente, que nos presenteie com a melhor solução –
arrume outro clube e saia pelo seu pé como fez Ricardo Gomes outrora.
FICHA TÉCNICA
Botafogo 1x1 Juventude
» Gols: Erik, aos 50’ (pen) (Botafogo); Paulo
Sérgio, aos 19’ (Juventude)
» Data: 04.04.2019
» Local: Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro
(RJ)
» Público: 21.839 espectadores
» Renda: R$ 489,982.00
» Árbitro: Flavio Rodrigues de Souza (SP); Auxiliares: Alex Ang
Ribeiro (SP) e Miguel Cataneo Ribeiro da Costa (SP)
» Disciplina: cartão amarelo - Jonathan, Marcelo
Benevenuto, Gustavo Bochecha (Botafogo) e Rafael Jataí, Marcelo Carné, Moisés
Gaúcho (Juventude); cartão vermelho - João Paulo (Botafogo) e Paulo Sérgio (Juventude)
» Botafogo: Gatito Fernández; Marcinho (Luiz Fernando),
Marcelo Benevenuto (Gustavo Bochecha), Gabriel e Jonathan; Alex Santana, Cícero
e João Paulo; Erik, Rodrigo Pimpão (Kieza) e Diego Souza. Técnico: Zé Ricardo.
» Juventude: Marcelo Carné; Vidal, Sidimar, Genílson e
Eltinho; Moisés Gaúcho (Bruno Camilo), Rafael Jataí, Lennon (Breno), Denner (Aprile)
e Dalberto; Paulo Sérgio. Técnico:
Marquinhos Santos.
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