Restaurado, abrigará artes,
gastronomia e laboratório. Crédito: Tânia
Rêgo/Agência Brasil
por MARIO TOLEDO
Repórter da Agência
Brasil Rio de Janeiro
Botafogo é um bairro na zona sul do Rio de Janeiro que
procura preservar seus casarões antigos. É lá que ficam construções onde
funcionam atrações culturais como a Casa de Rui Barbosa, os museus do Índio e
Villa Lobos e o Palácio do Catete. E ainda o Palácio da Cidade, sede da
prefeitura da cidade. A eles se junta, a partir de hoje [03.08.2018], a
Casa Firjan, uma área de 10 mil metros quadrados onde estão um palacete e duas
casas geminadas, todos de 1906, e que fazem parte do patrimônio histórico e cultural
do Rio de Janeiro.
“É uma ruptura. É preciso ter essa conversa com a
sociedade. E o Rio de Janeiro conversa com o Brasil”, disse o presidente da
Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugênio Gouvêa
Vieira, sobre o novo empreendimento.
A conversa com a sociedade é proposta no modelo do
complexo cultural, voltado principalmente para a inovação, o empreendedorismo e
o momento atual do mercado mundial de profissões. Segundo o Fórum Econômico
Mundial de 2016, 30% das profissões atuais não existiam há 10 anos e 65% das
crianças que entram hoje na escola vão trabalhar em profissões que ainda não
existem.
A Casa Firjan vai abrigar exposições, música, cinema,
restaurante, café, palestras, debates, cursos livres e laboratórios técnicos. A
expectativa é de um público anual de 200 mil pessoas, que também poderá
aproveitar os salões para recepções e reuniões e o terraço principal, ideal
para happy hours.
Em estilo art
nouveau, as três construções começaram a ser restauradas em 2011 e contam
um pedaço da história da cidade. Foi construída por Eduardo Pallasim Guinle,
fundador da Companhia Docas de Santos e avô de Octavio Guinle, que construiu o
Copacabana Palace. O patriarca dos Guinle no Brasil deu o palacete para a sua
filha, Celina, que morou lá com o marido, Linneo de Paula Machado e seus quatro
filhos. A propriedade ficou com a família até 2005.
Junto às três construções centenárias, foi erguido um
prédio em estilo contemporâneo, onde funcionarão os laboratórios da Firjan,
voltados principalmente para a inovação. O projeto ganhou o segundo lugar do
Prêmio Saint-Gobain de Arquitetura por suas características de sustentabilidade
e harmonia com o patrimônio histórico.
A exposição inaugural chama-se “Transformação” e ocupa
três áreas do complexo. No palacete, o visitante tem contato com a mostra “Os
pioneiros”, que destaca personalidades empreendedoras como Irineu Evangelista
de Souza, o Barão de Mauá; José Granado (das Casas Granado) e a família Gelli.
E a mostra a “Materialidade” que apresenta o trabalho dos artistas Raul Mourão,
Gustavo Prado e Adriana Eu. Há ainda um terceiro espaço, onde o visitante
brinca com a realidade virtual e o futuro das profissões, por interatividades.
Os jardins serão abertos à visitação. Assim como o
café e o restaurante, que têm a assinatura da chef Flávia Quaresma. O ingresso
da exposição custa R$ 10 (R$ 5, meia entrada), com gratuidade às terças-feiras.
2 comentários:
A casa FIRJAN é aqui pertinho de casa. Já estive lá por diversas vezes e é sempre um programa maravilhoso. Aqui em Botafogo , houve uma verdadeira comoção popular quando foi dito que o Palácio ia ser derrubado para dar lugar a um empreendimento imobiliário. Foi quando a Firjan resolveu comprar e ali criar um centro cultural simplesmente espetacular!
Beijos grandiosos !
VIVA A FIRJAN! Destruir esse lindo palácio era destruir mais um dos inúmeros patrimônios do Rio que foram desaparecendo pela ação humana! Um crime patrimonial a um Rio de Janeiro que era lindíssimo na 1ª metade do século XX. Depois destruíram, destruíram, destruíram... e... construiram, construiram, construiram... favelas.
Beijos grandiosos por um lado, 'pequenosos' por outro...
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