quarta-feira, 15 de abril de 2020

Um Garrincha na ponta esquerda?...

José Ribamar de Oliveira, o grande ‘Canhoteiro’, nasceu dia 24 de setembro de 1932 na cidade de Coroatá (MA) e faleceu dia 16 de agosto de 1974. Foi um dos maiores ídolos da história do São Paulo F.C.  Ponta esquerda de habilidade única, o atleta se destacou como grande driblador. […]

Dizem que vestiu poucas vezes a camisa canarinho, devido a um medo desenfreado de andar de avião e à paixão pela boêmia, o que faz com que o comparem mais ainda com o extraordinário Mané Garrincha. […]

Canhoteiro media 1,68m era um ponta esquerda extremamente habilidoso. O seu drible desconcertante, costumava entortar os adversários, o cabeceio certeiro, o chute raso, quase sem dar chance de defesa ao goleiro, o passe perfeito, a alegria do gol. […] Conhecido também como Garrincha do Morumbi, Canhoteiro é sem dúvida um dos maiores ídolos do São Paulo Futebol Clube de todos os tempos. […]

O que Garrincha fez na ponta-direita, Canhoteiro fez na esquerda. Iguais, em lados diferentes, Garrincha acabou sendo um mito maior, porém, Canhoteiro tinha o mesmo espírito brincalhão. Fazia do futebol uma arte, a arte de divertir o público, se divertir e assombrar os companheiros. Ante a impossibilidade de marcá-lo, os adversários, muitas vezes, se contentavam em admirá-lo, como se fossem também espectadores e não participantes.

Para ilustrar melhor a genialidade deste exímio atacante, é só analisar o tratamento que o ex-técnico do São Paulo, o húngaro Bella Guttman, dava a ele. Apenas Canhoteiro e Zizinho não participavam das preleções da equipe. Dizia o treinador: “Eles dois já sabem tudo, para que chamá-los para as preleções?”. […]

Perfeito nos cruzamentos, dava gols aos seus companheiros com freqüência maior do que balançava as redes, se sentia bem fazendo assistências depois de três ou quatro dribles endiabrados. Muitos o comparavam a Garrincha, outros diziam que, se não fosse um boêmio e levasse a carreira a sério, seria melhor que Pelé. Exageros a parte, Canhoteiro foi um gênio. […]

Era a alegria da torcida. Enlouquecia a multidão das arquibancadas brincando com a bola, pois era literalmente um verdadeiro artista.

Nota: realce a negrito da autoria do editor do Mundo Botafogo.

Crônica completa em http://memoriasdoesporte.com.br/2020/04/09/canhoteiro-o-garrincha-do-morumbi/

4 comentários:

Sergio disse...

Tempo em que o país produzia pontas de alta qualidade, mas querendo imitar os outros acabaram com os pontas e inventaram os alas. Abs e SB!

Ruy Moura disse...

Pois é, Sergio... Mas o futebol hoje é radicalmente diferente. Por exemplo, se a grande Seleção de 1970 jogasse hoje como se jogava nessa época, nem às semifinais chegava. Era tudo lento e cadenciado. Marcar gols era muito mais fácil. Chegar à linha de fundo e cruzar era comum, era jogada clássica. Hoje as alternativas são bastantes mais, porque as marcações são muito mais fortes e entrar na área é coisa bem difícil. Confesso que gosto do futebol de antes, antigamente, e gosto do futebol de agora, hodiernamente. Os jogos da Liga dos Campeões Europeus são de uma diversidade ampla que não se via antes. E os craques e as jogadas criativas não perderam força, talvez até mesmo se tenham reforçado já neste século.

Abraços Gloriosos.

Sergio disse...

Mas veja, os europeus quando tem pontas de destaque não os deixa de utilizar, ainda que não joguem de maneira fixa, e assim por alto me vem a memória por exemplo o Rooben, Ribery. Há muitos outros mas me fogem à memória. O problema do Brasil foi simplesmente desprezar jogadores habilidosos que jogavam prioritariamente como pontas ofensivos, isso não parece ser um problema para os técnicos na Europa, ,talvez o nosso grande problema sejam nosso técnicos e o seu pouco conhecimento e estudo
Me lembro bem de 1982, num quadro de humor do Jô Soares em que ele sempre pedia: "bota ponta Têle", e naquele momento o país tinha um grande ponta que era o Renato Gaúcho. Como dizi o Saldanha sobre a seleção de 82, joga em losango, Pessoalmente não sou fã o RG, principalmente pelo papelão na final de 92, mas foi excelente jogador. Abs e SB!

Ruy Moura disse...

Mas é isso mesmo, Sergio. Na Europa a diversidade é ampla e as jogadas criativas sucedem-se, seja com pontas, alas, falsos meias, etc. Vai-se à linha de fundo como antes, mas há muito mais jogo em diagonal e mudanças de flancos rápidas com combinações de ataque múltiplas para se conseguir rasgar as defesas fortes e cerradas.

Quanto a mim o grande problema de sempre do futebol brasileiro - além dos péssimos dirigentes que muito ajudaram a fechar ocaixão - são os técnicos. Nunca houve bons técnicos, encostavam-se aos grandes craques cuja criatividade era imensa. Veja que todos os treinadores que foram até ao futebol europeu fracassaram e rapidamente regressaram ao país. Atualmente - que eu saiba - não existe um único brasileiro treinado equipes competitivas europeias. Vão para o extremo Oriente e para o Oriente médio, nada mais. Porquê?...Porque estão anos-luz aquém dos treinadores que operam na Europa. Sem os jogadores excecionais do passado os técnicos brasileiros eclipsaram-se.

A mídia debochada e as arbitragens escandalosas são outyras componentes de degradaçãodo futebol brasileiro, e o sonho de qualquer jogador é rumar à Europa. Sinal claro da decadência do futebol brasileiro. Uma pena.

Abraços Gloriosos.

Isabela Sallaberry é campeã sul-americana de vôlei de praia

Ana Bia (à esquerda) e Isa Salaberry (à direita). Fonte: https://cbv.com.br por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo Isabela Sallaberry ...