sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

VAR vs APITO: duplo controle de grande alcance

por RUY MOURA

Editor do Mundo Botafogo

Terminou mais um campeonato brasileiro de futebol recheado de erros grosseiros, de decisões escandalosas, de proteções absurdas aos mais ‘queridos’, de prejuízo sistemático à Instituição Botafogo pelas arbitragens, que não tendo vergonha do seu desempenho não merecem o respeito seja de quem for.

Escrevi recentemente isto sobre o VAR:Na Europa o VAR serve para corrigir, no Brasil serve para mentir ou omitir. VAR não significa «Vídeo Assistante Referee», mas sim «Vídeo de Arrumar Resultados» seja por mentira ou omissão.”

E também escrevi isto sobre o árbitro FIFA no Brasil: “E se o árbitro é FIFA, como se anunciava na súmula, certamente no Brasil não deve significar Fédération Internationale de Football Association, mas sim Flagrante Intenção de Fabricar Aberrações.”

Quero acrescentar que a arrumação de resultados e respectiva fabricação de aberrações aumentou consideravelmente no futebol brasileiro desde que o «Vídeo de Arrumar Resultados» se instalou de uma forma irresponsável, degenerada e escandalosa, favorecendo sempre os mesmos clubes e prejudicando aqueles que podem atrapalhar as classificações pré-determinadas nos bastidores e forjadas em campo na base dos ‘erros grosseiros’ do apito.

Efetivamente, a “arrumação de resultados” não se limita aos jogos das equipes a favorecer, mas também atua sobre aqueles que indiretamente podem influenciar as classificações pré-determinadas.

Em suma, o VAR, que atuou novamente à solta com a conivência do árbitro principal até ao último sopro do campeonato agora terminado, funciona como um sistema de controlo global dos resultados desejados para impor a ‘glória’ aos clubes que enriqueceram à força de manobras de bastidores para a obtenção de resultados à imagem e semelhança do encapotado neoliberalismo europeu: Itália (últimos 9 campeonatos, Juventus eneacampeão), Alemanha (últimos 8 campeonatos, Bayern octacampeão), França (últimos 8 campeonatos, Paris Saint-Germain heptacampeão), Espanha (últimos 16 anos, Barcelona e Real 15 vezes campeões), Portugal (últimos 18 anos, Porto e Benfica 18 vezes campeões). Salva-se apenas o campeonato inglês – o único realmente fiel ao futebol competitivo.

Num sistema social globalmente manipulado, desequilibrado e profundamente abismal, em que os ricos são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres, aos ‘filhos’ dos donos do futebol, a glória; aos seus ‘enteados’, paz à sua alma…

32 comentários:

Saulo Lessa disse...

Ruy, só discordo que na Europa esteja tão diferente assim. Foi escandaloso o que vi na partida entre Real e Atalanta, e o Bayern venceu o Tigres na final do mundial com o auxílio da arbitragem. E obviamente o último brasileirão foi o mais manipulado de todos os tempos, não por acaso, os rivais mais odiados pelo Clube da Lagoa, foram rebaixados. Se fosse investigado o que ocorreu esse ano, o caso das Papeletas Amarelas e do Edilson Pereira de Carvalho, pareceria coisa de amadores. Abraços!

Sergio disse...

A arbitragem foi fundamental para que o rebaixamento do Botafogo se concretizasse. Acabei de ver lances polêmicos em que o Botafogo foi acintosamente prejudicado, vergonhoso, pelo menos uns 15 pontos. É claro que isso não invalida a incompetência do comando do futebol alvinegro, mas que a arbitragem colaborou decisivamente para o rebaixamento isso não há dúvida. Diga-se de passagem que a arbitragem brasileira em relação ao Botafogo tem sido ao longo de décadas fator de desiquilíbrio nas disputas, principalmente quando o Botafogo monta times mais capazes. Será que esse rebaixamento tem a ver com a tentativa apesar de frustrada do Botafogo se tornar SA? Infelizmente não só o futebol, mas nosso país está mergulhado numa situação muito ruim, retrocessos sem fim, trevas, e tudo para servir o "deus" mercado, entrega-se tudo a preço vil, por que seria diferente no futebol?
Lembro de um comentário logo que cogitaram o uso do var, que do jeito que o brasil é o, var seria usado para favorecer os mesmos de sempre. Previsão lógica.
Infelizmente o ex grande futebol brasileiro está em estado comatoso, e continuando do jeito que está vai acabar minguando.
E pensar que a implosão do clube dos 13 que ainda equilibrava financeiramente os clubes foi implodido pelo nefasto dentista, coisa que só dois clubes tinham interesse, um do Rio e outro de SP, nem preciso citar os nomes. Daí em diante um abismo entre as agremiações e, a médio prazo não vejo solução. Até os dirigentes da maioria dos clubes não entenderam a posição do nefasto, ou seja o crápula destruiu o Botafogo e o futebol brasileiro. E quem colocou esse sujeito no poder máximo do Botafogo? Um doce para quem disse montenegro, o devastador. Repito aqui uma frase do botafoguense Major Nélson: "antes de conhecer a política do Botafogo eu só tinha raiva de flamenguistas". Abs e SB!

Ruy Moura disse...

Estimado Saulo, não lhe quero tirar a razão, porque na Europa, como em todo o mundo, o futebol se encontra corrompido, como se verifica facilmente desde o topo com as ocorrências registradas nas ações de Havelange, Blatter e Platini, entre outros que não foram descobertos. O futebol é um ninho de víboras, aldrabices e negociatas.

Dito isto, em minha opinião, o que se passa no Brasil e em outros países da América do Sul, da África e da Ásia é por demais escandaloso, embora o que me preocupe mais é natutalmente o caso do Brasil, que ultrapassa as fronteiras do próprio inaceitável. Não me recordo de nenhuma bola que tenha entrado 63 centímetros dentro da baliza de um clube e o 4º árbitro, olhando para a linha de meta a dois metros dela, "não viu" o gol. Foi um jogo recente de uma final entre Flamengo e Vasco, e, claro, o gol seria do Vasco. Também nessa época (2014?...), o Flamengo marcou o gol do título contra o Vasco no último minuto num impedimento de mais de um metro e o assistente de campo estava acompanhando a jogada e nada assinalou... Ou o que se passou nas finais de 2007-08-09 dpo Carioca. Ou os pênaltis exatamente iguais que são marcados a favor do Flamengo ou do Corunthians e não são marcados no caso de outros clubes. Etc. Etc. Etc.

Na Europa a arbitragem é mais inteligente, evitando jogadas perigosas para certos clubes ao assinalar faltas inexistentes a meio campo e bloquear contra-ataques, por exemmplo. Ou apresentando cartões amarelos que suspendem o jogador na véspera de um clássico com o clube 'queridinho'... Já no caso do VAR é mais difícil fazer maroscas, porque o árbitro vai ver o lance e se for claro resta-lhe decidir em conformidade e não aceitar uma eventual versão adulterada do VAR. Em suma, penso que no Brasil é bem pior, é mais escandaloso.

De resto, há realmente clubes muito beneficiados, e por isso mesmo falei dos campeonatos europeus: Juventus sempre beneficiada em Itália, Real e Barcelona em Espanha, PSG em França, Bayern na Alemanha, Benfica e Porto em Portugal. Um dos últimos que bem me lembro foi o de uma goleada do Barcelona sobre o PSG há uns anos com uma arbitragem bem 'inteligente'...

Quanto aos jogos que o Saulo menciona, não os vi, mas em se tratando de Real e Bayern acredito piamente em si! São dos mais 'queridinhos' da Europa.

Grande e Glorioso Abraço!

Ruy Moura disse...

Sempre com toda a razão a assisti-lo, Sergio!

A arbitragem iniciou o campeonato prejudicando muito o Botafogo no intuito de o rebaixar evitando que os investidores se interessassem por fazer singrar a S/A. Mas veja que depois disso foi o próprio Botafogo dando tiros nos pés através do seu 'dirigente máximo' de todos os tempos: o «devastador». Não só bloqueou a S/A que punha em causa os privilégios da oligarquia, como deixou que vídeos vazassem para o público, nos quais desancava todos os jogadores, incluindo o Gatito Fernández. E os jogadores deixaram de jogar. Despediram o argentino que não chegou a treinar o Clube não por causa do Covid, mas porque ele ia barrar os jogadores titulares dos dos emresários... E depois foram buscar o perdido do Barroca, que teve logo Covid. Enfim, um desatre comnandado por Montenegro, que quando viu o buraco que criou pôs-se ao fresco abandonando o barco tal como fazem os ratos quando a nau afunda.

E o futebol brasileiro está comatoso, sim, como tenho dito variadíssimas vezes. Vai privilegiar, no máximo, 3 clubes para ganharem tudo que possam. É uma enorme estupidez. Nunca mais o futebol brasileiro será o que foi. Nunca vi dirigentes desportivos tão ruins em países de cultura ocidental.

E relembrar que a candidatura de Assumpção, o qual aniquilou o Clube dos 13, foi respaldada por Montenegro e o 'nininho' favoreceu apenas Corinthians e Flamengo, tal como entregou o estádio, a troco de uma boa candidatura pelo partido em que se filiara. Afinal, parece que nem isso conseguiu...

Abraços Gloriosos.

leymir disse...

O VAR pra mim é a sofisticação do que Infelizmente sempre ocorreu, se seu clube tem peso na federação não será roubado, se tem muito peso, na duvida será dado a ele, e se não tiver força política, os resultados serão manipulados as custas do teu clube.

O que fizeram com o BFR e ainda mais com o CRVG, foi absurdo nesse ano! O rebaixamento desses dois clubes não passa somente por isso, mas também é crivel pensar que sem o VAR a atrapalhar, esses clubes no limite poderiam permanecer.

Eu defendo uma divisão dos direitos televisivos como no camp. Inglês, mas o passo dois a isso é uma gestão eficiente nos clubes, ou mais dinheiro de TV será bom apenas para dirigentes e não para as instituições.

Como as cotas são dívidas hoje o abismo realmente aumenta, o que é ruim até mesmo para quem ganha mais... (não vou aprofundar isso aqui agora)

Algo que acho ruim e também tende a aumentar os abismos, é o sistema de disputa atual.

Além de ser mais fácil manipular resultados assim. Como todos os jogos tem o mesmo peso não existe o rubor em roubar em um jogo decisivo. Muitas das falhas mais absurdas contra o BFR foi no começo do campeonato e levaram embora pontos decisivos, para dar um exemplo.

Tirando este fato que tem a ver com o nosso baixo nível desportivo, o próprio campeonato em seu modelo de disputa vai beneficiar os clubes mais ricos e melhores estruturados, que tentem obviamente ficar cada vez mais ricos e melhores estruturados, isso além de enfadonho é ruim.

O Flamengo em 87 não seria campeão nesse modelo, o de 92 tbm não, o Botafogo de 95 também não, Bahia e Curitiba nem pensar...

O tri do SPFC com 03 anos de futebol feio mas regular, só é possível nesse modelo, que também premia a compreensão do jogo mais pragmático ao mais imaginativo.

Acho que a competição por pontos corridos é ruim, não entende o futebol brasileiro e deveria ser modificada.

Acho impossível falar em liga no Brasil com os dirigentes que temos, e não estou falando somente dos dirigentes de CRF e SCCP, o nível atual é rasteiro demais e impossibilita pensar em um modelo melhor para todos.

Amo os Estaduais, mas eles vão perdendo a força e isso acontecerá com as competições nacionais tbm, caso nada mude.

O melhor para o BFR não é ganhar do Flamengo do Obina e sim do Flamengo do Zico, o melhor para o CRF é ganhar do Botafogo do Garrincha e não do Botafogo do Honda...

Eu não acho que caminhamos para um bom lugar.

Abraços!


leymir disse...

Esse gol do Vasco que entrou e o juiz não deu, foi escandaloso. Foi uma semifinal de turno, acho eu.

Quanto o impedimento na final, eu estava no estádio e não notei e eu acho que foi um lance difícil.

O tri de 07 a 09, foi injusto! A arbitragem foi tendenciosa sobretudo em 2007 e isso atrapalhou o BFR emocionalmente em 2008 e 2009.

É uma lastima que seja assim, não é bom para ninguém que assim seja...

Ruy Moura disse...

Pois... Concordo genericamente com as suas observações, Leymir. Destaco o caso inglês de que falou e também o caso português, que já legislou para uma melhor distribuição de direitos de TV a partir de 2024.

Os estaduais são um problema complicado: por um lado, são altamente prejudiciais para melhorar o calendário nacional que está claramente sobrelotado; por outro lado, estão muito interiorizados nos torcedores que gostam de zoar entre si e também permitem que clubes menos importantes possam ir conquistando títulos para gáudio dos seus torcedores.

Sobre o modelo de pontos corridos ou não, eu entendo que os pontos corridos são mais justos porque evidenciam a regularidade dos clubes numa temporalidade mais ampla, enquanto a 'final four' beneficia teoricamente os clubes abaixo do líder nas fases de pontos corridos. No entanto, tendo emconta a realidade brasileira tal como se apresenta, a 'final four' evidencia mais estímulo e competitividade entre os clubes. Aliás, um modelo de sucesso nos estaduais.

Grande abraço.

leymir disse...

"Os estaduais são um problema complicado: por um lado, são altamente prejudiciais para melhorar o calendário nacional que está claramente sobrelotado; por outro lado, estão muito interiorizados nos torcedores que gostam de zoar entre si e também permitem que clubes menos importantes possam ir conquistando títulos para gáudio dos seus torcedores."

Eu sei que sabes e inclusive sabe bem melhor que eu, que os estaduais são muito maiores que motivos pra zoar e que foram e são banazilados pra isso.

O Estadual é uma competição mais que centenária e disputados por alguns dos maiores craques da história, isso só é um problema para o calendário porque nós somos péssimos!

Os estaduais e falando particularmente do Carioca, deveria ser maravilhoso, mas isso vem sendo destruído e acho que ocorrerá o mesmo com as competições nacionais.

Um abração!

Ruy Moura disse...

Leymir, no estádio pode não ter reparado, depende do local onde estivesse, mas eu vi na televisão o jogador metro e meio adiantado e o bandeirinha acompanhando o lance na linha da bola... Aliás, o goleiro do Flamengo, no final do jogo, disse: "Foi roubado? É mais saboroso". E assim vai a cultura futebolística...

É por tudo isso que prefiro ver remo, turfe, polo aquático, basquete, voleibol... A sujeira é infinitamente inferior à do futebol. Aliás, nem sei mesmo se ainda gosto d efutebol. O modo como fui educado tende a que rejeite ferozmente as injustiças flagrantes que se veem na vida. Em todo a a minha vida fui contra poderes instalados - e que poderes! - para defender os mais fracos injustiçados. As pessoas não gostamn disso - preferem o conforto das panelinhas -, mas tinham que levar comigo mesmo não gostando. Nunca cedi. Sofre-se mais, mas fazer o quê quando a massa de que somos feitos é essa?

Grande abraço!

leymir disse...

Se o bandeirinha viu e não quis marcar, mais uma vergonha... E eu acredito piamente no seu relato!

Quanto ao goleiro, eu não vi essa entrevista e a procurei muito, procurei agora novamente... e ele sempre negou.( o Vasco se tornou ótimo em inventar essas lendas)

Mas ele tendo ou não dito, acredito que em grande parte seja esse o ambiente.

Lutar contra poderes instalados e injustiças, para defender os mais fracos!

Outro grande golaço, amigo Ruy!

leymir disse...

Só precisa ver os primeiros oito segundos, ele disse:

"Tomaram gol no último minuto o que é mais gostoso"

O Vasco tem produzido muito dessas lendas, é algo ruim.

Isso não apaga o título com gol ilegal, mas o goleiro do Flamengo não falou roubado é mais gostoso.

https://youtu.be/VyVxmyGLy7U

Ruy Moura disse...

Meu querido amigo, creio que está enganado. A Internet está cheia dessas e outras afirmações, e o goleiro não nega, pelo contrário. Por exemplo, confirma isso em:

https://www.lance.com.br/todos-esportes/declaracao-roubado-mais-gostoso-felipe-sera-julgado-nesta-segunda.html

E foi denunciado no Tribunal Desportivo e... foi CONDENADO por isso:

https://www.gazetadopovo.com.br/esportes/futebol/felipe-e-punido-por-frase-polemica-apos-titulo-do-fla-96hu7q0yb7crutyzb21hsrxou/

Grande abraço.

leymir disse...

Ele nega sim, mas não tem problema.

Em outra oportunidade lhe envio por e-mail, aqui a gente não precisa ficar falando disso.

Tem 7 anos que procuro MUITO esse vídeo!

Um abração!

Ruy Moura disse...

Leymir, eu creio que temos que distinguir entre o passado e o presente. O que acontece com o campeonato carioca é que foi a competição futebolística mais charmosa do Brasil e nela jogaram os maiores craques de sempre, tal como no campeonato paulista, sobretudo quando ainda não existia o campeonato brasileiro imaugurado em 1971. Mas, em minha opinião, esse brilho imortal não existe no presente e duvido que mais algum dia torne a existit. Tudo evolui e os estaduais são hoje pequenas competições sem valor real no conjunto do futebol nacional, a não ser na nostalgia dos torcedores. Creio que os estaduais assuiram o estado comatoso e muitas vezes por culpa da federação ou da mídia. Lembro-me de a mídia propagandera que o Botafogo ganhou um estadual ESVAZIADO em 2018, mas quando o Flamengo ganha é uma festa na mídia. Isto é, à custa de se querer menorizar outros clubes, acaba-se por menorizar a própria competição. Mataram o campeonato carioca e os estaduais estão na generalidade em coma. E como o Leymir afirma, um dia destes é o próprio campeonato brasileiro que deixa de ser estimulante se não se reestruturar e não deixar de privilegiar apenas 2 ou 3 clubes.

Confesso que é uma grande tristeza ver o estado do futebol brasileiro comparado com o que já foi: a política aniquilou-o ao beneficiar uns grupos contra outros desde há décadas, em não se atualizar, em não traçar uma visão e uma estratégia claras, e com isso a 'terra do futebol' é hoje a Europa, para onde todos os jogadores desejam ir.

Um país sistematicamente emigrante é sempre sinal de fraqueza interna; no futebol é igual, e todos os futebolistas brasileiros - bons, medianos e maus - querem emigrar... Só regressam ao futebol brasileiro em dois casos: ou por desadaptação ao futebol europeu ou para pendurar as chuteiras.

É esse, em minha opinião, o cenário construído pelos 'donos' do futebol brasileiro.

Grande abraço.

Ruy Moura disse...

Grande abraço.

leymir disse...

Infelizmente é isso, sua visão sobre o estadual é muito mais verdadeira que a minha visão romântica.

Eu fico aqui a imaginar e torcer para que de alguma forma, a gente reviva um pouco do brilho e da competitividade do futebol no passado.

É ridículo dar mais atenção ao carioca do Flamengo em 19 , que o do Botafogo em 18, e eu sei que isso aconteceu...

Existe muito para se reparar, muito!

Os próprios dirigentes perdem inúmeras chances.

Os acordos assinados com a TV para o carioca, permite a venda de PPV pelos clubes diretamente. O BFR terá uma grande queda em direitos de TV pela descida de divisão.

O BFR já poderia e deveria estar comercializando ele mesmo seus direitos no PPV, tentando engajar seus torcedores e no mínimo diminuir a queda de receita.

O Flamengo que já ganha muito mais de TV, e ganhará ainda mais em 2021, já começou a vender diretamente a seus torcedores.

O CRVG também não começou a vender e tratar de engajar seus torcedores, eu realmente acho isso estarrecedor.

BFR e CRVG trabalham muito aquém de suas possibilidades, o FFC vejo alguma melhora, o CRF se reestruturou com o EBM. É urgente um outro Bebeto de Freitas, ou que Durcesio seja um grande gestor.


Esta realmente muito ruim...

Um abração!

Ruy Moura disse...

Leymir, não espere o brilho e a competitividade do passado. O passado não regressa. O romantismo dos anos 20-30-40 da Era do amadorismo ficou lá; o futebol arte dos anos 50-60-70 ficou lá; o período híbrido do futebol arte / futebol tático ficou lá. Há cortes temporais irreversíveis que mostram a emergência de novos ciclos em períodos entre 40-50 anos. Vivemos um novo tempo axial. Está tudo em mudança. A vida convive hoje com a inteligência artificial, a robotização, a tecnologia na linha de gol e o VAR. Nos próximos 30 anos a face do planeta é outra. O Leymir terá então à volta de 70 anos de idade, e com o sucesso da medicina e a evolução da qualidade de vida, o Leymir será então ainda jovem, porque quem nasce hoje terá uma esperança de vida em torno de 120 anos. Ora, não pode ficar na esperança de que o tempo volta para trás; o seu destino é atualizar-se, intervir no real mudando-o de acordo com as suas convicções e os seus sentimentos sem perder de vista que um novo tempo axial se aproxima e que quer viver nele, e nele ser feliz.

Por outras palavras, no caso concreto, pode-se e deve-se viver os futebóis do passado prazenteiramente e mantê-las vivas na memória coletiva, em especial as coisas que sãoimortais, mas é preciso que se olhe para o futebol e o desporto em geral com futurismo, incidindo numa nova visão, novos objetivos estratégicos, novos modos de viver o desporto, novos modos de se ser torcedor, de se ser dirigente, de se ser jornalista, novos modos de sentir, pensar e agir para tornar o futebol algo que continue a valer a pena ser vivido.

Isto é, não espere o brilhantismo e a competitividade do passado, porque ambos ficaram lá em cada um dos cortes temporais; participe ativamente na construção de novos brilhantismos e de novos modos de competitividade no seu papel de ciadadão ativo num mundo em constante mutação. Precisamos urgentemente disso!

Grande abraço.

leymir disse...

Falando agora de algo não tão belo, mas dessa vez não injusto no meu modo de ver.

Foi um verdadeiro absurdo a validação do gol do Inter contra o Vasco e os áudios não ajudam a CBF. Caso a CBF resolva ignorar e manter a decisão de campo, o Vasco já avisa que irá processar a própria CBF pelo prejuízo de descida de divisão em um erro de direito, a estimativa é de 100 milhões...

Se o Vasco fizer isso irá chover liminares, e não acho completamente absurdo que tenhamos 24 clubes na primeira divisão esse ano.

Vamos ver...

Abração!

Ruy Moura disse...

Leymir, não vi, não sei, não me interessei, só li vagamente títulos de notícia sobre o assunto, mas se formos por aí, isto é, emendar os erros grosseirosde arbitragem em campo, o campeão brasileiro seria outro.

Não sou favorável a 24. Bebeto de Freitas, quando tudo se preparava para na secretaria salvarem Palmeiras e Botafogo da descida de divisão, afirmou perentoriamente: «o Botafogo caiu em campo e vai subir em campo».

Grande abraço.

leymir disse...

Se tirarmos os erros de arbitragem desse ano , eu falo com muita franqueza.

Não tenho ideia de quem seria o campeão, poderia continuar sendo o Flamengo, poderia ser outro, campeonato foi tão zoneado que não sei.

Eu entendo que o que o Vasco esta buscando não seja o sinônimo de uma virada de mesa.

A situação que Bebeto corretamente se opôs, e diferente da atual na minha opinião.

Abração!


leymir disse...

Uma coisa é visitar o passado e outra morar nele, eu as vezes alugo uma casinha e fico por lá... O que é ruim e nada potente.

Contudo, o mecanismo presente do futebol pode torna-lo desinteressante, e é então no passado aonde o encontramos com mais vigor, que devemos tirar verdadeiras lições para algumas desconstruçoes no tempo presente.

Visitar o passado e não morar lá, é o que precisamos.

Embora seja impossível retornar ao amadorismo, não é impossível retornar ao bom futebol e n'um país continental ter 12 grandes clubes com capacidade competitiva.

Ciclos não vencedores são normais, mesmo olhando para o passado. Se tivéssemos um campeonato brasileiro de pontos corridos nos anos 60, competiriam ao longo da década quantos times?

Santos , Botafogo, Palmeiras e Cruzeiro?

Na de 70?

Inter, Atlético, Botafogo, Cruzeiro?

Na de 80?
Flamengo, Inter, Atlético, Grêmio

Na de 90

Sao Paulo, Vasco, Gremio e Palmeiras

00

Corinthians, Vasco, Santos e SPFC

10
Corinthians, Cruzeiro, Palmeiras, Grêmio, Flamengo.

A diferença maior não é na quantidade de times no topo, e sim a quantidade de times destruídos.

Posso estar enganado, mas o que observo de diferente e mais urgente, não são os poucos times que buscam os títulos mais importantes , nunca foram muitos de fato.

A diferença é deixar praticamente a míngua os que estão fora do conjunto vencedor.

Na década de 60 aonde o Botafogo era infinitamente melhor que o Flamengo, o Flamengo não deixou de ter bons times.

Na década de 80 aonde o Flamengo era muito melhor que o BFR, o Botafogo não deixou de ter bons times e isso era regra nos 12 grandes.

Mesmo longe de ciclo vencedores, esses 12 não tinham times ultrajantes e se o tinham, nunca em longa sequência como agora.

Esse é o primeiro detalhe a se arrumar, para que no futuro o futebol volte a ser interessante.

Deve existir chance para que esses 12 times disputem, pelo menos esses 12.

Óbvio que quem tem um número maior de adeptos terá mais capacidade de arrecadação, mas os direitos em comum como as cotas de TV não podem ser de diferença exorbitante.

E também é necessária gestões sérias dentro de cada uma dessas 12 instituições, para que a gente possa obviamente pavimentar o novo, aliás já diz a canção popular "o novo sempre vem" , mas que esse caminho novo seja também belo.

Sempre um prazer ler suas respostas!

Um abração.

Ruy Moura disse...

Não sou a favor desse esquema e o aumento para 24 equipas. Sou a favor, em cada temporada, de apenas duas equipes subirem e duas descerem, e ainda de um playoff entre equipes da 1ª e 2ª divisão paar uma 3ª descida e 3ª subida.

Grande abraço.

Ruy Moura disse...

Passeio pelo passado, mas não moro lá. Tal como passeio pelo futuro, mas não moro lá. Ecleticamente retiro de ambos ensinamentos e oportunidades.

Os ciclos vencedores e perdedores são normais, uns mais longos, outros menos, mas proteger os 12 de tantas descidas é necessário, pelo menos, reestruturar o calendário nacional, reestruturar a distribuição das cotas de TV e reestruturar o campeonato brasileiro com 3 descidas, sendo duas automáticas e uma 3ª por playoff, como escrevi noutra resposta.

Então, o futebol pode melhorar, mas nunca mais será o que foi. A profissionalização do futebol atingiu um ponto tão alto que não há lugar para olhar para trás. O novo futebol tem outras características, pode ser interessante na mesma se as decisões corretas ocorrerem, mas nunca será igual ao que foi.

Grande abraço.

leymir disse...

Por princípio também sou contra, mas não consigo ser contra o pleito do Vasco.

Eles foram roubados e existe prova material.

Agora é esperar pra ver.

Abração!

Ruy Moura disse...

Meu querido migo, provas materiais existem abundantementeem toda a parte: todas as gravações televisivas. E se tivessem levado esses roubos em consideração ("roubo" refiro-me a 'erro grosseiro' e não a lances de difícil interpretação), então a história dos títulos dava umavolta de, pelo menos, 90 graus! E lhe asseguro que o 'meu' Botafogo teria bastantes mais títulos do que os que conquistou!

Eu apoio a revisão de todos os campeonatos brasileiros, Copa do Brasil e Estaduais, que se impugne esses jogos todos e veremos como ficam as classificações finais...

E fico-me por aqui, Leymir...

PS: Fora todas as 'maroscas' extra campo que foram feitas e que as provas foram ocultadas ou difíceis de apresentar.

Grande abraço!

leymir disse...

Sim, vc é mais perspicaz que eu. Como você gosta de samba, tem um documentário do Paulinho da Viola chamado meu tempo é hoje, claro que não é profundo como tempo e história de Braudel, mas ele diz que admira o passado sem ser nostálgico, sem querer que ele volte.

Quando eu escrevi que moro as vezes no passado, era exatamente para mostrar o quanto você que conhece mais o passado que eu não mora ali, eu admiro isso.

Concordo com todos os seus pontos, só discordamos do modelo de pontos corridos para os de play-off.

Ontem indiquei o blogue a um senhor Botafoguense, hoje ele veio me agradecer.

Perguntei porque não agradeceu a vc nos comentários, ele disse sentir vergonha. Hehehe

De todo modo, mais um torcedor do Botafogo se encontrou aqui.

Abração!

Ruy Moura disse...

Note-se que não tenho nada contra o Vasco, afinal, Botafogo x Vasco da Gama fazem o 'clássico da amizade' e sempre se deram bem (foi o Botafogo o 1º 'grande' que apoiou o Vasco na celeuma de 1923-24, reconsiderando a sua posição antreior que, juntamente com Flamengo e Fluminense, afastaram o Vasco do campeonato), nem considero vantajoso para o futebol que o 'clube dos 12' tenham algum membro da série B.

Ruy Moura disse...

Concordo com Paulinho da Viola. Só não ficou claro o seguinte: se lhe propusessem que ele próprio pudesse regressar ao passado, ele quereria?... Eu nem isso quereria, porque a magia do que aconteceu se perderia; ganharia mais uns anos, mas perderia os intrincados e sempre fascinantes caminhos das descobertas. Não quero voltar atrás, aceito a minha finitude, sou matéria que faço parte do Universo, ou como afirmou Lavoisier, "Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma".

Que modelo de reestruturação defende para o campeonato brasileiro, sabendo-se, entre outros aspectos, que de 12 clubes 'grandes' entre 20 a possibilidade de queda é muito maior em caso de 4 despromoções do que em caso de 2?...

Há milhares de pessoas que frequentam o Mundo Botafogo e nunca comentaram... Pode-se fazer uma especulação sociológica sobre isso...

Não considero ser mais perspicaz do que o Leymir. Em alguns aspectos o Leymir tem uma visão diferente da minha, só isso. Aliás, os seus inúmeros comentários mostram suficientemente solidez para a conversa e o debate. Isso não tem preço nos dias de hoje onde a irrazoabilidade tem atingido climaxes impensáveis nos últimos anos.

Grande abraço.

leymir disse...

Sim, acho que encerramos esse assunto.

Só para esclarecer, tenho certeza que o BFR teria mais títulos e alguns deles seriam transferidos da gavea pra lá, como o de 2007 por exemplo.

Grande abraço!

Ruy Moura disse...

Grande abraço, Leymir!

leymir disse...

Querido amigo,

Acho que a resposta para essa pergunta sou capaz de entregar alguma luz:

"Há milhares de pessoas que frequentam o Mundo Botafogo e nunca comentaram... Pode-se fazer uma especulação sociológica sobre isso..."

Meu primeiro emprego foi no centro do Rio, como office boy.

Durante 02 anos sempre que precisei ir a Cinelandia, olhava totalmente encantado para a Biblioteca Nacional! Sabia sua história, sabia que era gratuita e que tudo que tinha de fazer era subir aquelas escadas, para sentar nos bancos que sentou Machado de Assis.

Foi necessário que a encarasse por dois anos, para ter a ousadia de adentrar, porque coragem mesmo ainda não tinha.

Reforço que nada de errado havia com a biblioteca Nacional, e sim comigo.

Esse blogue é um lugar aberto, até eu mesmo sendo Flamengo sou muito bem tratado por ti, não existe nada de errado aqui, ao contrário, aqui existem muitos acertos.

Mas penso que os textos bem escritos que não devem mudar, as matérias que só achamos aqui e que não devem mudar, e o tom sóbrio nas críticas e quando apaixonado quase solene, e ambos não devem mudar.

Podem dar a mesma sensação ao leitor, que tive encarando a Biblioteca.

Eu creio que no meu relato não está toda a verdade, mas sim alguma parte dela.

Contudo isso não é um problema, pois principalmente quem ama o BFR não tem como chegar aqui e não se encantar, ainda que saia em silêncio.

Um abração!

Ruy Moura disse...

As suas observações fundadas num 'empirismo esclarecido' têm inteligência e discernimento. Há muitas pessoas bastante inteligentes e bem pensantes, o problema é que uma boa parte delas não sabe, pós-especulação, discernir corretamente entre os cenários pensados. O Leymir sabe discernir.

Grande abraço.

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