domingo, 14 de fevereiro de 2021

Vozes de Lozetti e de Sormani

«Numa escala universal, os melhores times sul-americanos estão muito mais próximos dos vizinhos centrais e do Norte, asiáticos e africanos, do que dos europeus.» – Alexandre Lozetti, Blog do Lozetti, in Globoesporte.com

«Não adianta nada a gente ficar aqui vociferando em vários programas, não importa a emissora ou o jornalista: "O Campeonato Português é a Série B dos campeonatos da Europa". Mentira. Se eles são Série B, nós somos Série D. O campo mostra isso. O próprio Jesus falou: "Se o Flamengo disputa a Premier League, acaba entre os seis". Mentira. Não ganha do Crystal Palace, se bobear. O Palmeiras, se bobear, vai para a Championship (segunda divisão inglesa). Chegou o momento da gente começar a dimensionar de uma maneira menos passional o tamanho dos nossos times e dos nossos campeonatos.» – Fabio Sormani, in ‘Bate Bola Debate’

Nota do Mundo Botafogo. Para quando é que a CBF decide assumir a realidade do futebol brasileiro? Enquanto não o fizer, o atual ‘mais do mesmo’ potencia o ‘mais do menos’.

4 comentários:

Sergio disse...

Enquanto os dirigentes dos clubes, entidades e tv não entenderem que sem equidade na distribuição dos recursos financeiros, o futebol no país vai cada vez mais para o fundo do poço local em que já se encontra.
Mesmo com a incompetência dos dirigentes dos clubes no uso dos recursos financeiros e os salários fora da realidade do Brasil, é imoral, eu diria pornográfico a ajuda financeira para alguns clubes em detrimento da maioria, o que levou o futebol brasileiro a patamar muito perigoso.
Ou seguimos o que foi feito no futebol inglês ou na liga de basquete dos EUA ou vamos cada vez mais para o buraco, e pior, o interesse pelo futebol com a disputa cada vez mais restrita a poucos clubes será cada vez menor. Mas no nosso rico país pobre o lema é: "farinha pouca meu pirão primeiro". Dito popular que define bem o caráter de uma grande parte da população. Vivemos no país a espanholização ou germanização do nosso futebol.Abs e SB!

Ruy Moura disse...

Pois é, Sergio, é uma verdadeira estupidez privilegiar 2 ou 3 clubes, porque a competitividade e o bom futebol, a rivalidade e a paixão vão se esfumar. Torcedores vão-se cansar de tanto privilégio a 2 ou 3 clubes, o futebol não melhora e não se projeta a nível internacional; ter sempre como campeão, anos sucessivos, o PSG em França, a Juventus em Itália, o Bayerna na Alemanha, o Real Madrid ou o Barcelona em Espanha, não traz benefícios de espécie nehuma para o coletivo futebolístico.

Fora o campeonato inglês, hoje no mundo não há nenhum campeonato verdadeiramente interessante. Eu praticamente só vejo campeonato inglês e Liga dos campeões.

O que me interessa realmente, depois de ver a bagunça desonesta do futebol, principalmente no Brasil, em que a ação desavergonhada se faz à luzz do dia sem punição, é apenas puro amor ao Botafogo. Estou desinteressado do futebol enquanto se mantiver este estado de coisas. A falta de imparcialidade de árbitros, dirigentes federativos e confederativos, juízes de tribunal desportivo e comentaristas, entre outros, mostra a pequenez mental do futebol brasileiro. Uma lástima que beneficia muito poucos.

Desde que o Mundial de Clubes se tornou um pouco atrativo ao ser oficializado pela FIFA (porque antes os clubes europeus não queriam saber do joguinho amistoso privado da Toyota), a América do Sul pifou: nos últimos 14 anos foram 13 títulos europeus e 1 sul-americano (Corinthians). Mas a CBF quer lá saber que toma de 7x1 e os clubes brasileiros não tenham capacidade competitiva com a Europa!...

E fica-se pelo argumento pobre de que os clubes sul-americanos competiram de igual para igual. faz lembrar aquela coisa do "competir como nunca, perder como sempre"...

E ainda assim nem sempre os sul-americanos foram vice-campeões, porque em 14 anos houve 5 vice-campeões de outros continentes: 2 africanos, 2 asiáticos e 1 norte-americano. É a pequenez de uma mentalidade medieval... Sabem lá o que fazer na modernidade do futebol...

Abraços Gloriosos.

leymir disse...

Olá Ruy e Sergio, que debate!

O modelo inglês me parece o mais justo, ele paga um valor relacionado a audiência média 25%, um outro a colocação do ano anterior 25% e outro igual a todos os clubes da mesma divisão 50%.

Embora os clubes não ganhem exatamente o mesmo, a distorção é menor que aqui, e pra mim faz mais sentido.

Não sei como é dividido o dinheiro de pay-per view na Inglaterra, aqui uma parte importante é dada ao clube do assinante, o que acaba favorecendo os clubes com maiores torcidas.

Dito isso, o CRF que sempre ganhou mais com TV , entre 99 e 2008, ficou quase sempre atrás do Santos em performance desportiva.

Eu entendo que o modelo da divisão tem que ser mais igualitário, como o Inglês por exemplo, mas imagino que se já o fosse não mudaria a vida do BFR, como não mudou a do CRF por muito tempo.

O quadro político do BFR não faria boa gestão desse dinheiro, como hoje o Corinthians que ganha muito também não faz, como o Flamengo que sempre ganhou muito também não fazia.

Um outro problema dessa partilha é a verdadeira sangria que os clubes sofrem quando descem de divisao, se houvesse uma liga era o caso de reservar uma cota (ainda que pequena) dos direitos televisivos da série A, para que fosse menos dramático a queda de receitas com a TV.

Um outro grave problema é o clube não poder negociar seus mandos, o que o impede de engajar suas torcidas e vender avulso e diretamente para sua base de torcedores os seus jogos.

Provavelmente o BFR ganharia bem mais assim, que o que receberá jogando a 2 divisao.

Por último, acho que os pontos corridos deixam ainda mais próxima essa equação de: + recursos = mais titulo.

Eu sou contra essa forma que quase mata o imprevisível, que sempre foi um sabor fantástico para o futebol.

Flamengo e Inter sempre tiveram entre os favoritos de 2020,e o título ficará por ali, em 2019 Flamengo e Palmeiras e ficou por ali, em 2018 Palmeiras e Flamengo e novamente ficou por ali, assim como Corinthians, Fluminense, Cruzeiro , SPFC e etc...

Bahia não era o favorito de 88, Flamengo não era o de 92, Botafogo não era o de 95 e tantos outros exemplos poderíamos citar, a fórmula que possibilitava não favoritos a justa vitória, era também mais igualitária, uma vez que distribuia maior a glória máxima e os permitia entrar num ciclo virtuoso.

É necessário debater e mudar, mas quem deseja isso?

Grande abraços!

Ruy Moura disse...

Muito boa reflexão, Leymir. Concordo com tudo o que escreveu. Mas... quem concorda com isso?... A bagunça do futebol é tão tradicional como o próprio Botafogo...

Grande abraço.

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