domingo, 26 de junho de 2022

Botafogo 0x1 Fluminense

Minuto 86: Vinícius desperdiça o empate. Crédito: Captura de Tela.

por RUY MOURA

Editor do Mundo Botafogo

Uma primeira parte claríssima em termos de propostas: o Fluminense tecnicamente superior que joga muito bem com bola e o Botafogo que aprendeu a jogar sem bola. Com uma proposta exatamente semelhante aos dois jogos anteriores em que vencemos adversários mais fortes: defesa bem fechada e espreitando o contra ataque veloz para surpreender o adversário.

A defesa foi impecável nos desarmes e apesar de o Fluminense ter tido 85% de posse de bola na 1ª parte, a verdade é que aos 37’ de jogo o Botafogo tinha feito 5 remates e o Fluminense 2, com ambas as equipes acertando na direção da baliza apenas uma vez. Gatito não fez uma única defesa importante em 45 minutos de jogo.

Se o Fluminense trocou muito bem a bola e articulou bem o ataque, ocorre que não conseguiu entrar na área do Botafogo. Passava pela linha de quatro, mas parava no quinteto defensivo do 5-4-1 alvinegro, que teve, no contra ataque, três soberanas oportunidades de gol porque quando o Fluminense perde a bola não sabe jogar e a defesa abre espaços suficientes para o adversário surpreender.

Porém, a última decisão foi errada ou os remates frouxos e de má direção. Este era o jogo de Erison se estivesse em plena forma, tal como foi no último jogo contra o Fluminense em que vencemos com gols de Erison. Se o atleta estivesse em campo com a sua capacidade de arranque e a sua força física, em duas ou três oportunidades de contra ataque perigosíssimo teríamos feito 1x0 ou mesmo 2x0. Não tivemos Erison, logo, intervalo em 0x0.

Na 2ª parte o Fluminense aproxima-se mais da área e o Botafogo sem capacidade de contra ataque face ao envolvimento do Fluminense. No entanto, o Botafogo aguenta bem a pressão e o Fluminense não consegue resolver.

Entretanto, o Botafogo teve uma grande oportunidade quando Saravia aos 78’ avançou pela direita, mas como geralmente decide mal nos últimos 20 minutos, espalhando-se ao comprido devido a cansaço (devia ser sempre substituído antes dos 70’), centra pelo alto em vez de cruzar com a bola no chão e Erison - que entrara - não consegue cabecear em condições.

E pouco depois o Fluminense marca o gol da vitória em virtude de uma boa simulação à boca da baliza escancarando o gol: 1x0 Fluminense.

Apesar de Erison não estar ainda nas suas melhores condições físicas, o Botafogo ainda teve uma chance aos 86’ à boca da baliza por Vinícius, mas o remate foi interceptado por um defensor tricolor com o goleiro já batido. Porém, esta equipe, apesar dos desfalques por lesões e suspensões, e esperando que haja reforços, parece encontrar-se na estrada certa.

Agora é Copa do Brasil e o Botafogo precisa seguir em frente, apesar dos desfalques e lesões. Avante, Glorioso!

FICHA TÉCNICA

Botafogo 0x1 Fluminense

» Gols: Manoel, aos 82’

» Local: Estádio Olímpico Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)

» Data: 26.06.2022

» Público: 29.791 espectadores

» Renda: R$ 724.660,00

» Árbitro: Anderson Daronco (RS); Assistentes: Rafael da Silva Alves (RS) e Michael Stanislau (RS); VAR: Emerson de Almeida Ferreira (MG)

» Disciplina: cartão amarelo – Chay, Joel Carli e Saravia (Botafogo) e Nonato e John Kennedy (Fluminense)

» Botafogo: Gatito Fernández; Kanu (Daniel Cruz), Joel Carli, Cuesta; Saravia, Tchê Tchê, Del Piage (Luís Oyama), Hugo; Vinícius Lopes, Matheus Nascimento (Erison), Chay (Jeffinho). Técnico: Vítor Severino.

» Fluminense: Fábio; Samuel Xavier, Nino, Manoel, Caio Paulista; André, Nonato; Luiz Henrique, Ganso (Matheus Martins), Jhon Arias (Felipe Melo); Cano (John Kennedy). Técnico: Fernando Diniz.

6 comentários:

Sergio disse...

Finalmente encontro um comentário inteligente e racional em meio de tantos comentários mais chegados a paixão inflamada culpando o treinador pela derrota por não ter realizado as devidas substituições.
Verdade seja dita, o time do Fluminense é tecnicamente superior, porém se alguns jogadores do Botafogo tivessem um mínimo de inteligência e categoria teria conseguido um resultado melhor. O cruzamento bisonho do Saravia para o Erison é prova disso. Quanto ao Mateus Nascimento, a distância do que faz no sub 20 e o que apresenta no profissional e muito grande. Na única boa arrancada que teve durante todo o jogo se dá a bola para o companheiro livre que entrava a direita as chances de gol seriam maiores.
Há que se considerar também que o Botafogo entrou com um meio campo bem modificado e bastante inoperante, marca mal e não cria nada, ou melhor, na única bola com qualidade, o lançamento do Tchê Tchê para o Saravia, este faz algo digno de um jogador ruim de várzea. Aliás, esse Saravia é péssimo, marca mal, erra passes simples e atabalhoado quando ataca. O número de gols que o Botafogo sofreu pelo lado do Saravia é muito grande, e ontem mais uma vez foi pelo seu lado que começou a jogada do gol.
A falta de estrutura do clube parece que dificulta não só o rendimento dos jogadores como também parece ser responsável por um sem número de contusões, e também parece que dificulta a contratação de jogadores.
Aliás, esse estória da segunda janela começa a incomodar, acho que não vai vir ninguém que faça minimamente a diferença, e muita conversa e nenhuma contratação. E pior, a maioria procurada recusa vir para o Botafogo. Para piorar, tirando uns 4 ou 5 jogadores razoáveis, o elenco é muito aquém de uma série A, mas apesar disso conseguiu alguns bons resultados. Considero que sem reforços de qualidade até ficar na primeira divisão será uma conquista expressiva, esperar mais que isso é pura ilusão. ABS e SB!

Ruy Moura disse...

Mais uma vez, concordo inteiramente, Sergio. Fluminense tecnicamente muito melhor; Matheus Nascimento ainda muito necessitado de apoio para crescer (sobretudo porque fisicamente perde nas divididas) e decidir da melhor forma; Saravia um desastre que não serve a equipe, especialmente após os 70' em que ele fica perdido em campo; o Flumiennse atacou sempre pela direita sem resultado, até que percebeu que talvez pelo lado de Saravia fosse melhor (embora a simulação do Manoel à boca da baliza tenha tirado a defesa da jogada); a estrutura é o grande problema que impede progressos rápidos; quanto às contratações, continuo duvidando. o Tio Jhon Patinhas Textor ainda não se definiu quanto a capital a investir...

Penso que vou deixar de ler comentários nas redes sociais. Ou são péssimos ou péssimos são. Raros têm discernimento. As estruturas e crescimentos dos grandes Clubes do mundo fez-se durante anos com pleno, critério e segurança passo a passo. Nós botafoguenses até já falamos hásemanas que queríamos campeões brasileiros este ano, imagine! As quimeras são belas, mas... o tempo é que decide geralmente!

Abraços Gloriosos.

Sergio disse...

Construir um time sólido é difícil, em especial quando ao elenco falta qualidade e dentro de campo o poder de decisão dos jogadores, que na sua grande maioria são incapazes de ver o que acontece em campo e tentar modificar o jogo. Se o treinador não fala nada ninguém em campo é capaz de faze-lo,.
Pela entrevista do Carli após o jogo parece que ficou bem claro que o que foi combinado sobre a estratégia foi cumprida no primeiro tempo e completamente abandonada no segundo com um recuo exagerado.
Os comentários atuais na sua grande maioria são de torcedores que começaram a acompanhar o futebol a partir do final do século passado, mas especificamente na década 90.
Parecem desconhecer a devastação sofrida pelo clube nas últimas 5 décadas, mas poucos acompanharam as construções dos grandes times do Botafogo. A título de esclarecimento, o time de 67/68 que foi chamado de Selefogo, começou a ser montado em 63, embora tenha vencido o Rio-SP em 64, a plenitude desse time foi concretizada em 5 anos, sem contar que o Botafogo a época tinha estrutura e uma base muito forte, além de jogadores de alta categoria, tanto os que se aposentaram quanto os que chegavam. Hoje não temos absolutamente nada, a construção é de terra devastada.
Lembrando que o título de 89 começou a ser construído a duras penas em 86/87, uma verdadeira façanha o título vde 89.
Compreendo a ansiedade da torcida, principalmente dos mais jovens, mas é necessário verdadeira façanha a paciência, pois as contratações se não esbarram na falta de dinheiro, creio eu, esbarram na completa falta de estrutura, pois hoje as informações sobre os clubes são de fácil acesso, logo, na hora de escolher entre um clube com melhores condições de trabalho, creio que isso pese nas decisões dos jogadores.
Continuo com a mesma tese, ficar na praia divisão com esse elenco será uma conquista.
Para terminar, devemos lembrar que o time ontem jogou sem o meio campo que fez duas boas partidas, poucas opções no banco, vários jogadores fora das condições normais, e mesmo assim não fosse a falta de inteligência de alguns atletas o Botafogo poderia ter tido um melhor resultado. ABS e y!

Ruy Moura disse...

Como sempre, assino embaixo. Com três notas: (a) O título de 1930 e o tetracampeonato 1932-35 começou a ser construído em 1926, a equipa dos títulos de 1957, 1961-1962 começou a ser construída em 1954, e, como diz, a equipe de 1967-68 foi construída a parrir de 1963; (b) e não se trata só de reconstruir uma equipe de futebol, mas sim reconstruir um Clube em toda a sua dimensão, incluindo a Social; (c) e infelizmente não são somente os torcedores mais jovens, lhe garanto, por conhecimento próprio, são também os torcedores mais velhos, os velhos 'Walter' sempre zangados com a equipa.

Abraços Gloriosos

Anónimo disse...

Rui, concordo com sua análise. O rendimento do time parece manter uma média ascendente, com as oscilações se mantendo dentro de uma amplitude aceitável. Também considero o projeto bem encaminhado.

Saudações botafoguenses!

Ruy Moura disse...

Creio que as oscilações são, em grande parte, de disponibilidade de um plantel com poucos atletas de qualidade. Por exemplo, estiveram ausentes, entre outros, Kayke, Vitor Sá e Erison (entrou na 2ª parte, mas claramente diminuído). Se Erison e Sá, atacantes importantes, e Kayque, capaz de criar, não entram ou estão em má forma, lá se vai a possibilidade dos tais gols de contra ataque. Se o Erison e o Kayque tivessem jogado e em plena forma, tínhamos ganho o jogo na 1ª parte, apesar da superior qualidade do Fluminense. É essa a minha convicção.

Abraços Gloriosos.

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