segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Botafogo 0x1 Internacional – retomando a reflexão

Crédito: Vitor Silva / Botafogo.

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

Enviei mensagens aos amigos escrevendo: “Tudo normal. Agora vamos vencer fora…” Foi uma brincadeira bem-humorada porque não estou verdadeiramente preocupado com a nossa classificação – o que me preocupa, e acompanho com muita atenção, é a reconstrução do Clube nas suas diversas dimensões para que a Grandeza regresse em toda a sua plenitude.

O excesso de expectativa leva ao excesso de frustração. Eu continuo confortável, tal como John Textor: o objetivo dele foi traçado entre o 9º e o 12º lugar do campeonato brasileiro. E isso significa alcançar os dois objetivos definidos no início da ‘época Textor’: a manutenção e consequentemente a disputa da Copa Sul-Americana.

Concordo com essas metas desde o início.

Essas metas colocam-nos a disputar, em 2023, o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil e a Copa Sul-Americana. Com uma equipe reforçada e ajustada à realidade da nossa ‘prospectiva 2024’ poderemos conquistar um título nacional (CdB) 28 anos depois do último e ou um título internacional 30 anos após o único.

Eu diria que devemos dar passos certos para que não sejam maiores do que as pernas e não tenhamos que retroceder mais tarde. Compreendo a ansiedade dos torcedores em chegar à Copa Libertadores, mas na atual fase não passa de um impulso sem sustentabilidade real na medida em que ainda não temos condições para uma certeza de Libertadores bem disputada que nos engrandeça. E ganhá-la não é coisa real para 2023.

Um amigo escreveu isto com a sua tradicional ironia cáustica em conversa por whatsapp: “Vamos de ‘certeza de rebaixamento’ a ‘libertadores é obrigação’ em 20 dias.

Eu preferia que os nossos progressos evoluíssem patamar a patamar, tendo como norte para 2023 disputar palmo a palmo a Copa do Brasil e a Copa Sul-americana – e comemorar um ou dois títulos relevantes.

É exatamente isso que precisamos: comemorar títulos relevantes!!!

Títulos que nos darão fulgir para querer, com muito mais consistência, disputar a Copa Libertadores 2024 com uma equipe de processos consumados, sabendo jogar junto sem precisar pensar muito, nem olhar muito para os companheiros, porque se sabe onde estão e para onde vão em cada momento, e compreender todos os processos essenciais de jogo e as particularidades de cada jogo.

Desde 2007, quando comecei a entrar nas redes sociais do Botafogo com regularidade, afirmo que antes de conquistas relevantes deve haver consistência na estrutura, na gestão, no trabalho nas bases e na perspectiva do scouting, na comunicação e marketing, na ética e transparência, na imposição de credibilidade ao exterior, etecetera.

Porque ganhar o campeonato carioca não pode ser o nosso grande objetivo, tal como sucedeu em todos estes anos do século XXI.

Sem planos a médio e a longo prazo não se constrói nenhum empreendimento com a certeza da sua sustentabilidade futura. É desse modo que se constrói um grande clube – não uma equipe de futebol apenas, mas um grande CLUBE.

Na verdade, o torcedor é geralmente pura emoção, muitas vezes sem noção que é a razão que sustenta os títulos para vibração da emoção. É necessário, mais do que nunca, colocar a razão acima da emoção, para que um dia a nossa emoção possa explodir com consistência MUITAS VEZES!

As notícias que nos chegam sobre os mais diversos domínios em que o Botafogo está a intervir para se reestruturar são, semana a pós semana, uma garantia de caminhar acertadamente.

Textor fez tudo bem até agora. Seremos enormes!

Sobre o jogo. Gostei da primeira parte de ambas as equipes, apesar de ambas cometerem alguns erros. O Botafogo foi ligeiramente superior, mas talvez o placar mais ajustado pudesse ter sido 1x1, premiando as equipes pelas oportunidades criadas qualitativamente, a par das estatísticas que mostraram também semelhança quantitativa nos desempenhos.

O 2º tempo foi diferente, menor desempenho de parte a parte e consequentemente menos atraente. Embora sem grande eficácia das equipes, o Internacional jogou um pouco mais solto, mais rápido, com melhores decisões de passe e de jogadas elaboradas, mas o seu gol consistiu num bate rebate dentro da área alvinegra e o único que o Internacional chutou enquadrado à baliza no 2º tempo. Os jogadores do Botafogo, sobretudo na ação de ataque, decidiram mal o rumo dos passes e os momentos dos remates, sobretudo por lentidão na decisão de chutar a gol.

A vitória poderia ter sido decidida a favor de qualquer dos contendores, ou provavelmente até um empate seria justo. Mas a haver vencedor creio que se pode dizer que a vitória não fica mal ao vice-líder, numa partida em que ambas as equipes apresentaram um modelo de jogo capaz. Poderíamos ter empatado já depois do gol adversário, mas deve-se reconhecer que ganhou a equipe mais rodada, a equipe com melhor preparo físico, a equipe atualmente melhor e vinda de uma extensa invencibilidade.

Ganhar ao Fluminense, anulando o seu esquema de jogo, é possível, desejável e realizável!

FICHA TÉCNICA

Botafogo 0x1 Internacional

» Gols: Braian Romero, aos 67’

» Competição: Campeonato Brasileiro

» Data: 16.10.2022

» Local: Estádio Olímpico Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)

» Árbitro: Braulio da Silva Machado (SC); Assistentes: Kleber Lúcio Gil (SC) e Luanderson Lima dos Santos (BA); VAR: Rodrigo D'Alonso Ferreira (SC)

» Público: 24.445 espectadores

» Renda: R$ 684.510,00

» Disciplina: Cartões amarelos: Tchê Tchê, Gustavo Sauer e Daniel Borges (Botafogo) e Rodrigo Moledo, Johnny, David, Taison e Liziero (Internacional)

» Botafogo: Gatito Fernández; Daniel Borges, Adryelson (Gustavo Sauer), Philipe Sampaio, Fernando Marçal; Tchê Tchê, Danilo Barbosa (Matheus Nascimento), Eduardo; Júnior Santos (Luís Henrique), Tiquinho Soares, Victor Sá (Jeffinho). Técnico: Luís Castro.

» Internacional: Keiller; Bustos, Vitão, Rodrigo Moledo, Renê; Edenílson (Lucas Ramos), Johnny (Liziero), Carlos de Pena; Alan Patrick (David), Alemão (Braian Romero), Wanderson (Taison). Técnico: Mano Menezes.

4 comentários:

Alexis disse...

Sempre muito pertinentes, bem feitas, bem escritas suas análises, caro Rui.

Ruy Moura disse...

Obrigado, Alexis. Espero que possam ser úteis para o nossa reflexão sobre o presente e o futuro do Botafogo.
Abraços Gloriosos.

Sergio disse...

Como sempre precisas as análises tanto da reconstrução do clube como da análise da partida. ABS e SB!

Ruy Moura disse...

E que sobretudo seja precisa a última frase, Sergio: ganhar ao Fluminense! (rsrsrs)
Abraços Gloriosos.

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