sexta-feira, 30 de junho de 2023

Joel Carli: ética, caráter e prestígio de um campeão

Joel Carli comemorando um gol. Crédito: André Fabiano, ZIMEL PRESS.

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

«O último escudo no peito e para sempre uma estrela no coração.» – Joel Carli, declaração do atleta assinando o último contrato da sua vida como futebolista e prestes a encerrar a carreira no Botafogo de Futebol e Regatas.

Mauro Joel Carli nasceu no dia 19 de outubro de 1986, em Mar del Plata, na Argentina, atuou em 191 partidas pelo Botafogo, marcou 10 gols, venceu o campeonato estadual de 2018 e o campeonato Brasileiro série B de 2021. Seguirá no Botafogo com um cargo provavelmente no futebol de bases.

Glória a Joel Carli!

ESTREIA DE JOEL CARLI

Botafogo 1x0 Resende

» Gols: Luís Henrique, aos 12’

» Competição: Campeonato Carioca

» Data: 13.02.2016

» Local: Estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda (RJ)

» Árbitro: Rodrigo Nunes de Sá (RJ); Auxiliares: Daniel Pereira (RJ) e Marcello Costa (RJ)

» Público: 2.507 pagantes

» Renda: R$37.855,00

» Disciplina: cartão amarelo – Luís Henrique (Botafogo); Muriel e Baéz (Resende)

» Botafogo: Jefferson, Luís Ricardo, Carli, Emerson Silva e Diogo Barbosa; Bruno Silva e Rodrigo Lindoso; Nuñez, Lizio (Lucas Zen) e Gegê (Leandro); Luís Henrique (Ribamar). Técnico: Ricardo Gomes.

» Resende: Arthur, Muriel (Yan), Marcelinho, Thiago Salles e Kim (Itacaré); Léo Silva, Gustavo Moura (Baéz), Robinho e Marcel; Douglas Caê e Wandinho. Técnico: Ailton Ferraz.

Joel Carli no último treino da sua carreira. Crédito: Vítor Silva / Botafogo.

JOGO DE TÍTULO

Botafogo 1x0 Vasco da Gama [4x3 pen.]

» Gols: Joel Carli, aos 90’+4

» Competição: Campeonato Carioca (finais)

» Data: 08.04.2018

» Local: Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)

» Público: 64.208 espectadores; 58.135 pagantes

» Renda; R$ 2.219.230

» Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães; Assistentes: Rodrigo Henrique Corrêa e Thiago Henrique Neto Corrêa

» Disciplina: cartão amarelo – Marcelo, Pimpão, Leonardo Valencia (Botafogo); Paulão, Desábato, Werley (Vasco da Gama);cartão vermelho – Valencia (Botafogo) e Fabrício (Vasco da Gama)

» Botafogo: Gatito; Marcinho, Joel Carli, Igor Rabello, Moisés (Gilson); Matheus Fernandes, Marcelo (Kieza), Renatinho; Valencia, Luiz Fernando (Rodrigo Pimpão) e Brenner. Técnico: Alberto Valentim.

» Vasco da Gama: Martín Silva; Rafael Galhardo (Werley), Paulão, Erazo, Fabrício; Desábato, Evander (Andrés Ríos), Wagner; Henrique, Yago Pikachu e Riascos (Ricardo). Técnico: Zé Ricardo.

Nota: Joel Carli marcou o gol da final aos 90+4’, que levou a decisão para os pênaltis e valeu o título de campeão estadual.

Joel Carli com Gatito Fernández, os dois estrangeiros que mais atuaram pelo Clube. Crédito: Vítor Silva / Botafogo.

ÚLTIMO JOGO DA CARREIRA

Botafogo 1x1 Magallanes

» Gols: Marlon Freitas, aos 19’ (Botafogo); Zapata, aos 79’ (Magallanes)

» Competição: Copa Sul-Americana

» Data: 29.06.2023

» Local: Estádio Olímpico Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)

» Público: 25.125 pagantes; 27.504 espectadores

» Renda: R$ 902.267,50

Árbitro: Bismark Santiago (Colômbia)

Assistentes: Sebastian Vela (Colômbia) e Richard Ortiz (Colômbia); VAR: Yadir Acuña (Colômbia)

» Disciplina: cartão amarelo – Gustavo Sauer, Rafael, Tiquinho Soares e Adryelson (Botafogo) e Espinoza, Zapata e Vásquez (Magallanes); cartão vermelho – Marlon Freitas (Botafogo)

» Botafogo: Lucas Perri; Rafael (Di Placido), Adryelson (Carli), Victor Cuesta e Hugo; Marlon Freitas, Tchê Tchê (Danilo Barbosa) e Eduardo; Gustavo Sauer (Júnior Santos), Tiquinho Soares e Victor Sá (Luís Henrique). Técnico: …. …….

» Magallanes: Gastón Rodríguez; Espinoza, Berardo, Acevedo e Poblete (Contreras); Ivan Vásquez, Alfred Canales (Aránguiz) e Thomas Jones; Jorquera (Souper), Alfaro (Zapata) e Felipe Flores (Barría Rivas). Técnico: Mario Salas.

Botafogo 1x1 Magallanes: só faz falta quem cá fica...

Um jogo para esquecer, uma caveira no banco e… VIVA, HONROSO JOEL CARLI!

FICHA TÉCNICA

Botafogo 1x1 Magallanes

» Gols: Marlon Freitas, aos 19’ (Botafogo); Zapata, aos 79’ (Magallanes)

» Competição: Copa Sul-Americana

» Data: 29.06.2023

» Local: Estádio Olímpico Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)

» Público: 25.125 pagantes; 27.504 espectadores

» Renda: R$ 902.267,50

Árbitro: Bismark Santiago (Colômbia)

Assistentes: Sebastian Vela (Colômbia) e Richard Ortiz (Colômbia); VAR: Yadir Acuña (Colômbia)

» Disciplina: cartão amarelo – Gustavo Sauer, Rafael, Tiquinho Soares e Adryelson (Botafogo) e Espinoza, Zapata e Vásquez (Magallanes); cartão vermelho – Marlon Freitas (Botafogo)

» Botafogo: Lucas Perri; Rafael (Di Placido), Adryelson (Carli), Victor Cuesta e Hugo; Marlon Freitas, Tchê Tchê (Danilo Barbosa) e Eduardo; Gustavo Sauer (Júnior Santos), Tiquinho Soares e Victor Sá (Luís Henrique). Técnico: …. …….

» Magallanes: Gastón Rodríguez; Espinoza, Berardo, Acevedo e Poblete (Contreras); Ivan Vásquez, Alfred Canales (Aránguiz) e Thomas Jones; Jorquera (Souper), Alfaro (Zapata) e Felipe Flores (Barría Rivas). Técnico: Mario Salas.

quinta-feira, 29 de junho de 2023

Recados de Roberto Porto: a Carlos Eduardo Dolabella (I)

[Nota Preliminar: Esta série refere-se a Recados que Roberto Porto enviou a várias pessoas após a Gloriosa conquista do Campeonato Carioca de 1989.]

por ROBERTO PORTO | Jornalista e torcedor do Botafogo, a sua maior paixão imaterial

Como vai o meu comentarista esportivo preferido? Fiquei sabendo que você ficou aborrecido com a derrota do Flamengo e lhe presto a mais sincera e irrestrita solidariedade.

Você, Dolabella, sempre esteve certo: o Botafogo só seria campeão outra vez se o Carlito Rocha e o Biriba ressuscitassem ou se o Garrincha reaparecesse no Maracanã .

O seu azar (puro azar, nada mais do que isso) foi que Nilton Santos veio de Brasília, a convite do JORNAL DS SORTS, ver a decisão. E o Velho, você sabe disso, sempre considerou o Flamengo freguês de caderno, desde que começou a chutar profissionalmente uma bola, nos idos de 1948.

E para sua infelicidade, Dolabella, o Velho ainda cismou de ir ao vestiário alvinegro antes da decisão. Você, meu comentarista, não poderia contar com isso.

Assim como o matemático Josef foi traído pela calculadora, o seu problema foi a presença do imortal Nilton Santos.

Não fosse o pequeno detalhe e os seus abalizados comentários e previsões teriam acertado na mosca. E a essa altura do campeonato, o imbatível esquadrão rubro-negro seria campeão.

O Botafogo, concordo com você, é uma droga, e o Fluminense, que tem pouquíssimos títulos cariocas, é um clube de brincalhões (não sei a sua competente opinião sobre o Vasco da Gama).

Saudações alvinegras, mas cuidado para não tomar outro esporro de João Saldanha. Aquele pegou mal à beça.

Voz de Fábio Bitencourt: provar contra Real Madrid

A imprensa é incompetente, tola e maldosa, mas nós somos todos muito felizes!

«Botafogo tá bem, mas… “Quero ver contra o Flamengo” “Quero ver contra o Atlético MG” “Quero ver contra o Fluminense” “Quero ver contra o Palmeiras” Daqui a pouco o Botafogo vai ter que se provar até contra o Real Madrid pra imprensa aceitar.» – Fábio Bitencourt. @BitencourtFabio

Voz de Prado: ‘analista’ pastando ao sabor do clima

22 de junho de 2023:

«O Botafogo merecia ter perdido, e bem. O Cuiabá jogou muito melhor. Palmeiras e Botafogo, eu duvido que o Palmeiras não ganhe esse jogo.» – Renato MAUrício Prado.

25 de junho de 2023:

«A campanha do Botafogo é irretocável: 12 jogos e 10 vitórias. Entre essas vitórias, sobre Palmeiras, Flamengo e Fluminense, não dá mais para dizer que o Botafogo não é candidato. Ele é candidato, sim, se vai ganhar é outra história, mas não dá mais para acreditar que é só fogo de palha e que esse time vai despencar, não vai despencar.» – Renato MAUrício Prado.

quarta-feira, 28 de junho de 2023

Os desejos de Galvão Bueno e a ‘raiva' de Zico ao Botafogo

Crédito: Reprodução / Internet.

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

Embora Zico tenha dito em entrevistas que tinha ‘ódio’ ao Botafogo e, noutra versão, ‘raiva’ do Botafogo, compreendi que no seu sentimento de jovem torcedor flamenguista sofresse muito com Nilton Santos, Didi, Garrincha, Quarentinha, Amarildo, Zagallo, Gérson, Jairzinho, Roberto MIranda, Paulo Cézar ‘Caju’, num tempo em que o Botafogo aplicava verdadeiros bailes às equipes do Flamengo, que nunca conseguiram, além do campeonato carioca, um título relevante nessa época nem emplacado campeões do mundo titulares da Seleção Brasileira.

Tido como ‘bom homem’ e ‘bom anfitrião’ sempre o respeitei, ao contrário do Flamengo que, em 2010, o pressionou para se demitir do seu cargo, e Zico, em circunstâncias dramáticas, saiu argumentando que percebia que a sua “presença não tem sido favorável […] desde a minha chegada. […] Não há condições para eu continuar. […] Estou sendo atacado injustamente, principalmente através de meus filhos, que em nenhum momento se envolveram em nada que estivesse em desacordo com os conceitos éticos e morais que aprendi com meu pai. […] Não posso permitir que esse duelo covarde continue a acontecer usando a minha família, que vem se desgastando nas últimas semanas. […] O amor está acabando”.

O amor ao Flamengo poderia estar acabando, mas parece que a ‘raiva’ ao Botafogo permanecerá para sempre como uma espinha cravada na garganta do senhor Arthur Coimbra.

Eis que no dia 23 de junho Galvão Bueno entrevista Zico em podcast da ‘Jovem Pan Esportes’ e elogia o Botafogo assim (antes de Zico intervir): “Nesse momento que estamos, primeiro temos que ressaltar o Botafogo. Faz muito bem para quem gosta de futebol, e para o futebol brasileiro, o retorno do Botafogo, a grandeza que sempre teve.

Então, pensando que ainda estava jogando bola na linha de ataque do Flamengo, Zico entrou fulminante: Deixa eu fazer uma colocação a respeito do Botafogo, que faço também do Athletico e do Palmeiras. O gramado sintético faz diferença? A bola é mais rápida, se você não estiver acostumado, tem mais dificuldade para dominar a bola. Aquele que está jogando e treinando todo dia, a história é outra. Eu não tenho dúvidas que, se continuar do jeito que está, todos os times [podem adotar]. Eu já ouvi gente falando que queria colocar o Maracanã sintético. Não é que não vá ganhar jogo no gramado, mas o costume de jogar no seu campo já é uma vantagem. Jogar no Maracanã é uma coisa, jogar de vez em quando [no sintético] é outra. Em um gramado que você tem uma velocidade de jogo maior, uma dificuldade maior de domínio de bola, se você não estiver acostumado, isso pode afetar.”

Vamos então recordar Zico sobre alguns momentos relacionados com vitórias e derrotas na campanha do Botafogo neste Brasileirão de 2023, designadamente contra os quatro candidatos mais fortes ao título, contra o Athletico que tem gramado sintético e contra o Goiás que não tem gramado sintético:

*Botafogo 2x0 Atlético Mineiro, em casa, com gramado sintético.

*Botafogo 1x0 Fluminense, em casa, com gramado sintético.

*Botafogo 3x2 Flamengo, fora de casa, sem gramado sintético.

*Botafogo 1x0 Palmeiras, fora de casa, com gramado sintético.

*Botafogo 0x1 Athletico, fora de casa, com gramado sintético.

*Botafogo 1x2 Goiás, fora de casa, sem gramado sintético.

Isto é, se o Botafogo ganhou em casa contra Atlético e Fluminense, também é verdade que ganhou fora de casa sem gramado sintético ao próprio clube de Zico, que se ‘esqueceu’ do pormenor; e jogando contra os outros dois clubes que possuem gramado sintético o Botafogo acabou perdendo para o Athletico e ganhando do Palmeiras.

E se nos lembrarmos que a outra derrota do Botafogo foi contra o Goiás, fora de casa, sem gramado sintético, então o Botafogo já ganhou e já perdeu fora de casa com gramados sintéticos (vitória sobre o Palmeiras e derrota com o Athletico) e com gramados não sintéticos (vitória sobre o Flamengo e derrota com o Goiás).

Interessante para uma reflexão mais discernente, não é, Zico?...

Galvão Bueno, torcedor do Flamengo, voltou à carga e tornou a comentar imparcialmente: “Acho bacana o Botafogo voltar. Não sei se vai ter, pelo elenco e pela reposição de jogadores, a condição de seguir na liderança com essa vantagem. […] Mas é bacana. Vamos ver se chega.”

Aprendeu com Galvão Bueno, ou nem mesmo assim, Zico?

Botafoguenses eleitos na 12ª rodada: ESPN e Brasileirão Assaí

Crédito: Twitter Brasileirão Assaí.

Prêmio ESPN Bola de Prata – 12ª Rodada (40% estatísticas + 60% jornalistas):

EQUIPE

Lucas Perri (Botafogo);

Tinga (Fortaleza), Adryelson (Botafogo), Víctor Cuesta (Botafogo) e Piquerez (Palmeiras);

Villasanti (Grêmio), Lucas Evangelista (Bragantino), Eduardo (Botafogo) e Gerson (Flamengo);

Tiquinho Sares (Botafogo) e Luís Suárez (Grêmio).

Técnico: Luís Castro (Botafogo).

Brasileirão Assaí – 12ª Rodada (100% torcedores):

EQUIPE

Rafael Cabral (Cruzeiro);

William (Cruzeiro), Adryelson (Botafogo), Léo (Vasco da Gama) e Marlon (Cruzeiro);

Gerson (Flamengo); Jair (Vasco da Gama), Erick Pulgar (Flamengo) e Gabriel Pirani (Fluminense);

Luiz Suárez (Grêmio) e Tiquinho Soares (Botafogo).

Técnico: Luís Castro (Botafogo).

CRAQUE DA RODADA

Tiquinho Soares (Botafogo).

GOL DA RODADA

Tiquinho Soares (Botafogo).

APOSTA DA RODADA

Matías Segovia (Botafogo).

Voz de palmeirenses: torcida do Botafogo acabou com nossa torcida


«Hoje o Botafogo é o grande favorito e hoje eles acabaram com o Palmeiras. Não só o time, como a torcida. A torcida do Botafogo acabou com a torcida do Palmeiras. Hoje eu não ouvi a torcida do Palmeiras cantar. Eu decorei as músicas do Botafogo.»  Torcedor do Palmeiras. «Qualquer coisa que eles cantam, o estádio fica o inteiro escutando. Aí não dá.» Torcedora do Palmeiras reclamando.

Há imagens imperdíveis...

 
Crédito: Twitter Brasileirão Assaí.

terça-feira, 27 de junho de 2023

Estratagemas, artimanhas e alçapões: ‘eles’ NÃO PASSARÃO!

Divulgação / Internet.

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

Abel Ferreira comentou a equipe do Botafogo durante a coletiva após a partida em que foi derrotado pelo Glorioso e, em minha opinião, extrapolou a sua análise para além do jogo mediante as seguintes observações:

«Parabéns ao nosso adversário, que neste momento tem tudo para ser campeão, está fora da Copa do Brasil, pode se preocupar só com o Campeonato Brasileiro, tem equipe experiente, sabe pausar o jogo de forma inteligente e madura. Nosso adversário foi muito eficaz

Li estas declarações hipócritas estampadas em vários meios de imprensa e chamo a atenção aos nossos irmãos botafoguenses, aos nossos jogadores e demais interessados que as observações de Abel Ferreira não são inocentes nem pretendem ser predominantemente elogiosas. O treinador do Palmeiras é inteligente e matreiro (conforme se verificou ao empacotar para o Botafogo o instável Patrick de Paula) e pretendeu influenciar percepções várias.

Em primeiro lugar começou por implicitamente chamar a atenção que a sua equipe tem outras competições em disputa e consequentemente poderá não ser feliz em todas as frentes, escudando-se desde já nessa desculpa quando se confrontar com momentos de insucesso, algo que é bastante típico dele nas derrotas culpando agentes externos à equipe e à comissão técnica.

Em segundo lugar omitiu matreiramente que o Botafogo é líder do Grupo A da Copa Sul-Americana e consequentemente não disputa “só” o Campeonato Brasileiro.

Em terceiro lugar realça que o Botafogo “tem tudo para ser campeão”, justificando com o enaltecimento de diversas qualidades da equipe.

Ora, é justamente aqui que reside a parte mais subtil, estratégica e matreira do jogo que Abel Ferreira manipula fora das quatro linhas, isto é, uma espécie de xadrez jogado entre treinadores com o intuito de influenciar principalmente atletas e torcedores.

É por demais sabido que entre o fim de cada jogo e o início do seguinte as intervenções públicas dos treinadores visam muitas vezes alterar o comportamento dos adversários, especialmente face a embates mais difíceis, procurando obter sucessivos xeques ao Rei até que se obtenham posições mais vantajosas para o xeque-mate.

Divulgação / Internet.

O que Abel pretendeu foi chamar o Botafogo para a liça dos favoritos, sabendo que quando uma equipe, o seu treinador ou os seus dirigentes se assumem como favoritos isso implica uma pressão acrescentada sobre os jogadores, como se passassem a ter obrigação de ser campeões.

Consequentemente, associado ao favoritismo assumido, criam-se tensões complexas face à probabilidade de se falhar, prejudicando a leveza mental dos atletas, atributo fundamental e necessário para que se mantenham tranquilos e pacientes no confronto com os adversários, evitando-se ansiedades e pesos mentais desnecessários.

O Botafogo não pode alinhar nessa conversa!

Estando nós a sair de um Inferno de décadas, ainda perseguidos pela imprensa e alvo negativo de arbitragens, não precisamos, nem queremos, fardos acrescidos de sermos favoritos e obrigados a conquistar o título brasileiro.

Isso deu mau resultado em diversas partes do mundo com equipes tradicionalmente não favoritos e que, em determinadas conjunturas, se chegaram à frente da classificação e acabaram por sucumbir ao bordão do favoritismo, ao peso da responsabilidade e à pressão exercida pela imprensa que lhes era desfavorável.

Um dos grandes trunfos desta equipe é ter-se tornado mentalmente robusta!

Não queremos ser favoritos a coisa nenhuma! Queremos é jogar saudavelmente e ganhar apenas o próximo jogo, sempre o próximo jogo, nada mais do que o próximo jogo. De cabeça limpa e alma cristalina!

Queremos é fruir o presente e apenas o presente, porque as bolas de cristal que adivinham o futuro são charlatanice, como sabemos.

Queremos é vibrar vitória a vitória em cada jogo! Usufruir a maravilhosa sensação de vencermos rodada após rodada e no final, e só no final, fazermos as contas.

Há um provérbio de origem portuguesa a propósito da apanha da uva que diz: “Até ao lavar dos cestos é vindima.” Isto é, pretende-se sublinhar que a vindima só termina com o lavar dos cestos após a recolha da uva, o que significa, metaforicamente, que devemos saber esperar até ao final de qualquer negócio, projeto ou campanha, sem retirar conclusões precipitadas.

‘Eles’ vão tentar tudo para nos confundir, tal como dois jornalistas (?!) que na coletiva de anteontem foram buscar as derrotas do Botafogo para o Palmeiras, em 2022, quando o assunto era a nossa vitória em 2023. E, claro, o avisado Luís Castro deu-lhes imediatamente uma bronca e uma lição.

Amigos, usufruam este momento inédito no século XXI, joguem com a equipe, sorriam, sejam assertivos, divertidos e felizes.

Longe dos estratagemas, artimanhas e alçapões que urdem à nossa volta porque… ‘eles’ NÃO PASSARÃO!

Biriba Mau!

Charge: Blog do Mário Alberto / Globoesporte.com

Turma do Roma: um pontinho lá longe!

 

Voz de Fábio Bitencourt

A imprensa é tola e maldosa, mas nós somos todos muito felizes com a Estrela (muito) Solitária no topo!

«Botafogo tá bem, mas… “Quero ver contra o Flamengo” “Quero ver contra o Atlético MG” “Quero ver contra o Fluminense” “Quero ver contra o Palmeiras” Daqui a pouco o Botafogo vai ter que se provar até contra o Real Madrid pra imprensa aceitar.» – Fábio Bitencourt. @BitencourtFabio

segunda-feira, 26 de junho de 2023

Botafogo 1x0 Palmeiras: tornado a sul da Linha do Equador

Crédito: Vitor Silva / Botafogo.

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

Confesso que não sei bem por onde começar com tanta coisa que há para dizer sobre o jogo de ontem e de tudo o que tem sido a caminhada do Botafogo pós-carioquinha.

O mais óbvio é que o Botafogo venceu sem afobação o campeão brasileiro, unanimemente considerado o mais forte candidato ao título, e na casa do adversário, conquistando os 3 pontos em disputa e, finalmente, disparando na liderança do Campeonato Brasileiro, contrariando todas as previsões que, no início do campeonato, davam o Botafogo como Clube a lutar pela manutenção na Série A.

Porém, este não é o Botafogo de todos estes anos durante os quais, na generalidade, não teve dirigentes nem comissões técnicas à altura – salvo uma ou outra excepção muito efêmera.

Este é um Botafogo com Visão e Liderança, comandado a alto nível dentro e fora de campo, com uma nova lógica de profissionalismo, de gestão, de ética e de caráter.

O Botafogo está se construindo como eu sempre tenho insistido ao longo de anos a fio desde a fundação do blogue em 2007: não trabalhar para o curso prazo e nem para o ilusório sucesso momentâneo, mas sim começando um projeto de raiz no sentido de se iniciar a edificação do Clube pelos alicerces estruturais da casa e por uma defesa sólida; depois criar os pisos intermédios da casa e montar um meio campo criativo; finalmente cobrir a casa com telhado impermeável e um ataque veloz e certeiro.

Isto é, criar as estruturas que assegurem a consistência do Clube no tempo e paulatinamente montar uma equipe rodeada de todos os meios que lhe permitam desenvolver-se harmoniosamente de acordo com as suas qualidades e capacidades.

Ao nível da casa o Botafogo tem construído passo a passo as suas estruturas de apoio, essenciais para a estabilidade da equipe de futebol; ao nível da equipe a construção foi-se fazendo em várias etapas, com montagem de equipes diferentes com novos jogadores, testadas até ao limite das alternativas possíveis e na base de matéria-prima que era reserva nos seus respectivos clubes, isto é, eram segundas opções e pouco jogavam nas suas equipes.

Jogadores escolhidos segundo conhecimentos objetivos e diretos da comissão técnica, moldagem de uma nova mentalidade vencedora, articulação sistemática para a criação de rotinas em campo, observação rigorosa das táticas desenhadas para cada jogo, concentração absoluta em cada partida.

O Botafogo não joga na chamada ‘raça’, que é aquilo que ocorre quando a técnica e ou a tática falham; o Botafogo joga focado, paciente, com muito suor e esforço, capaz de suportar qualquer pressão com a galhardia de um desportista que sabe o que quer, e o que quer é vencer, ser cirúrgico no momento crucial aproveitando meia ou apenas um quarto de oportunidade para enfiar a bola no buraco da agulha e estufar o véu da noiva levando a torcida ao clímax.

E o Botafogo, estando à frente do placar, claramente ou pela margem mínima, continua a jogar bola consoante as circunstâncias, porque os seus jogadores não fazem cera, não simulam lesões para fazer escoar o tempo nem se atiram para o chão.

Os jogadores do Botafogo têm ética e caráter, sabem fazer contenção de jogo com profissionalismo, aprenderam a focar inteiramente no jogo, com concentração absoluta. Foram levados a autoconvencerem-se que podem ganhar qualquer jogo em qualquer parte do mundo porque em cada partida os jogadores conseguem, enquanto equipe, entender todos os momentos do jogo.

Foi essencialmente por isso que ontem vencemos o Palmeiras, um dos quatro candidatos ao título no início do campeonato, já depois de termos vencido os outros três candidatos badalados pela mídia: Atlético Mineiro, Flamengo e Fluminense. Dentro e fora de casa. Em qualquer estádio, em qualquer parte do país, quiçá do mundo.

Este Botafogo é muito mais do que parece, é muito mais do que se vê: é profundo, articula mentalidade, tática, técnica e físico com ética, caráter e resiliência.

Não joga de uma só forma como muitos apregoam: é uma equipe em metamorfose constante, que entende o que fazer a cada momento do jogo, segundo as características dos adversários e desdobra-se em 4-2-3-1, 4-5-1, 4-3-3, etc. de acordo com aquilo que o seu jogo necessita para dobrar o adversário, seja pela persistência do ataque se o adversário quebrar, seja pela consistência da defesa e oportunidades de contra ataque.

Por isso ganha jogando bem e ganha jogando mal, ganha no seu gramado sintético e ganha nos gramados naturais dos adversários. Ganha também muitas vezes com menos posse de bola, menos remates totais, menos chutes enquadrados na baliza, menos escanteios, menos faltas a favor, menos, menos, menos… de modo a que com menos se consiga fazer mais, de modo a que 1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1 não sejam apenas 11 peças, mas sim uma equipe consistente, resiliente, solidária e sustentável no tempo, que quer vencer e sabe vencer.

Sobre o jogo propriamente dito?... Ah, meus amigos, está tudo explicado nas palavras que escrevi – à excepção de a equipe também contar com uma oportuna ‘estrelinha da sorte’, ressalvando-se, no entanto, que geralmente só tem sorte quem a procura.

O Clube é estruturalmente outro e a equipe estruturalmente outra; as vitórias são o resultado de toda essa dinâmica interna que – após certos desentendimentos ultrapassados – acabou por contagiar uma torcida que está coesa e joga com a equipe num momento único na história do Glorioso em que a mentalidade vencedora regressou renovada, qual Fénix renascida e duradoura para alegria eterna dos seus Torcedores.

E por agora só falta que as extraordinárias capacidades de John Textor e de Luís Castro se mostrem discernentes e se decidam de uma vez por todas: um trazendo reforços para as disputas das duas provas que lideramos; o outro proclamando o “Fico!”

FICHA TÉCNICA

Botafogo 1x0 Palmeiras

» Gols: Tiquinho Soares, aos 27’

» Local: Allianz Parque, em São Paul (SP)

» Competição: Campeonato Brasileiro

» Data: 25.06.2023

» Público: 38.877 pagantes

» Renda: R$ 4.160.197,59

» Árbitro: Anderson Daronco (RS): Assistentes: Rafael da Silva Alves (RS) e Kleber Lúcio Gil (SC); VAR: Rafael Traci (SC)

» Disciplina: Tchê Tchê, Danilo Barbosa e Matheus Nascimento (Botafogo) e Abel Ferreira (Palmeiras);

» Botafogo: Lucas Perri; Rafael (Di Placido), Adryelson, Victor Cuesta e Hugo; Marlon Freitas, Tchê Tchê (Danilo Barbosa) e Eduardo; Júnior Santos (Matías Segovia), Tiquinho Soares (Matheus Nascimento) e Victor Sá (Luís Henrique). Técnico: Luís Castro.

» Palmeiras: Weverton; Mayke (Endrick), Luan, Gustavo Gómez e Piquerez; Zé Rafael, Richard Ríos (Flaco López) e Raphael Veiga (Jhon Jhon); Artur (Luís Guilherme), Rony e Dudu (Bruno Tabata). Técnico: Abel Ferreira.

Botafogo campeão estadual de futebol sub-17 (com fichas técnicas)

Fonte: X – Botafogo F. R. por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo O Botafogo conquistou brilhantemente o Campeonato Estadual de Futebol...