quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Eu Acredito!

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

Carrego em mim uma quantidade de emoção quase tão grande quanto de racionalidade. A forte racionalidade deve-se a um aprendizado que fui fazendo ao longo da vida para controlar excessos de emocionalidade.

E em se tratando de Botafogo é sempre prudente acautelar as nossas emoções e as nossas crenças – tantas vezes frustradas por exibições e resultados nos quais acreditávamos e não chegaram. Porém, chegou a hora de exacerbar as minhas emoções e manifestar as minhas crenças, sob o efeito sublime dos últimos acontecimentos, que parecem anunciar um novo rumo Glorioso com uma boa margem de probabilidade de se alcançarem – com se diz em análises prospectivas – resultados desejados, possíveis e realizáveis.

Porque efetivamente trata-se de um novo Botafogo – um Botafogo sonhado e tentado por Bebeto de Freitas e concretizado por uma ‘Eagle’ esvoaçando desde a América do Norte – que requer um up grade para uma mente mais assertiva, emoções mais sofisticadas e crenças mais consistentes.

Quando variáveis tão significativas mudam num Clube como o nosso, e sobretudo ao nível profundíssimo de mudanças estratégicas e futuríveis que estão acontecendo, também a massa de que é feita os humanos tende a renovar-se e acompanhar um novo mundo que se abre.

Dito isto, e embora estejamos a jogar duas vezes por semana há muito tempo, e com longas viagens em alguns casos, não poupando de cansaço o físico dos nossos futebolistas, é certo que existem indícios de variáveis que nos podem dar esperança na Copa Intercontinental que se inicia hoje.

E quais são essas variáveis?

Em primeiro lugar, a gana de vencer tornou-se o maior lema da equipe comandada por um homem que acredita no sucesso desportivo até às últimas consequências;

Em segundo lugar, os voos fretados para o Catar têm como características assentos mais largos e confortáveis e possibilidade de massagens, na medida em que os dois aviões fretados são geralmente utilizados por jogadores de futebol americano;

Em terceiro lugar, o Pachuca não joga há mais de um mês porque ficou em 16º lugar no Apertura e eventualmente carece de ritmo de jogo, apesar do descanso – mas nem sempre o descanso excessivo é amigo da competição;

E finalmente, em quarto lugar, ao realizar o seu 75º jogo em 2024 (que ‘crime desportivo’!), o Botafogo mantém-se em ritmo motivacional acelerado e pode, vencendo o Pachuca, manter o seu astral elevado e quatro dias depois superar o Al-Ahly – porque temos futebol para isso apesar do adversário ser difícil – e enfrentar o Real Madrid na final.

Há uns tempos eu jamais manifestaria tal ousadia ‘profética’, mas por tudo o que fizeram este ano, os nossos rapazes merecem que eu ultrapasse a minha rigorosa linha vermelha do realismo e invada a linha mais deliciosa da crença cuja utopia torna o impossível uma banalidade.

Então vos digo, companheiros/as, camaradas e amigos/as:

– Eu acredito que façamos 77 jogos em 2024!

Eu acredito que o Rei Textor e os seus 12 Apóstolos consigam, nesta tarde, deslumbrar os espectadores do Estádio 974, em Doha, e prosseguir na nossa promissora estrada dos louros.

EU ACREDITO!

8 comentários:

Sergio disse...

Só estou lendo o texto agora, depois do jogo.
Infelizmente o Botafogo não começou com seus titulares e isso parece que foi fator preponderante para a derrota, sem contar com a estafante temporada que hoje cobrou seu preço. Embora nem o Artur Jorge e o Marlon Freitas não tenham atribuído a derrota ao cansaço, ficou muito evidente que o treinador ao optar por meio time reserva, a preocupação era poupar os titulares que vinha de uma sequência desgastante. Esse calendário brasileiro é realmente insano, muito dificilmente times brasileiros que eventualmente disputam esse intercontinental terão sucesso.
Triste? Um pouco, mas não muito, no fundo, no fundo, não esperava que o Botafogo fizesse uma boa apresentação, foi uma vitória justa do Pachuca, não há o que reclamar.
Uma coisa é certa, minha alegria pelas conquistas esse ano não foram e não serão apagadas por essa derrota. Um detalhe: todas as vezes que o Botafogo jogou com reservas ou muitos reservas não obteve sucesso. Mexidas pontuais são possíveis, mas jogar sem seus principais jogadores, infelizmente não temos ainda um elenco equilibrado. Abs e SB!

Ruy Moura disse...

Pois meu amigo, justamente as suas observações foram as que fiz na matéria que escrevi para publicar amanhã: entrar com reservas é derrota certa. Mas é uma derrota, digamos, natural. A única cisa que nos tirou foi duas Taças (caso ganhássemos também ao Al Ahly), mas nenhum título, porque evidentemente que é muito difícil pensar que que ao 77º jogo da temporada ganhássemos ao Real Madrid.

A felicidade continuaaaaaaaaaaaaa...

Abraços LIBERTADORES!

Dinafogo disse...


Boa noite, Blog! Esse é daqueles textos que não gosto de escrever e que muito me incomoda, pois trata de quando nosso Glorioso sucumbe diante das adversidades, como nessa quarta-feira, que jogou um balde de água fria no nosso entusiasmo e na lua de mel que vínhamos vivenciando com o nosso clube. Contudo, tanto no campo quanto na vida, não podemos perder a lucidez e a serenidade de espírito diante das frustrações, pois fazem parte do roteiro imperfeito da vida. São cicatrizes que demonstram que, apesar de tudo, sobrevivemos àquela batalha (algumas vezes saímos vitoriosos, outras apenas sobrevivemos) e seguimos em frente, com a certeza de que ainda não alcançamos todo o nosso potencial. Assim é a vida do ser humano: uma busca constante por sua melhor versão. O nosso Glorioso deve continuar buscando aprimorar-se de forma corajosa e sensata ano após ano, sem permitir que os reveses sejam motivo de estagnação ou apagamento dos louros conquistados. Em 2023, por exemplo, perdemos um campeonato ganho, e acredito que muitos se perguntaram quando teríamos uma nova chance ou se havíamos perdido a melhor oportunidade de nossas vidas. Mas, em 2024, buscamos uma versão mais gloriosa ainda e colhemos os frutos, sendo campeões da América e do Brasil. Reflitam!

Dito isso, gostaria de deixar meus sinceros agradecimentos ao Jhon Textor, à comissão técnica e aos jogadores por todo o empenho, vitórias, momentos marcantes e pelas inesquecíveis taças que trouxeram para nós. Os seus feitos não se resumem, nem devem ser pesados apenas por essa quarta-feira. Nada apagará este ano. O ano de 2024 é tempo de Botafogo, e tenho certeza de que outros anos também serão. Gratidão! Todos vocês são vencedores e atletas de qualidade, mas são homens também e estão sujeitos aos tropeços da vida.

Dinafogo disse...

Agora vamos a algumas análises que acho pertinentes, contudo, sem a pretensão de desvalorizar o ano de 2024 ou perseguir algum atleta.

1. O Botafogo manteve jogadores no elenco que não estavam rendendo o esperado desde o ano passado e que não deram conta de ajudar em jogos do BR, quando a equipe principal, desgastada, precisava ser poupada e era necessário encontrar soluções no banco. Alguns desses atletas estiveram em campo hoje com a missão de resolver o jogo, enquanto os jogadores do elenco principal se recuperavam. Entretanto, acabaram novamente sendo ineficazes, e também era perceptível uma falta de entrosamento. Foi necessário a entrada de titulares para "salvarem" o jogo, o que infelizmente não ocorreu. Faltam-nos os chamados "reservas de luxo" ou jogadores que não destoem tanto do restante. O Adryelson talvez seja um dos poucos que não comprometeram em momentos decisivos, mas hoje padeceu junto com a equipe e levou um drible constrangedor junto com Barboza no primeiro gol.


2. O Botafogo deverá adotar um planejamento sério e, se for o caso, um estudo sobre o quão surreal é o calendário brasileiro. Isso não significa colocar a derrota de hoje simplesmente na conta do cansaço, mas reconhecer que é um ritmo desumano, principalmente considerando que, entre os participantes, somos o time que mais jogou no ano. Em 2025, teremos o Carioca, Brasileiro, Libertadores, Copa do Brasil, Recopa, Supercopa e Super Mundial. Quais priorizar? Teremos elenco para tudo isso, sem comprometer a qualidade dos resultados?


3. A mídia sorrateira fará de tudo para jogar piadinhas disfarçadas, comparações descabidas e tentativas de diminuir nosso ano. Por isso, digo ao torcedor alvinegro: preste atenção nas narrativas e analise sempre de forma fria e reflexiva. Lembrando que a SAF é um trabalho a longo prazo.


4. Temos total condições de conquistar qualquer taça em 2025, se mantivermos a nossa espinha dorsal e formos objetivos. O AJ tem seus erros, mas faz parte dessa espinha, e seria interessante mantê-lo.


5. O torcedor deve ter paciência e entendimento daqui para frente quanto à seriedade do trabalho da SAF, pois os resultados de 2024 mostram que estamos numa era de profissionalismo nunca antes vista dentro do nosso clube.


6. O futuro é Glorioso! Muitas histórias estão por vir e serem escritas, e afirmo sem medo de errar: esta não é a última vez que participaremos desse ou de qualquer mundial. No tempo certo, essa taça se juntará a outras em General Severiano.


7. Somos os campeões da América do Sul e do Brasil. NENHUM time brasileiro ou sul-americano fechou o ano melhor que nós. TORCEDORES DO BOTAFOGO, NÃO ABAIXEM A CABEÇA.



Dinafogo disse...

Uma observação pessoal

Na vida, é muito comum que, após a experiência de sair das dificuldades e da escassez para a bonança e o luxo, tenhamos uma certa dificuldade para transpor obstáculos que antes não nos abateram tanto. Também passamos a ter percepções diferentes sobre o mundo, ficamos mais exigentes, um pouco mais sensíveis a certos contextos e adquirimos uma certa vaidade que antes não conhecíamos. Vamos a um exemplo:

No famoso filme Rocky: Um Lutador, o protagonista, nos primeiros filmes, é um lutador anônimo, batalhando pelo seu espaço e ganhando muito pouco. Com o decorrer da saga, o sucesso e a prosperidade são alcançados, tornando-o um lutador famoso. Em um desses filmes, o nosso herói se torna vaidoso, esquece as origens, perde a sua resiliência e capacidade de sobressair diante das derrotas da vida, até que, em dado momento, perde o cinturão para outro lutador, de forma vexatória. Quando confrontado por seu treinador, escuta deste que o problema foi que ele se tornou "civilizado", ou seja, perdeu o "jeito", aquela chama que nos faz levantar diante das pancadas.

E o que isso tem a ver com o Botafogo? Vejo muitos torcedores do Glorioso, que já enfrentaram Série B, campanhas pífias no Carioca, goleadas para rivais, filas e até ameaça de extinção do clube, ficando abatidos e envergonhados com o insucesso de 2023 ou abalados com a derrota de hoje. Não digo que não seja justo se chatear diante das expectativas criadas, mas, torcedor botafoguense, é um recado para você: não se torne "civilizado". Lembre-se de tudo que já passou até aqui e entenda onde estamos. Hoje lamentamos pelo muito e não pelo pouco que antes nem chegava até nós. Então, levanta essa cabeça, coloque o manto e vamos viver e ser felizes em 2025.

SAN

Ruy Moura disse...

Acho que ninguém liga a esse resultado, Dinafogo. Na verdade é uma 'copinha' intercontinental sem grande valor. Ademais, se chegássemos ao fim, eu temo que o RM nos arrasasse. Faríamos o 77º jogo totalmente extenuados. A aurora de 2025 está prestes a nascer dentro 3 semanas. A Estrela brilha!
Abraços LIBERTADORES!

Ruy Moura disse...

Portanto, sejamos 'selvagens'! Gente da selva, autêntica, lutadora, sempre em busca do melhor fruto, protetora da família e inquebrantável face a qualquer adversidade! Magnífica observação pessoal!

Abraços LIBERTADORES!

Ruy Moura disse...

Se o AJ não sair teremos todas as condições para um grande ano 2025, porque o JT já definiu que vai investir. Se sair, esperemos que o JT acerte novamente no técnico ideal.

Ao contrário de muitos botafoguenses, penso que ainda não temos plantel no sentido em que o substituto cumpre capazmente, e concordo consigo. Creio que temos um Onze titular muito bom e precisamos de reforços precisamente para enfrentar dignamente a quantidade de competições que vamos disputar.

Abraços LIBERTADORES!

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