quarta-feira, 14 de maio de 2025

O Botafogo FR na linha de pobreza do desporto nacional

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

As administrações de Carlos Eduardo Pereira e de Nelson Mufarrej degradaram as modalidades ditas ‘olímpicas’ e foram abandonados o Basquetebol, que era campeão em título da Liga Sul-americana, e o Polo Aquático, que era tetracampeão sul-americano em título, assim como o Voleibol que acabara de subir brilhantemente à 1ª Liga Nacional e também a Natação, ambas as modalidades com títulos históricos sul-americanos e brasileiros, e o Remo hexacampeão brasileiro foi desorçamentado, perdendo capacidade competitiva, além da belíssima piscina com esplendorosa vista para a baía de Guanabara que acabou estiolando ao sol, rachou e continua sem reparação.

A administração de Durcesio Mello tomou a decisão de extinguir oficialmente as seções de Natação e de Polo Aquático, mas posteriormente procurou diversificar os desportos ditos olímpicos, embora na maior parte dos casos mediante parcerias com outras entidades ou com atletas individuais.

O Mundo Botafogo admite que a gestão de Durcesio Mello foi incapaz de buscar patrocínios e incentivos oficiais suficientes para rejuvenescer o tradicional ecletismo desportivo do Botafogo, mas procurou a diversificação e pudemos ser dignamente representados nos Jogos Olímpicos e em algumas modalidades.

A administração de Durcesio Mello conseguiu captar algumas parcerias e, além do futebol profissional masculino da SAF, o Botafogo colocou algumas modalidades em marcha, embora com parcerias geralmente pouco sólidas e contratações individuais. E esse caminho conduziu a que o nosso Clube dispusesse (em certos casos apenas com equipes de base) das seguintes modalidades: Basquetebol, Basquetebol 3x3, Canoagem, Futebol de 7, Futebol de Mesa, Futebol de Praia, Futebol Feminino, Futsal, Futevôlei, Judô, Remo, Skate, Taekwondo, Vôlei de Praia – conquistando títulos de nível nacional e internacional.

Porém, a nova administração decidiu sacrificar diversas atividades e principalmente menorizar o Remo, modalidade estatutária, que nos deu glórias desde 1894, nos legou a Estrela Solitária e o título simbólico de único clube brasileiro vencedor em três séculos, bem como a qualificação de ‘o mais tradicional’.

Anunciou o Botafogo FR, pelo seu presidente e pelo vice-presidente para o Remo, que o Clube iria reestruturar a modalidade para a tornar mais competitiva.

Interessante… mas…

Desse anúncio o Clube começou rescindindo o contrato com Alexandre Fernandes, o ‘Xoxô’, responsável pela alavancagem do Remo na conquista de diversos títulos nacionais e estaduais nos últimos dez anos.

E de imediato saíram do Clube as remadoras Beatriz Tavares, a melhor remadora brasileira e atleta olímpica, Chloé Gorski e Kissya Cataldo, que atuava no remo e no remo costal, todas elas com diversos títulos de nível nacional.

O Judô, que cresceu extraordinariamente nos últimos dois anos, foi desfeito; o Jiu-jitsu e o Taekwondo, também representado olimpicamente, foram descontinuados.

O Basquetebol está em risco, no Futsal fracassou o entendimento para uma parceria com o Magé, e outros desportos vivem de protocolos e contratações individuais que, muito provavelmente, em vez de melhorarem também estarão em risco, tais como Canoagem, Futebol de 7, Futebol de Mesa, Futebol de Praia, Futevôlei, Skate e Vôlei de Praia.

Sobretudo É INACEITÁVEL que o remo tenha sido uma das modalidades mais afetadas, quando devido ao seu prestígio centenário, a tantas conquistas gloriosas nos estádios de remo do país e à sua condição de modalidade estatutária, a par do futebol, tudo deveria ser feito para preservar, antes de qualquer outra, a modalidade que com o futebol dá nome ao Botafogo.

Gerir um clube com ‘receitas’ de austeridade puramente reativas, em vez de se buscar, por todos os meios, bons patrocínios, subvenções e parcerias sólidas, mediante a credibilidade desportiva publicamente reconhecida através dos títulos conquistados pelo Clube da Estrela Solitária, é fácil porque o sacrifício fica a cargo do empobrecimento desportivo.

Difícil é gerir com a visão, a liderança e a capacidade das soberbas administrações do Botafogo FR nas décadas de 1950 e 1960 em que nos tornamos um verdadeiro CLUBE DESPORTIVO E SOCIAL pelas mãos do presidente Paulo Antônio Azeredo e que colocaram o Botafogo no mundo e nos principais palcos do desporto nacional fazendo brilhar a Estrela Solitária ao mais alto nível.

Excluindo a SAF Botafogo, que felizmente não é gerida pela oligarquia do BFR, e por isso mesmo alcançou em 2024 o topo continental da América do Sul, o desporto no Botafogo de Futebol e Regatas empobrece, empobrece e empobrece…

2 comentários:

Sergio disse...

Muito triste essa situação do esporte amador. Abs e SB!

Ruy Moura disse...

Demasiado triste, meu amigo...
Abraços Gloriosos.

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