por RUY MOURA |
Editor do Mundo Botafogo
As administrações de Carlos Eduardo Pereira e
de Nelson Mufarrej degradaram as modalidades ditas ‘olímpicas’ e foram
abandonados o Basquetebol, que era campeão em título da Liga Sul-americana, e o
Polo Aquático, que era tetracampeão sul-americano em título, assim como o
Voleibol que acabara de subir brilhantemente à 1ª Liga Nacional e também a
Natação, ambas as modalidades com títulos históricos sul-americanos e
brasileiros, e o Remo hexacampeão brasileiro foi desorçamentado, perdendo
capacidade competitiva, além da belíssima piscina com esplendorosa vista para a
baía de Guanabara que acabou estiolando ao sol, rachou e continua sem
reparação.
A administração de Durcesio Mello tomou a
decisão de extinguir oficialmente as seções de Natação e de Polo Aquático, mas
posteriormente procurou diversificar os desportos ditos olímpicos, embora na
maior parte dos casos mediante parcerias com outras entidades ou com atletas
individuais.
O Mundo Botafogo admite que a gestão de
Durcesio Mello foi incapaz de buscar patrocínios e incentivos oficiais
suficientes para rejuvenescer o tradicional ecletismo desportivo do Botafogo,
mas procurou a diversificação e pudemos ser dignamente representados nos Jogos
Olímpicos e em algumas modalidades.
A administração de Durcesio Mello conseguiu
captar algumas parcerias e, além do futebol profissional masculino da SAF, o
Botafogo colocou algumas modalidades em marcha, embora com parcerias geralmente
pouco sólidas e contratações individuais. E esse caminho conduziu a que o nosso
Clube dispusesse (em certos casos apenas com equipes de base) das seguintes
modalidades: Basquetebol,
Basquetebol 3x3, Canoagem, Futebol de 7, Futebol de Mesa, Futebol de Praia, Futebol
Feminino, Futsal, Futevôlei, Judô, Remo, Skate, Taekwondo, Vôlei de Praia – conquistando
títulos de nível nacional e internacional.
Porém, a nova administração decidiu sacrificar diversas
atividades e principalmente menorizar o Remo, modalidade estatutária, que nos
deu glórias desde 1894, nos legou a Estrela Solitária e o título simbólico de
único clube brasileiro vencedor em três séculos, bem como a qualificação de ‘o
mais tradicional’.
Anunciou o Botafogo FR, pelo seu presidente e pelo
vice-presidente para o Remo, que o Clube iria reestruturar a modalidade para a
tornar mais competitiva.
Interessante… mas…
Desse anúncio o Clube começou rescindindo o contrato com
Alexandre Fernandes, o ‘Xoxô’, responsável pela alavancagem do Remo na
conquista de diversos títulos nacionais e estaduais nos últimos dez anos.
E de imediato saíram do Clube as remadoras Beatriz
Tavares, a melhor remadora brasileira e atleta olímpica, Chloé Gorski e Kissya
Cataldo, que atuava no remo e no remo costal, todas elas com diversos títulos
de nível nacional.
O Judô, que cresceu extraordinariamente nos últimos dois
anos, foi desfeito; o Jiu-jitsu e o Taekwondo, também representado
olimpicamente, foram descontinuados.
O Basquetebol está em risco, no Futsal fracassou o
entendimento para uma parceria com o Magé, e outros desportos vivem de
protocolos e contratações individuais que, muito provavelmente, em vez de
melhorarem também estarão em risco, tais como Canoagem, Futebol de 7, Futebol
de Mesa, Futebol de Praia, Futevôlei, Skate e Vôlei de Praia.
Sobretudo É INACEITÁVEL que o remo tenha sido uma das
modalidades mais afetadas, quando devido ao seu prestígio centenário, a tantas
conquistas gloriosas nos estádios de remo do país e à sua condição de
modalidade estatutária, a par do futebol, tudo deveria ser feito para
preservar, antes de qualquer outra, a modalidade que com o futebol dá nome ao
Botafogo.
Gerir um clube com ‘receitas’ de austeridade puramente
reativas, em vez de se buscar, por todos os meios, bons patrocínios, subvenções
e parcerias sólidas, mediante a credibilidade desportiva publicamente
reconhecida através dos títulos conquistados pelo Clube da Estrela Solitária, é
fácil porque o sacrifício fica a cargo do empobrecimento desportivo.
Difícil é gerir com a visão, a liderança e a capacidade
das soberbas administrações do Botafogo FR nas décadas de 1950 e 1960 em que
nos tornamos um verdadeiro CLUBE DESPORTIVO E SOCIAL pelas mãos do presidente
Paulo Antônio Azeredo e que colocaram o Botafogo no mundo e nos principais
palcos do desporto nacional fazendo brilhar a Estrela Solitária ao mais alto
nível.
Excluindo a SAF Botafogo, que felizmente não é gerida
pela oligarquia do BFR, e por isso mesmo alcançou em 2024 o topo continental da
América do Sul, o desporto no Botafogo de Futebol e Regatas empobrece,
empobrece e empobrece…
2 comentários:
Muito triste essa situação do esporte amador. Abs e SB!
Demasiado triste, meu amigo...
Abraços Gloriosos.
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