
Sou um homem da ciência e acredito que a ciência tem contribuído decisivamente para duas coisas essenciais da humanidade: (1) ampliar o conhecimento acerca de todas as coisas que nos rodeiam, superando as aparências e descobrindo a sua essência; (2) democratizar as sociedades através da incorporação da objetividade na vida subjetiva dos humanos.
É por isso que vou fazer referência a uma obra que parece descobrir novidades acerca do voleibol. Trata-se do estudo “Voleibol, um espaço híbrido de socialização esportiva” que integra o livro “Visão de Jogo – Antropologia das Práticas Esportivas”, coletânea organizada por Luiz Henrique de Toledo e Carlos Eduardo Costa, lançado na semana passada, em São Paulo.
A antropóloga Juliana Coelho explorou a hipótese segundo a qual o voleibol é um desporto feminino, coisa muitas vezes enunciada pelo senso comum. Uma das conclusões a que a cientista chegou revela que enquanto os homens escolhem o futebol como desporto favorito, mulheres e homossexuais preferem o voleibol.
Eis um excerto do texto de Juliana Coelho: – “A feminilidade e o homossexualismo não têm vez no universo futebolístico. (...) O vôlei acaba se constituindo em um espaço de sociabilidade feminina e homoerótica. Mais do que isso, acaba se tornando um esporte híbrido – uma vez que permite cruzamentos, misturas, bricolagens entre o que consideramos masculino e feminino”.
A cientista evidencia que o voleibol é uma alternativa para quem não se identifica com o padrão masculino da sociedade: – “Isso se deve ao fato do imaginário dessa masculinidade hegemônica estar, quase que por inteiro, absorvido pelo futebol, restando ao imaginário das masculinidades alternativas e das feminilidades buscar outro espaço de sociabilidade esportiva, outro espaço para praticar esportes e torcer”.
Isto não significa que o voleibol seja um ‘desporto feminino’, até porque todos os desportos são democráticos, mas Juliana Coelho, que esperava, segundo as suas próprias palavras, “encontrar um esporte predominantemente feminino”, verificou que existe “uma proporção de três mulheres para dois homens que gostam do esporte”. Porém, entre os homens parece existir uma forte componente não heterossexual. Em consequência, a pluralidade do voleibol é maior e o desporto é mais híbrido, porque “aceita muito mais quem não se encaixa nessa masculinidade hegemônica que o futebol prega”.
Claro que houve gente do voleibol que não quis comentar o estudo de Juliana Coelho e gente que não concordou com as conclusões, mas a verdade é que não se baseiam em estudos. Juliana Coelho baseia-se. Parabéns pela pesquisa!
Mulheres no futebol, precisa-se!
Fontes
http://esporte.uol.com.br/
É por isso que vou fazer referência a uma obra que parece descobrir novidades acerca do voleibol. Trata-se do estudo “Voleibol, um espaço híbrido de socialização esportiva” que integra o livro “Visão de Jogo – Antropologia das Práticas Esportivas”, coletânea organizada por Luiz Henrique de Toledo e Carlos Eduardo Costa, lançado na semana passada, em São Paulo.
A antropóloga Juliana Coelho explorou a hipótese segundo a qual o voleibol é um desporto feminino, coisa muitas vezes enunciada pelo senso comum. Uma das conclusões a que a cientista chegou revela que enquanto os homens escolhem o futebol como desporto favorito, mulheres e homossexuais preferem o voleibol.
Eis um excerto do texto de Juliana Coelho: – “A feminilidade e o homossexualismo não têm vez no universo futebolístico. (...) O vôlei acaba se constituindo em um espaço de sociabilidade feminina e homoerótica. Mais do que isso, acaba se tornando um esporte híbrido – uma vez que permite cruzamentos, misturas, bricolagens entre o que consideramos masculino e feminino”.
A cientista evidencia que o voleibol é uma alternativa para quem não se identifica com o padrão masculino da sociedade: – “Isso se deve ao fato do imaginário dessa masculinidade hegemônica estar, quase que por inteiro, absorvido pelo futebol, restando ao imaginário das masculinidades alternativas e das feminilidades buscar outro espaço de sociabilidade esportiva, outro espaço para praticar esportes e torcer”.
Isto não significa que o voleibol seja um ‘desporto feminino’, até porque todos os desportos são democráticos, mas Juliana Coelho, que esperava, segundo as suas próprias palavras, “encontrar um esporte predominantemente feminino”, verificou que existe “uma proporção de três mulheres para dois homens que gostam do esporte”. Porém, entre os homens parece existir uma forte componente não heterossexual. Em consequência, a pluralidade do voleibol é maior e o desporto é mais híbrido, porque “aceita muito mais quem não se encaixa nessa masculinidade hegemônica que o futebol prega”.
Claro que houve gente do voleibol que não quis comentar o estudo de Juliana Coelho e gente que não concordou com as conclusões, mas a verdade é que não se baseiam em estudos. Juliana Coelho baseia-se. Parabéns pela pesquisa!
Mulheres no futebol, precisa-se!
Fontes
http://esporte.uol.com.br/