sábado, 31 de outubro de 2009

O futebol é só para ‘homens’?...

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Sou um homem da ciência e acredito que a ciência tem contribuído decisivamente para duas coisas essenciais da humanidade: (1) ampliar o conhecimento acerca de todas as coisas que nos rodeiam, superando as aparências e descobrindo a sua essência; (2) democratizar as sociedades através da incorporação da objetividade na vida subjetiva dos humanos.

É por isso que vou fazer referência a uma obra que parece descobrir novidades acerca do voleibol. Trata-se do estudo “Voleibol, um espaço híbrido de socialização esportiva” que integra o livro “Visão de Jogo – Antropologia das Práticas Esportivas”, coletânea organizada por Luiz Henrique de Toledo e Carlos Eduardo Costa, lançado na semana passada, em São Paulo.

A antropóloga Juliana Coelho explorou a hipótese segundo a qual o voleibol é um desporto feminino, coisa muitas vezes enunciada pelo senso comum. Uma das conclusões a que a cientista chegou revela que enquanto os homens escolhem o futebol como desporto favorito, mulheres e homossexuais preferem o voleibol.

Eis um excerto do texto de Juliana Coelho: – “A feminilidade e o homossexualismo não têm vez no universo futebolístico. (...) O vôlei acaba se constituindo em um espaço de sociabilidade feminina e homoerótica. Mais do que isso, acaba se tornando um esporte híbrido – uma vez que permite cruzamentos, misturas, bricolagens entre o que consideramos masculino e feminino”.

A cientista evidencia que o voleibol é uma alternativa para quem não se identifica com o padrão masculino da sociedade: – “Isso se deve ao fato do imaginário dessa masculinidade hegemônica estar, quase que por inteiro, absorvido pelo futebol, restando ao imaginário das masculinidades alternativas e das feminilidades buscar outro espaço de sociabilidade esportiva, outro espaço para praticar esportes e torcer”.

Isto não significa que o voleibol seja um ‘desporto feminino’, até porque todos os desportos são democráticos, mas Juliana Coelho, que esperava, segundo as suas próprias palavras, “encontrar um esporte predominantemente feminino”, verificou que existe “uma proporção de três mulheres para dois homens que gostam do esporte”. Porém, entre os homens parece existir uma forte componente não heterossexual. Em consequência, a pluralidade do voleibol é maior e o desporto é mais híbrido, porque “aceita muito mais quem não se encaixa nessa masculinidade hegemônica que o futebol prega”.

Claro que houve gente do voleibol que não quis comentar o estudo de Juliana Coelho e gente que não concordou com as conclusões, mas a verdade é que não se baseiam em estudos. Juliana Coelho baseia-se. Parabéns pela pesquisa!

Mulheres no futebol, precisa-se!

Fontes
http://esporte.uol.com.br/

3 comentários:

Luciana Moraes disse...

Nossa!Eu me ponha a disposição!Sou botafoguense até a alma.Tenho até uma tatoo do escudo do Fogão no ombro escrito "O Glorioso".Fora camisas,copos,roupa de cama,bandeiras e etc.Vou aos jogos, discuto e até brigo.Tenho várias amigas botafoguenses que poderiam até formar uma boa "torcida organizada".Futebol só para homens?Digo que discuto futebol na mesma altura e até melhor que muitos homens que conheço.Meu caro, por tudo que sei da torcida,a referida antropóloga (graças a Deus) não está de totalmente certa.Sds.

Luciana Moraes disse...

Nossa!Eu me ponha a disposição!Sou botafoguense até a alma.Tenho até uma tatoo do escudo do Fogão no ombro escrito "O Glorioso".Fora camisas,copos,roupa de cama,bandeiras e etc.Vou aos jogos, discuto e até brigo.Tenho várias amigas botafoguenses que poderiam até formar uma boa "torcida organizada".Futebol só para homens?Digo que discuto futebol na mesma altura e até melhor que muitos homens que conheço.Meu caro, por tudo que sei da torcida,a referida antropóloga (graças a Deus) não está de totalmente certa.Sds.

Ruy Moura disse...

Querida amiga, as pesquisas científicas também servem para, segundo os resultados apurados, alterar a realidade.

Creio que os resultados que a antropóloga encontrou globalmente (e não especificamente) são tendencialmente verdadeiros. Aliás, uma pesquisa recente mostrou que justamente o Botafogo é o clube dos quatro grandes do Rio que menos mulheres incorpora na sua torcida.

Por isso, tendo nós sensacionais mulheres botafoguenses como a Luciana,está na hora de montarem uma torcida forte e persistente que torne o Botafogo mais badalado e mais temido no que respeita a torcidas 'ferozes' (rsrsrs..).

Creio, Luciana, que as mulheres botafoguenses podem ser determinantes para melhorar as nossas torcidas. No mundo do trabalho, nos últimos 30 anos, a chegada em força das mulheres melhorou muito as relações laborais - está na hora de também 'invadirem' o futebol e mostrarem o quanto são essenciais para o futebol e, neste caso, para o nosso Botafogo.

Por exemplo, a Botachopp integra muitas mulheres. Porque não juntá-las mais numa torcida feminina?... Não vejo mal nisso, pelo contrário.

Beijos Gloriosos!

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