sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Um Botafogo especial no mar


O navio cargueiro BOTAFOGO foi um dos dez cargueiros velozes da classe B444. As suas principais características são as seguintes:

“D a t a s

Batimento de Quilha (Keel Laid): maio de 1970 (May 1970)
Lançamento (Launch): setembro de 1970 (September 1970)
Incorporação (Delivered): março de 1971 (March 1971)

C a r a c t e r í s t i c a s (Main Particulars)

Nome (Name): Botafogo
Prefixo (Call Sign): PPDR
IMO nr: 7030597
Estaleiro construtor (Builder/ hull number): Stocznia Gdanska Im. Lenina, Gdansk, Polônia, casco nr. B444/02 (Stocznia Gdanska Im. Lenina, Gdansk, Poland, hull nr. B444/02).
Dimensões (Dimensions): 161,02 m de comprimento total (loa); 150,02 m, de comprimento entre perpendiculares (lbp); 22,99 m de boca (breadth); 9,72 m de calado (draft); 13,31 m de pontal (depth).
Deslocamento (Displacement): aprox 16.000 tons (abt).
Porte Bruto/Capacidade de Transporte de Carga (Dwt/cargo capacity): 12.245 tons, 152 Teus, 1.677 m3 de carga frigorificada (1.677 cbm insulated space).
Toneladas Brutas/Liquidas (Grt/Nrt): 10.192 tons/5.790 tons
Equipamentos para manuseio de carga (Cargo Gear): Paus de carga - 1 x 60 tons; 1 x 30 tons; 16 x 5 tons (Derricks - 1 x 60 mt; 4 x 30 mt; 16 x 5 mt).
Porões de Carga (Cargo holds): 5
Motor Principal (Main Engine): 1 motor Sulzer de 6 cilindros tipo 6RND90 de 17.400 bhp de potência (1 engine Sulzer 6cy type 6RND90 - 17.400 bhp).
Velocidade (Speed): 20,5 nós (Knots)


H i s t ó r i c o (History)

O navio cargueiro BOTAFOGO foi um dos dez cargueiros velozes da classe B444, encomendados ao estaleiro polonês Stocznia Gdanska Im Lenina, em Gdansk, em 1970 por diversos armadores nacionais.

Especificamente foi o segundo das três unidades encomendadas pelo armador Empresa de Navegação Aliança S.A., Rio de Janeiro, RJ.

Seu porto de registro foi o do Rio de Janeiro.

Os cargueiros classe B444 poram projetados na Polônia. Eram navios muito mais modernos do que os Liners brasileiros, seus equivalentes de construção nacional, mas que já nasceram meio ultrapassados.

Os B444 tinham sistema hidráulico para abrir as tampas de escotilha, o que facilitava enormemente o trabalho da tripulação, além de ser sistema muito mais rápido. Quando o tempo estava incerto e caiam pancadas de chuva, as escotilhas hidráulicas podiam ser fechadas, ou abertas, com muito mais rapidez. Nos Liners nacionais, as tampas, do tipo McGregor, requeriam o uso de guinchos, com cabos de arame, sistema trabalhoso e muito mais lento. Outra diferença notável: os brasileiros foram projetados para carregar apenas containers de 20 pés, ficando prontos quando os de 40 já estavam surgindo com força. Já os B444 podiam transportar, sobre as tampas de escotilha, dois de 20 ou um de 40. Assim, no liner nacional, ao se carregar um container de 40 ele ficava com uma extremidade apoiada, a outra tinha que ser nivelada com barrotes. Os nacionais previam containers com 8 pés de altura, quando ficaram prontos já os containers eram, em maior número de 8,5 pés e aí, no lower hold, perdia-se espaço. A aparelhagem de carga dos B444 era muito mais moderna e simples, com suas cábreas Stulcken e seus paus de carga que funcionavam como guindastes. Já a aparelhagem Thomson, dos nacionais, era um emaranhado de cabos, roldanas, catarinas.

O sistema de comando remoto do motor principal, do passadiço, era muito melhor e mais eficiente nos B444 comparativamente aos Liners.

Ou seja, houve uma evolução rápida, como continua havendo, e parece ter decorrido muito tempo entre o projeto e a entrega dos primeiros navios, fazendo com que os liners brasileiros já nascessem desatualizados.

Lindos, eficientes e confortáveis (o camarote do comandante ia de um bordo ao outro) os B444 começaram muito cedo a apresentar problemas, um deles o vazamento com freqüência das redes hidráulicas, danificando a carga nos porões, dado na qualidade do material e equipamento utilizados, talvez sendo esta explicação para uma carreira curta sob bandeira nacional.

(The general cargo BOTAFOGO was one of a serie of ten vessels class B444 ordered in 1970 by various brazilian shipowners to polish shipyard Stocznia Gdanska Im Lenina, Gdansk. To be specific she was the 2nd of a total of three class vessels ordered by Empresa de Navegação Aliança S.A., Rio de Janeiro, RJ. Her port of registry was Rio de Janeiro.)

1982

Agosto: Vendido para o armador grego, baseado em Londres, Inglaterra Veritas Marine Ltd., renomeado FORUM HOPE, bandeira da Grécia, prefixo SXBS, porto de Registro Piraeus.

(Sold to a greek owner based in London, England, Veritas Marine Ltd., renamed FORUM HOPE, Greece flag, call sign SXBS, port of register Piraeus .)

1985

Dezembro: Vendido para desmonte na Republica Popular da China. Sua última viagem foi Rangoon, Birmânia, de onde saiu em 30 de novembro, fundeando em Singapura, aonde suspendeu em 4 de Dezembro com destino a Haiphong, Vietnam, para sua última carga.

(December: Sold for P. R. China Breakers. Her last Comercial trip was Rangoon, Birmania, where leave nov 30th, bound to Singapore. Dec 04th departed, bound to Haiphong, Vietnam.)

1986

Fevereiro: Entregue para desmanche em Nantong, Republica Popular da China.”

Pesquisa de Rui Moura (blogue Mundo Botafogo)

2 comentários:

Anónimo disse...

Que maneiro, seria esse o navio que deu origem ao nome do Bairro Botafogo??
Mudando de assunto, Ruy te recomendo assistir esse video, como sei que voce tem fascinio por goleiros tenho certeza que vai adorar:
http://www.youtube.com/watch?v=A7Ox68g1AZM&feature=related

S.A.
Iram

Ruy Moura disse...

Não, meu amigo, não é esse. Oportunamente publicarei sobre o navio que deu origem ao BFR.

Adoro goleiros, sim. Em especial por duas razões: (a) pela injustiça que os torcedores lhes fazem quando eles deixam entrar um gol e os torcedores se esquecem dos 4 que os avançados não marcaram; (b) pela beleza plástica dos movimentos corporais longilíneos a evitar gols.

Obrigado pela ligação, Iram. Vou ver.

Abraços Gloriosos!

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