por Luiz Sergio Cunha
leitor e amigo do Mundo Botafogo
No jogo de domingo ficou evidente para mim o recato que o Botafogo tem por seus adversários. A elogiosa e educada atitude conservadora que adotou como norma de comportamento, completamente destituída de atrevimento e sem um átimo de molecagem, fez do nosso time um senhor previsível e conservador, daqueles que usa colete, chapéu de coco, bengala, polainas, lenço perfumado no bolso do paletó e uma latinha de rapé na algibeira, e com uma maleta de mão na qual carrega por prevenção, além do guarda-chuva dobrável, uma capa de plástico e galocha de neoprene para os dias de chuva.
Qualquer um que assiste o Botafogo jogar percebe o quanto lhe é constrangedor agredir o adversário e parece que seu supremo desejo é empatar todos os jogos, pois assim não perde e também não prejudica ninguém, numa atitude de bom samaritano de fazer inveja aos padres, quer franciscanos, maristas ou benedetinos.
Menos licenciosidade e mais molecagem é o que está nos faltando. Respeito é uma metáfora apenas para se colocar em posição de humildade no pré-jogo, mas na hora em que a bola corre, nosso adversário tem que saber o tamanho da encrenca que vai ter ao nos encarar.
Como seria bom se fossemos um moleque, a sacanear todo mundo, dançando as danças da vida, sempre encontrando o passo certo para encantar a moça flor, lhe sussurrar nos ouvidos promessas deleitosas, lhe gerando arrepios e suspiros.
Como seria bom se deixássemos de ser o Teodoro Madureira e nos transformássemos num Vadinho e despudoradamente vadiar com todos os nossos adversários e a mídia adversa.
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