quarta-feira, 4 de abril de 2012

Obrigado, Salgueiro Maia!


Permitam-me homenagear hoje um dos homens que mais admirei em toda a minha vida e que faleceu há 20 anos: o Capitão Salgueiro Maia, que enfrentou de peito aberto os últimos tanques do regime fascista português de 1926-1974 e vergou o Almirante inimigo ao poder de fogo que lhe fez crer que possuía. Foi ganha, ali, sem banho de sangue, a Revolução dos Cravos de 25 de Abril de 1974, que libertou Portugal da ditadura e os países lusófonos africanos do colonialismo.

Após tal ato, foi ele que recebeu de Marcello Caetano, presidente do Conselho de Ministros, a rendição do fascismo.

A História tornou-o, indubitavelmente, o maior exemplo de coragem da revolução. Salgueiro Maia, o capitão sem medo, desapareceu a 4 de abril de 1992, vítima de cancro aos 47 anos de idade. A doença tomou-o durante dois anos e foi alvo de intervenções cirúrgicas e tratamentos fortíssimos, mas só comunicou a sua verdadeira doença à esposa nos últimos dias de vida, quando já não tinha forças para manter a vida familiar normal de sempre – que fez questão de levar até ao fim.

Tão notável foi este homem que, ao contrário de muitos dos seus camaradas de armas que aceitaram cargos políticos e honrarias de várias espécies, Salgueiro Maia manteve-se avesso a privilégios e honrarias: recusou ser membro do Conselho da Revolução, ser adido militar numa embaixada à sua escolha, ser governador civil de Santarém e pertencer à Casa Militar da Presidência da República. Como militar considerava que o seu lugar era o quartel e a sua função a vigilância democrática!

Em 1983, recebeu a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, em 1992, a título póstumo, o grau de Grande Oficial da Ordem da Torre e Espada e, em 2007, a Medalha de Ouro de Santarém.

Obrigado, pela tua coragem, camarada!

[PS: Fui 'militar de Abril' quando cumpria o serviço militar obrigatório]

6 comentários:

Gil disse...

Rui,

Você como ninguém sabe que pouquíssimos homens não se permitem e não aceitam as “vantagens”, “privilégios” e honrarias dos cargos públicos.
Outro “Homem” que me recordo e também não aceitou cargos e privilégios e teve a coragem de dizer que não lutou para libertar um povo da ditadura de direita e ver uma ditadura de esquerda é Ernesto Rafael Guevara de La Serna, mais conhecido como “Che Guevara”.

Quando teremos os nossos libertadores em GS?

Parabéns!

Abs e Sds, Botafoguenses!!!

Ruy Moura disse...

General Severiano precisava, talvez, de Luís Carlos Prestes.

Abraços Gloriosos!

Émerson disse...

Rui,
Acho que, se morasse no Brasil, Salgueiro Mia seria botafoguense...
Precisamos, urgentemente, de homens assim em General Severiano...

luiz sergio cunha disse...

RUI,

muito legal a história de vida do salgueiro maia.

não se podia esperar coisa diferente de um sujeito que tem como sobrenomes a vermelho e brando da tijuca e uma das maiores civilizações do mundo.

que o povo português tenha discernimento sobre sua lição de patriotismo.

abrçao,

LSCUNHA

Ruy Moura disse...

Bem visto, Luiz!

Nunca tinha pensado nisso: eu ser Salgueiro e apaixnado pela cultura Maia.

Uma vez fui ao México e fiquei num resort espetacular. Porém, entrei na água duas vezes e, definitivamente, não gosto daquelas águas excessivamente quentes - nem ali nem noutras partes do mundo. Gosto da água morna, mas... quente não!!!

Então, no México, aluguei uma Van com motorista e viajei por toda a Península do Yucatan espiolhando a fabulosa cultura Maia. E passei lá o Natal! Um Natal Maia, imagina!

Em minha opinião, os povos lusófonos não são muito discernentes... países quentes e mediterrânicos... (mas como não digo um pingo de coisas más sobre nenhum país da Lusofonia, fico-me por aqui na conversa...).

Gosto muito mais de realçar as extraordinárias virtudes dos povos lusófonos! Que, aliás, são muito mais interessantes do que grande parte das culturas que conheço, especialmente algumas fundamentalistas em diversos atos da vida. Os países lusófonos são liberais e prazenteiros.

Abraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...

Émerson, acho que um dia perguntei ao Salgueiro Maia se torcia por algum clube brasileiro, e penso que ele respondeu como o Obama: "conheço o Botafogo!" (rs)

Abraços Gloriosos!

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