quinta-feira, 30 de junho de 2016

Islândia: cultura e futebol

Os islandeses são um povo de uma longínqua nação isolada geograficamente no Mar do Norte – o único país europeu que não conheço –, mas que consegue dar lições ao mundo.

No Índice de Desenvolvimento Humano, o mais importante índice mundial que permite avaliar os progressos humanos e o desenvolvimento sustentável, coloca a Islândia como o melhor país do mundo. Ora, foi o melhor país do mundo que há uns anos faliu com a especulação financeira e cujo povo sacudiu o falhanço, impôs um novo modelo de desenvolvimento e retomou a senda do progresso – razão pela qual o jornalismo mundial e a especulação financeira se calaram para não divulgarem a existência de alternativas credíveis ao neoliberalismo selvagem do FMI e de outras instituições mundiais.

Os Islandeses, em número de apenas 330 mil, comprovaram, uma vez mais, que a grandeza de um Povo não se mede por proporções físicas ou demográficas de um país, mas pela qualidade das suas iniciativas.

Tal como a Escandinávia percebeu há duas décadas que a tecnologia e a língua inglesa eram fundamentais para quebrar o isolamento geográfico da região, e investiram em ambas desde os primórdios escolares, a Islândia percebeu que a projeção mundial de um país – quer se queira quer não – reside no… futebol!

Então, a Islândia investiu em escolas de jogadores e em escolas de árbitros; investiu em preparação física dos atletas e em organização desde a sua Confederação até ao interior dos estádios, os quais – na terra do gelo – são alvo de tratamento especial de aquecimento para que os jogos se realizem em condições ideais.

Mas o que motiva realmente este artigo não é exatamente o que já escrevi, mas o que vou escrever agora: a cultura Islandesa foi transferida para dentro dos gramados e para as arquibancadas. Se as comemorações de arquibancada, feitas de classe e sabedoria, mostram a enorme capacidade de um povo em afinar as suas emoções primárias em demonstrações verdadeiramente culturais, as comemorações dentro de campo são algo absolutamente inédito e fantástico.

Sabia-se das características peculiares da Islândia, mas a capacidade de inovar no futebol é realmente inesperada.

A imagem mostra um dos fantásticos quadros coreográficos realçando uma cena de pesca – tão cara aos povos nórdicos – que faz parte do vídeo que se propõe ao leitor: https://www.youtube.com/watch?v=YjHTGjLp6DY

O meu roteiro de férias anotou: visitar a Islândia!

2 comentários:

Sergio disse...

Tenho uma imensa inveja da Islândia vendo o esfacelamento do Brasil, um país imensamente rico em recursos naturais e grande parte de sua população imensamente pobre, principalmente pela falta de sensibilidade humana da elite, ou melhor, da casa grande. Agora que ficou provado que o neoliberalismo é um flagelo para o planeta, os autores do golpe brasileiro querem readotá-lo e entregar o país, aumentar o lucro absurdo do sistema financeiro e que se danem os menos favorecidos. E o que dizer do nosso futebol, uma nação rica em talentos, mas da mesma foram que o país é mal administrado, assim ocorre com o futebol. Que inveja tenho da Islândia. E falando do nosso Botafogo, que inveja tenho do Sporting clube de Lisboa. Será que um dia os brasileiros irão acordar? Acho difícil com a manipulação diária da mídia, mas quem sabe se até essa se torna democrática e civilizada, assim como o capital. Parafraseando o genial poeta: "Sonhar é preciso". Abs e SB!

Ruy Moura disse...

A realidade brasileira e tao ma, mas tao ma, em crescente exponencial desde que a ditadura destruiu os valores brasileiros, que importa SONHAR, SONHAR, SONHAR, acreditando que novos movimentos civicos surjam e obriguem a que uma nova elite consiga emergir. No futebol e na sociedade. Abraços gloriosos.

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