O Botafogo
estreou-se na Copa de São Paulo Júnior num quadro em que a imprensa considera o
nosso Clube como um dos favoritos, ao lado São Paulo e do Flamengo, pela
simples constatação de termos sido campeões brasileiros de sub-20 e chegado à
final da Copa Ipiranga.
Nada mais
falso. A nossa equipe atual limita-se a quatro titulares da equipe campeão
brasileira. Sete dos titulares foram apresentados à equipe principal para 2017,
o que poderá ser uma temeridade dado ser necessário acompanhar os atletas nesta
ascensão para não suceder o que muitas vezes foi dito neste blogue sobre o modo
como Luís Henrique foi queimado por subir do sub-17 ao time principal sem o
acompanhamento indispensável, o qual ocorre em qualquer equipe (departamento de
futebol) responsável.
É certo que
as bases do Botafogo visam encontrar novas ‘estrelas’ para os titulares, mas
isso deve-se fazer gradualmente e sem as precipitações que temos visto nos
últimos anos em que não houve uma única revelação com consistência no futuro
(nem Dória…). E, provavelmente, sem descaracterizar as equipes de base de modo
a que os jogadores se habituem a jogar em equipes equilibradas e não em equipes
subitamente desfalcadas e incapazes de se imporem. Foi o que aconteceu na
estreia do Glorioso na Copinha.
Efetivamente,
além de uma nítida insuficiência tática, resultante de uma pressão ao miolo da
área que não funciona quando o adversário se retranca, as incapacidades da
equipe foram várias.
O Alecrim
sabia das dificuldades que iria enfrentar e montou uma retranca em torno da sua
área, conseguindo travar com facilidade o ataque botafoguense que não passava
do último terço do campo, e simultaneamente manteve uma atenção forte ao
contra-ataque de modo a surpreender o nosso Clube. E isso só não ocorreu logo aos
dez minutos porque a trave parou a bola chutada pelo Alecrim…
Em todo o
primeiro tempo não houve uma única oportunidade de gol botafoguense. Parecia o
irritante jogo do tiki-taka barcelonense sem os craques catalães… Apenas um
remate de bola parada (Kanu) foi parar às redes adversárias pelo lado… de fora!
No segundo
tempo nada mudou significativamente: manteve-se a ausência de mudanças de
flanco no ataque, de centros da linha de fundo, de incursões em diagonal, de
penetrações na área, de velocidade atacante e… uma permanente pontaria falhada.
Quer nos pés quer na cabeça… Os poucos centros efetuados morreram nas cabeçadas
frouxas dos nossos atacantes. E com uma falha da defesa acabou por ser o
Alecrim a inaugurar o marcador. O Botafogo insistiu, é verdade, insistiu
sempre, mas com uma eficácia quase nula. Empatou num lance relativamente
fortuito e depois de um frangaço do nosso goleiro, cujo gol foi anulado ao
Alecrim por suposto impedimento do adversário (a repetição do lance não é
esclarecedora).
Em suma,
temos o sub-20 a começar quase do zero e sem chances da conquista inédita.
Considerando-se que o Botafogo nunca conquistou a Copa São Paulo, é nossa
opinião que a integração dos jogadores do sub-20 fosse feita gradualmente na
equipe principal e pudéssemos lutar por um título claramente em falta no nosso
currículo. E depois continuar, em tempo útil, a reintegração dos jovens na
equipe principal.
O trabalho
de Manoel Renha `afrente das bases é de grande realce e competência, mas, em
nossa opinião, ao defender que as bases não são para conquistar títulos, mas
para revelar ‘craques’, retirou da equipe uma parte de ânsia de vitória, de
luta permanente pelos títulos, de habituação em ganhar, ganhar, ganhar, porque o
Botafogo “não pode perder, perder pra ninguém”.
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