Em primeiro
importar realçar o espírito de luta coletiva e a estratégia adequada do
Botafogo para levar de vencida mais um do grandes clubes sul-americanos, após
eliminar outros dois. Em suma, três grandes clube – Colo-Colo, Olímpia e
Estudiantes – conheceram o sabor do combate botafoguense e perderam aos pontos.
Com as devidas
diferenças de qualidade técnica e de contextos, Jair Ventura faz-me lembrar
Mário Zagallo no famoso período 1967-1969 em que o Botafogo ganhou tudo em que
se envolveu a nível nacional. Efetivamente, apesar da existência de jogadores
como Jairzinho, Gérson, Rogério, Roberto Miranda e Paulo César Lima, o nosso
Clube jogava prudentemente, com muitas cautelas
defensivas e apostando no contra-ataque. Este Botafogo é semelhante,
sendo que a rapidez do contra-ataque é que fica aquém da rapidez de outrora, embora o aproveitamento das
oportunidades geradas – poucas – se tenham traduzido em gols suficientes com
vitórias por margem mínima.
Alguns
amigos meus brincam muito com a expressão ‘Jairzinhozinho’, e eu diria que ‘Jairzinhozinho’ continua ‘jairzinhozando’
como nenhum de nós seria capaz de prever. Da 17ª posição do campeonato
brasileiro de 2016 ao ponto alto a que chegamos, nem o mais optimista imaginaria.
Os atletas
envolveram-se tanto quanto foram capazes no jogo e com o foco indispensável aos
grandes confrontos. O goleiro chegou para as necessidades, apesar de no gol
adversário se encontrar excessivamente deslocado para a esquerda, esperando
talvez um cruzamento, e partido atrasado para a bola de empate. A defesa atuou
bem, com um ou outro problema que Carli emendou, Camilo finalmente jogou bem e
deu o seu máximo, barrando inúmeras iniciativas adversárias, Montillo parece-me
que continua a dever à criatividade de armação – o ponto mais débil no arranque
para o ataque – e na frente Pimpão é o ‘iluminado das decisões’ – e que gol fez
rodando em torno dos adversários!
Roger e
Guilherme não me convencem, apesar do gol espectacular de Roger e das
investidas de Guilherme, já que este perdeu três oportunidades de passar a bola
a companheiros melhor colocados e optou por querer marcar o gol que não
conseguiu.
Quanto às substituições,
foram as necessárias e Jair – talvez inspirado pelo seu aniversário – arriscou,
melhorou o meio campo e investiu no ataque, ficando claro que Sassá é uma mais
valia para desbravar as defesas contrárias no segundo tempo. Na verdade, as
substituições fizeram ganhar o jogo.
Claro que
ganhar sem originalidade não é coisa para o Botafogo. Ora, dois gols de bicicleta
em cinco jogos na Libertadores já é original, mas um gol com um passe de
bicicleta (não me pareceu de voleio, embora também seja original) e concluído
com outra bicicleta, só mesmo no Botafogo!
Finalmente,
realçar como são idiotas as zoações sem sentido, logo, despidas de inteligência.
O Clube sem torcida, num dia de semana e a más horas, teve apenas... 30.000 botafoguenses
no Niltão!
FICHA
TÉCNICA
Botafogo 2x1 Estudiantes
» Gols: Roger,
aos 33’ e Pimpão, aos 78' (Botafogo); Otero, aos 61’ (Estudiantes)
»
Competição: Copa Libertadores da América
» Data: 14.03.2017
» Local:
Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)
» Público: 30.107
espectadores; 28.176 pagantes
» Árbitro:
Jonathan Fuentes (Uruguai); Assistentes: Nicolas Taran (Uruguai) e Richard
Trinidad (Uruguai)
»
Disciplina: cartões amarelos – Marcelo e Bruno Silva (Botafogo); Schunke e Iritier (Estudiantes)
» Botafogo:
Gatito Fernández, Marcelo, Joel Carli, Emerson Silva e Victor Luís; Airton,
Bruno Silva, Camilo (Rodrigo Lindoso) e Montillo (Sassá); Rodrigo Pimpão e
Roger (Guilherme). Técnico: Jair Ventura.
» Estudiantes: Andújar, Sánchez, Schunke, Desábato e Dubarbier; Solari (Cejas), Ascacibar, Damonte e Lucas Rodríguez (Toledo); Otero e Viatri (Iritier). Técnico: Nelson Vivas.
» Estudiantes: Andújar, Sánchez, Schunke, Desábato e Dubarbier; Solari (Cejas), Ascacibar, Damonte e Lucas Rodríguez (Toledo); Otero e Viatri (Iritier). Técnico: Nelson Vivas.
6 comentários:
Prezado Rui Moura,
Que jogo!
Que vitória!
A bem da verdade, não foi um primor de atuação do time mas vencemos!
Derrotamos mais um super campeão.
Isso é Libertadores!
Isso é Botafogo!
Saudações Alvinegras!
Amigo, quanto a mim, numa competição destas, acredito que o foco não é jogar primorosamente, mas ter quatro oportunidades de gol e marcar em duas delas... O Estudiantes teve mais oportunidades do que nós na 1ª parte e... não marcou!
Aliás, em minha opinião, esta equipe não pode jogar bem pela simples razão de não ter boa qualidade técnica. O que tem é um treinador que sabe gerir o vestiário, sabe implicar os jogadores, percebe claramente que tem que jogar com prudência na defesa e espreitar o contra-ataque ou bolas paradas para ganhar.
Vemos muitos jogos - alguns decisivos - em que as equipes campeãs não jogam bem. Já assisti a algumas finais da Liga dos Campeões em que nenhum dos finalistas jogou bem, mas houve sempre um campeão... E confesso que, atualmente, rendi-me ao cinzentismo: quero que o Botafogo se consagre com jogo bonito ou sem jogo bonito. Precisamos de títulos para reacender a gurizada torcedora e obter novos torcedores jovens.
Abraços Gloriosos.
Prezado Rui,
não estou tampouco esperando por brilhantes partidas dessa equipe, mas por vitórias e bons jogos. Ao mesmo tempo, o time transmite alguma tranquilidade, não deixando o torcedor angustiado como de costume (este Emerson não me transmite muita segurança, preferia ver Marcelo ao lado de Carli).
Roger não me parece à altura da nossa camisa, apesar do gol (sinto falta de Neilton). Não faz bem o pivô, é lentíssimo. Parece ser jogador de bola aérea (sem tê-lo ainda comprovado), mas só temos um lateral que avança. Por falar em bola aérea, ela se mostrou um ponto fortíssimo ontem em ao menos três momentos. Camilo alça bem a bola na área. Temos que utilizar esse recurso. Sassá entrou bem, mas me parece que precisa ser orientado a não querer bater boca com o juiz ou com adversários. É exagerado e sem razão.
saudações alvinegras, Marlon.
De acordo, Marlon. E penso que o jogo de iontem foi bom, foi disputado, foi 'Copa Libertadores'. Surpreendente o Jair sem experiência e agindo bem. E alguns atletas pouco experientes não acusaram peso de responsabilidade.
Confesso que também não me agrada o Roger, e mesmo o Guilherme está muito verde. O Camilo tem que fazer esses centros em diagonal, centros tensos difíceis para os goleiros defenderem.
O Sassá é um pouco tolo e naõ vai ser fácil, mas que nas segundas partes baralha as defesas contrárias, não tenho dúvidas. Entrou por ali dentro que foi uma maravilha... (rs)
Até catimba soubemos fazer e não respondemos às provocações!
Abraços Gloriosos.
Muito boa leitura, vimos o mesmo jogo. O Estudiantes é um bom time e acho que tem jogadores tecnicamente superiores aos do Botafogo, em especial o camisa 7, mas taticamente o Botafogo está muito bem, e mais importante: parece não se desesperar em nenhum momento. Esperemos que o Montillo possa render mais assim como o Camilo, que apesar de não ter tido uma participação ruim ainda não recuperou completamente a forma do ano passado.
Gostei do Marcelo, que embora não seja LD fez um cruzamento precioso para o 1º gol. Certo que foi afobado na falta que originou o gol de empate, aí pesou a falta de experiência, mas afinal, experiência só se adquire jogando. Apesar da falta ter sido bem batida, achei que era defensável, pois além da barreira mal armada a posição do Gatito fez com que pulasse atrasado.
Realmente o estilo de jogo lembra o de 67/68. Uma pena que não tenhamos atacantes rápidos para puxar os contra-ataques.
Gostei da participação do Sassá, mas acho que o egoismo ainda o atrapalha: em duas oportunidades poderia ter passado a bola para companheiro melhor colocado. Mas enfim, valeu pela brilhante jogada do segundo gol.
Na defesa me preocupa o ES, acho lento e presa fácil para jogadores com um pouco de habilidade, além de abusar das faltas. O Carli também é um pouco lento, mas sabe se colocar e se antecipar bem.
No meio Airton e BS estão bem, aliás o segundo ontem foi talvez o melhor jogador em campo. Apesar do belo gol, ainda não acho que o Roger seja a solução para o ataque, mas enfim, é o que temos.
Com o final da greve no futebol argentino, a tendência é que os times de lá cresçam, afinal, ficar 80 dias sem jogos do campeonato pesa, e pesa muito, coisa que beneficiou os cathiformes contra o S. Lorenzo.
Grupo muito difícil esse do Botafogo, mas tenho a impressão que pelo estilo de jogo que o time do Botafogo utilizada poderá ser favorável em jogos fora de casa. Valeu pela vitória, contra um time de boa qualidade. Abs e SB!
Perfeito, Sérgio! Não mencionei esse aspecto sobre o Sassá, mas concordo inteiramente que ele também foi 'fominha' como o Guilherme. O Bruno Silva também se revelou muito mais interessante do que parecia inicialmente.
O Grupo é difícil e nada está ganho ainda. Nos próximos dois jogos - fora! - a foco tem que ser total!
Mas, em minha opinião, na ausência de Jefferson, o craque é mesmo... Jair Ventura! (rs)
Abraços Gloriosos.
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