por CARLOS VILARINHO
especialmente para o
Mundo Botafogo
sócio-proprietário e
historiador do Botafogo de Futebol e Regatas
[A narração que se segue
reporta-se ao ano de 1964]
No
eufórico vestiário [após vitória de 5x0 sobre o Bangu], Nilton Santos reconheceu que o Botafogo vencia qualquer um quando
jogava com raiva: “Não tenho dúvida de que, numa melhor de três [para desempatar
o Torneio Rio-São Paulo com o Santos],
agora, seria ganha por nós”. […]
Com
a melhor de três, o Botafogo estimava ganhar 40 milhões. No vestiário, Palmeiro
revoltou-se com a posição de Havelange (revelada a Octávio) a qualquer
alteração no programa da CBD: “Realmente, somente em março de 1965, é que se
encontrarão datas para esse desempate. […]
Por
pressão militar, os deputados, ao arrepio das Constituições Federal e Estadual,
haviam escolhido Raphael Magalhães (42 votos) para o cargo de vice-governador,
substituindo Eloy Dutra (484.842 votos), cassado e encarcerado por ter
atravessado o caminho do IBAD. Como gratidão ao apoio eleitoral de Havelange,
Raphael demitirá Emílio Ibrahim em duas semanas.
Tão
logo assumisse, Raphael substituiria Lacerda (percorrendo a Europa, em missão
de defesa do golpe). Em seu discurso de posse […] afirmou que Lacerda era “símbolo, condutor e
guia” do seu Governo. João Citro estivera mais cedo na CBD para solicitar
oficialmente a dispensa dos convocados. Mozart Do Giorgio informou que o Santos
se recusava a decidir agora ou logo após a Taça das Nações. Na verdade, Athiê
Jorge Coury desejava que o Botafogo e o Santos fossem proclamados campeões. […]
Na
segunda-feira foi lida no Senado a mensagem de Castello Branco, designando para
embaixador brasileiro, em Washington, Juracy Magalhães, autor da frase: “O que
ée bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil.”
[…]
Na
segunda-feira, Kubitschek, franco favorito nas eleições presidenciais de 1965,
foi cassado. Correndo grave risco, ele profetizou: “Meus inimigos me temem
porque temem a manifestação do povo. O vendaval de insânias arrastará na sua
violenta arrancada mesmo os meus mais rancorosos desafetos [Adhemar de Barros e
Lacerda]. Um por um, eles sentirão os efeitos da tirania que ajudaram a instalar
no poder”. O caminho de JK será o exílio”.
Fonte do excerto: VILARINHO, C. F. (2016). O Futebol do Botafogo 1961-1965. Edição do Autor:
Rio de Janeiro, pp. 219, 221-222.
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