por CARLOS VILARINHO
especialmente para o
Mundo Botafogo
sócio-proprietário e
historiador do Botafogo de Futebol e Regatas
[A narração que se segue
reporta-se ao ano de 1965]
Na quarta-feira, Nilton Santos procurou
Palmeiro para pedir a rescisão do contrato. Palmeiro então lhe ofereceu um
cargo de assessor especial junto à presidência, que foi aceito. […]
Na manhã de quinta-feira estourou a
bomba! Nilton Santos percorreu os jornais para entregar cópia da carta que,
depois, às 19 horas, fez chegar às mãos de Palmeiro através de Sandro Moreyra.
Afirmou que se iludira ao pensar que “vale a pena um jogador ser correto,
honesto e dedicado ao seu clube”. Segundo a carta, os dirigentes, salvo raras
exceções, só valorizam o jogador 2enquanto ele representa lucro para o clube e
prestígio para eles”. […]
Repeliu a iniciativa de promoverem “o
levantamento do que recebi, pretendendo que o que me pagaram foi um favor e não
a retribuição de que me fiz credor, digna e honradamente”. […]
No sábado, também veio a público a
resposta de Palmeiro: […] “Chegou-me a informação de que você estava visitando pessoalmente as
redações de alguns jornais entregando-lhes cópia de uma carta a mim dirigida e
que eu ainda não recebera – solicitando rescisão de contrato. […] Surpreendeu-me que você também a mim não
fizesse pessoalmente a entrega da carta, mormente quando, no dia anterior, mantivemos
longa e amistosa conversa, despedindo-nos com abraço afetuoso e demorado.”
[…]
“Surpreendeu-me, ainda, o conteúdo da
carta pelo seu flagrante desacordo com o estado de espírito, os critérios de
julgamento e os propósitos revelados por você na véspera, quando passamos em
revista os acontecimentos mais recentes.” […]
O Jornal […] comentou: “A
carta de Nilton Santos, que todos sabem ter sido assinada por ele, já que foi
redigida por um dos cronistas que fazem campanha contra a atual diretoria
[…] não apresentou um elemento concreto
para fundamentar tais acusações. O alto comando do Botafogo lamenta que o
famoso jogador […] se tenha deixado
envolver numa teia de intrigas a ponto de colocar sua assinatura num documento
que não escreveu e cujo conteúdo ele sabe que não representa a verdade.”
Fonte do excerto: VILARINHO, C.
F. (2016). O Futebol do
Botafogo 1961-1965. Edição do Autor: Rio de Janeiro, pp. 273 a 275.
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