sábado, 7 de julho de 2018

Paulo César Caju: sempre polêmico e arrasador “torcendo para a Bélgica”


Excertos de entrevista ao jornal ‘O Tempo’.

"As arenas no Brasil se transformaram em estádios para rico. Quem ganha mil reais não consegue ir aos jogos. E a qualidade do nosso futebol está uma porcaria. Os melhores jogadores do país estão na Europa. A seleção brasileira não me interessa, gosto de futebol bonito, não importa de onde. Independentemente se ganha título ou não, gosto da escola belga e não é de agora. Eles têm um estilo gostoso. Não quero falar sobre seleção brasileira, sobre Neymar. Não estou nem aí para a seleção, queria que acabasse tudo, que explodissem o Brasil. Estou torcendo para a Bélgica. Gosto de futebol leve, solto, limpo. A Bélgica tem jogadores talentosos que amadurecem a cada Copa. Não gosto de força, gosto da caneta, de balãozinho.

Ao falar da corrupção no futebol, ele também detonou jogadores e técnicos. "São um bando de alienados. Sabem de tudo o que acontece. Aqui no Brasil não precisa contar com ninguém. Só depois que jogaram banana para o Daniel Alves ele foi ver que é filho de preto. O Neymar disse que não é preto. Você vê esses caras assumirem alguma posição? Nem com relação à corrupção na CBF. Um está preso (José Maria Marin, ex-presidente da entidade) e tem dois (Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira, também ex-presidentes) que a Interpol só está esperando que eles pisem fora do país para prendê-los. Fui cortado da Copa de 1978 porque bati de frente com o Almirante Heleno Nunes, ex-presidente da CBD (Confederação Brasileira de Desportos, hoje CBF). Mandei ele passear, cuidar de armas, porque de futebol ele não entendia nada. Zico, Rivellino, Luís Pereira... ninguém se levantou para me defender, mas tudo bem. Não cobrei nada de ninguém. Se eu jogasse hoje, reuniria os jogadores e falaria para não jogarmos na seleção enquanto os casos de corrupção não fossem resolvidos. Tem uma música do Bezerra da Silva que é genial: "Se gritar pega ladrão, não fica um, meu irmão.

Sou privilegiado por ter estado naquele time, mas eu tinha talento, não estava ali do nada. O Botafogo, meu time na época, também era uma seleção, então eu já estava habituado a estar ao lado de craques. Não tinha essa de ficar "nossa, olha o Pelé, olha o Tostão, olha o Rivellino". Era normal. Eles também podiam ficar "nossa, olha o Caju".

A única coisa que sinto é que uma geração brilhante, que ganhou três Copas do Mundo, foi esquecida no próprio país deles. Como a (tenista) Maria Esther Bueno, que só foi homenageada depois que morreu. Somos um país sem memória, ignorante.”

4 comentários:

Carlos Eduardo disse...

PC tá muito lúcido quando disse isso tudo,não tiro uma virgula do que foi dito.

Estava comentado com meu pai ontem em relação a seleção que de 50-70 jogou 6 copas,onde tirando 54(o Brasil foi até bem) e 66(por pura bagunça e fazer media com todos,a seleção foi mal) em 50,58,62 e 70 protagonista absoluto com futebol bem jogado,sendo 3 titulos.Essa sim uma geração decente,onde os craques não ficavam espantados com outros,pois ou jogavam juntos ou muitas vezes contra,ou a pior o tal "estrelismo" que enche o saco.
Sendo que só foi ser repetido esse fato de geração decente em 94-2002.
O que eu quero dizer é que há muito tempo não temos uma seleção com cara de seleção brasileiro.O que temos desde 2010 com a apice do fundo do poço em 2014 é um amontuado de jogadore$ que não sentem o peso da camisa canarinho e jogam por contrato em dolar(como diria João Saldanha) só que é um selecionado estilo "pelada de fim de festa".

Aí muitos podem falar que é exagero do PC e meu também,mas não.Nunca ouve uma geração tão mediana(pra não dizer outra coisa),os caras não tem psicologico para chegar bem em momentos importantes numa GRANDE competição todo mundo já percebeu isso,eu acho,inclusive a imprensa.

Parece que o complexo de vira-latas está voltando só que dessa vez não temos um novo Garrincha,um novo Pele.

E esquecem o que Bocafogo(dec 30 e 60),Vasco(Esquadrão da Vitoria),Santos(de Pele),Palmeiras (de Ademir da Guia) e Cruzeiro(de Tostão) foram responsaveis um mais outro menos,por criarem o tal "futebol arte",que encantou plateias.O povo tem memoria curta,EU NÃO.

E quem comanda a seleção(em qualquer area) parece que não se dá conta disso,enfim.

Acompanhaste a Copa,Ruy???



Flavio Silveira disse...

PC Caju ...sempre preciso....

Ruy Moura disse...

Concordo, Carlos Eduardo.

Acompanhei a Copa nos jogos do Brasil e de Portugal. Os demais assisti apenas a alguns resumos das principais equipes.

Eu adiantaria que o grande problema da Seleção, e outros vêm por arrastamento, é... Neymar!

Este 'menino' não tem carisma, não tem garra de líder, é malcriado, arruaceiro, destruiu a sua própria imagem nesta Copa, gozado como cai-cai em todo o mundo, e isso significa que não há comando dentro de campo. Qualquer Seleção campeão do mundo só o conseguiu com um líder em campo. Neymar não é líder de coisa alguma. Não acredito nele para 2022. A não ser que Jesus Cristo desça à Terra e faça um milagre... Enfim...

Abraços Gloriosos.

Ruy Moura disse...

É, Flavio, ele não perdoa. Foi sempre um homem polêmico, e embora com os seus defeitos, fala claro. Mas parece não adiantar nada, porque fala assim há décadas e o futebol brasileiro está como está... Com esta CBF e esta Globo não há voz que chegue aos céus...

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