domingo, 13 de janeiro de 2019

Celso Oliveira - ontem faria 96 anos

por CESAR OLIVEIRA
EditordeLivrosdeFutebol
Meu querido amigo de muitos anos

Papai se foi cedo demais, em 1982, com apenas 59 anos. Uma tradição na família, desenhava como poucos. Sem muitas oportunidades de estudo, colocou os três filhos na faculdade. Na juventude, era goleiro -- talvez pela altura. Era alto para os padrões da época.

Foi ele quem me deu o primeiro livro de futebol: "Gigantes do Futebol Brasileiro", de Marcos de Castro e João Máximo.

Botafoguense, não impediu que meus irmãos virassem Fla e Flu. A mim, cativou em 1957, quando chegou de General Severiano trazendo a camisa de Paulinho Valentim, artilheiro (5 gols) da final do Carioca, 6 a 2 no Tricolor das Laranjeiras.

A camisa, ele pegou no vestiário, depois da vitória (não foi "roubada", como diz a legenda da foto). Lembro que a camisa não tinha o escudo e ele esclareceu que "a esposa do craque havia tirado uma tesourinha de unhas da bolsa e cortado o escudo", sob a alegação que precisaria "costurá-lo na camisa do ano seguinte...

Muitos anos depois, já envolvido com a edição de livros de futebol, produzindo "Botafogo: 101 anos de histórias, mitos e superstições" para o meu saudoso amigo Roberto Porto, tomei conhecimento de quem era "a esposa de Paulo Valentim": era Hilda Maia Valentim, a lendária Hilda Furacão.

Foto que, aliás, foi o jornalista e escritor Rafael Casé quem achou em suas pesquisas e me mandou. Foi feita na comemoração em General Severiano, de onde ele partiu para Vila Isabel e entrou aos berros na vila onde morávamos, beijou minha mãe e vestiu em mim a camisa do artilheiro. Pronto! Eu estava definitivamente inoculado com o "virus botafoguensis"...

Fomos a muitos jogos juntos: no Maracanã, em General Severiano, até em Figueira de Melo. Vimos Aída dos Santos, o húngaro Szabo no water-polo, basquete e vôlei, remo na Lagoa.

Ele me ensinou também a ser desportista, aceitar as derrotas e dar valor ao mérito dos vencedores. Olimpicamente.

Grande Celso Oliveira! Que Deus o abençoe!

6 comentários:

LivrosdeFutebol disse...

Muito grato, grande Rui, por reproduzir essa homenagem a um quase centenário Botafoguense!
Grande abraço!

Ruy Moura disse...

Lindo pai e lindo texto! Fiquei absolutamente grudado em tanto amor!
Abraços Gloriosos.

Carlos Eduardo disse...

É o que eu digo: História e tradição genuinamente honesta e verdadeira não há dinheiro que compre,Ruy.
É na crise que apesar dos pesares o Botafogo se torna uma figura singular de um tamanho gigantesco.
A história e ídolos estão aí pra nos acalmar nos tempos de dificuldades.
É por essas histórias que o Botafogo se torna tão mítico e incomparável.
O tempo bom vai chegar,vai retornar,mas até lá o que estão fazendo com esse clube,Ruy???

Unknown disse...

SIMPLESMENTE MARAVILINDO

Ruy Moura disse...

Verdade, Carlos Eduardo. O Botafogo é um caso exemplar de que a Grandeza não é apenas conjuntos de título, mas de histórias, dedicação, paixão.

Do ponto de vista competitivo... bem, digamos... que estão tentando que oClube venha a competir com o América e o Bangu...

Veremos se há ou não Salles, e se, em caso de haver, o controlo sobre os dirigentes profissionais é efetivo e se não os deixam fazer o que estes dirigentes amadores desde há décadas fazem de muito mau (excluo desta avaliação negativa a gestão positiva de Bebeto de Freitas).

Abraços Gloriosos.

Ruy Moura disse...

SEM DÚVIDA!

Abraços Gloriosos.

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