Garrincha, com a cantora ao seu lado esquerdo, rodeado pela criançada. Crédito: Hélio Passos / revista O Cruzeiro, acervo da Biblioteca Nacional.
por RUY MOURA
Editor do Mundo Botafogo
O joelho debilitado de Garrincha constitui uma longa história, muitas vezes mal contada. Resistente a operar o joelho pela via da medicina ‘oficial’, o craque procurou tratamentos através de medicinas ‘alternativas’, cujos resultados nunca se mostraram satisfatórios. Posteriormente, nem mesmo a intervenção cirurgica, que insistiu em realizar fora do Botafogo, logrou obter sucesso.
Em 1963, acompanhado pela cantora, Garrincha rumou a Guarapari, município capixaba, para se tratar durante uma semana inteira na praia da Areia Preta, cobrindo as pernas com areia monazítica, supostamente ‘milagrosa’.
Obviamente que, como se sabe, o ‘tratamento’ não funcionou, mas o então recente bicampeão do mundo alvoroçou Guarapari com a sua presença, constituindo alvo de atenção tanto da garotada como dos adultos. Na foto vê-se os adultos na parte de cima do areal e, em baixo, envolvendo Garrincha, a criançada com quem ele sempre se deu tão bem.
Talvez o ponto mais
curioso da história, num Clube pleno de superstições e de mandingas, é que a
sugestão de Garrincha se ‘tratar’ com areia monazítica partiu de… João Saldanha
(!!!) e foi respaldada pelos dirigentes do Clube.
6 comentários:
Olá Ruy!
Uma crueldade com o futebol esse problema do Garrincha, uma história como você disse sempre mau contada.
Mas é um prazer ler a matéria e ver as pessoas tão próximas a Garrincha, um homem que já era bicampeão do mundo e talvez no momento mais luminoso da sua carreira.
Um abração!
Ah!
Quando era criança, lembro das pessoas indo a Araruama atrás de uma areia milagrosa.
Garrincha talvez seja o diferente, mais igual a todo mundo, e aí residia sua outra genialidade.
Exato, Leymir, a história vale sobretudo pela admiração que o povo tinha por Garrincha, em especial as crianças, e as crenças em mandingas, seja de gente de origem modesta como Garrincha e a cantora, seja de gente de uma estratificação social elevada, como Saldanha e os dirigentes do Botafogo à época, que eram nada mais nada menos pessoas como Paulo Azeredo, Sergio Darcy e outros da elite carioca.
O que indicia que em matéria de crenças religiosas, superstições e mandingas não há etratificação social classista nenhuma.
Grande abraço.
Bom dia Ruy!
https://www.facebook.com/omuseudapelada/videos/512240443071355/
Essa é um entrevista linda, muito emocionante com Coronel. Claro que boa parte da entrevista é sobre seu grande amigo e literalmente pesadelo: Mane Garrincha.
Nessa entrevista emocionante, ele ainda lembra de Altair e Jordan, com distinção honrosa a Jordan que diferente dele e de Altair nunca fora desleal com o Mané.
Quando tiver um tempo veja, valerá muito a pena!!!!
Uma absoluta delícia!!! E a esposa dele?... Aí mulher desenvolta!!!
ADOREI!
Coronel faleceu pouco tempo depois da entrevista, com 84 anos.
Curiosamente eu tenho preparado matéria relacionada. A primeira está programada para o dia 5 de fevereiro (a agenda editorial pode mudar se assuntos mais pertinentes da atualidade o exigirem).
Abração, companheiro.
Não vejo a hora de ler!
Abração!!!!
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