segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Garrincha e a areia ‘salvadora’ de Guarapari: uma cidade em alvoroço

Garrincha, com a cantora ao seu lado esquerdo, rodeado pela criançada. Crédito: Hélio Passos / revista O Cruzeiro, acervo da Biblioteca Nacional.

por RUY MOURA

Editor do Mundo Botafogo

O joelho debilitado de Garrincha constitui uma longa história, muitas vezes mal contada. Resistente a operar o joelho pela via da medicina ‘oficial’, o craque procurou tratamentos através de medicinas ‘alternativas’, cujos resultados nunca se mostraram satisfatórios. Posteriormente, nem mesmo a intervenção cirurgica, que insistiu em realizar fora do Botafogo, logrou obter sucesso.

Em 1963, acompanhado pela cantora, Garrincha rumou a Guarapari, município capixaba, para se tratar durante uma semana inteira na praia da Areia Preta, cobrindo as pernas com areia monazítica, supostamente ‘milagrosa’.

Obviamente que, como se sabe, o ‘tratamento’ não funcionou, mas o então recente bicampeão do mundo alvoroçou Guarapari com a sua presença, constituindo alvo de atenção tanto da garotada como dos adultos. Na foto vê-se os adultos na parte de cima do areal e, em baixo, envolvendo Garrincha, a criançada com quem ele sempre se deu tão bem.

Talvez o ponto mais curioso da história, num Clube pleno de superstições e de mandingas, é que a sugestão de Garrincha se ‘tratar’ com areia monazítica partiu de… João Saldanha (!!!) e foi respaldada pelos dirigentes do Clube.

6 comentários:

leymir disse...

Olá Ruy!

Uma crueldade com o futebol esse problema do Garrincha, uma história como você disse sempre mau contada.

Mas é um prazer ler a matéria e ver as pessoas tão próximas a Garrincha, um homem que já era bicampeão do mundo e talvez no momento mais luminoso da sua carreira.

Um abração!

leymir disse...

Ah!

Quando era criança, lembro das pessoas indo a Araruama atrás de uma areia milagrosa.

Garrincha talvez seja o diferente, mais igual a todo mundo, e aí residia sua outra genialidade.

Ruy Moura disse...

Exato, Leymir, a história vale sobretudo pela admiração que o povo tinha por Garrincha, em especial as crianças, e as crenças em mandingas, seja de gente de origem modesta como Garrincha e a cantora, seja de gente de uma estratificação social elevada, como Saldanha e os dirigentes do Botafogo à época, que eram nada mais nada menos pessoas como Paulo Azeredo, Sergio Darcy e outros da elite carioca.

O que indicia que em matéria de crenças religiosas, superstições e mandingas não há etratificação social classista nenhuma.

Grande abraço.

leymir disse...

Bom dia Ruy!

https://www.facebook.com/omuseudapelada/videos/512240443071355/

Essa é um entrevista linda, muito emocionante com Coronel. Claro que boa parte da entrevista é sobre seu grande amigo e literalmente pesadelo: Mane Garrincha.


Nessa entrevista emocionante, ele ainda lembra de Altair e Jordan, com distinção honrosa a Jordan que diferente dele e de Altair nunca fora desleal com o Mané.

Quando tiver um tempo veja, valerá muito a pena!!!!

Ruy Moura disse...

Uma absoluta delícia!!! E a esposa dele?... Aí mulher desenvolta!!!

ADOREI!

Coronel faleceu pouco tempo depois da entrevista, com 84 anos.

Curiosamente eu tenho preparado matéria relacionada. A primeira está programada para o dia 5 de fevereiro (a agenda editorial pode mudar se assuntos mais pertinentes da atualidade o exigirem).

Abração, companheiro.

leymir disse...

Não vejo a hora de ler!

Abração!!!!

Botafogo Campeão Metropolitano Sub-12 (todos os resultados)

Equipe completa. Crédito: Arthur Barreto / Botafogo. por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo O Botafogo sagrou-se Campeão Metropolitano...