por JOSÉ VANILSON JULIÃO
Blog Jornal da Grande Natal
[Nota do editor do Mundo Botafogo: Paulinho ‘Ladrão’ foi alvo de uma publicação recente no blogue, e para quem gosta das histórias curiosas inicia-se uma série na esteira daquela publicação. Hoje, o estimado amigo do Mundo Botafogo, José Vanilson Julião, trata da vida futebolística de Antônio Ribeiro de Omena, o ’Badal’, que não foi atleta no Botafogo mas era irmão de Paulinho ‘Ladrão’, que acabou por levá-lo, em 1962, para o Madureira e o defrontar mais tarde. Uma história verdadeiramente de bola e… alfinete!]
O carioca Antônio Ribeiro de Omena nasceu no Bairro de Marechal Hermes. Era conhecido familiarmente como ‘Badal’. Aos 17 anos trabalhava na Marinha. Caçula de quatro irmãos – Hildebrando, Iraci e Paulinho, a quem via jogar.
Em 1962, com 18 anos, chegou ao Madureira levado pelo irmão Paulinho. Permaneceu por oito anos no Tricolor Suburbano: juvenil, aspirante e profissional. Era coringa: meia-esquerda, zaga central, lateral-esquerda e até no gol.
Na Portuguesa carioca ficou uma temporada. No final de 1961, no batizado de um amigo, soube que Garrinchinha estava querendo levar três jogadores para o Moto Clube, para passar 20 dias em São Luís.
Vieram Omena, Zé Carlos e Joubert. – Fiquei impressionado com a recepção. Jogávamos em time sem torcida no Rio e de repente estávamos num time de grande torcida. O fascínio se tornou grande responsabilidade.
Desembarcaram no sábado e no domingo enfrentaram o Sampaio Corrêa. O Moto não ganhava havia dois anos. 1 a 0, gol de Nabor, amistoso (29/04/1962). Nos dois domingos seguintes o rubro-negro venceu pelo mesmo placar (5x1).
Com medo de perder o emprego na Marinha,
voltou ao Rio. O presidente César Aboud foi buscá-lo a pedido da torcida,
quando conseguiu a transferência do emprego. Nas temporadas 62/63 não foi
campeão. – Éramos unidos dentro e fora de campo. Ficamos dois anos sem perder
para o Sampaio.
Em 1963 se casou com Lâmia Ayoub. Relembra que foi um casamento regado a
uísque. – Casei com uma pessoa da alta sociedade. Na festa meus amigos da
bola não puderam ser convidados, exceto o técnico Rinaldi Maia.
Campeão da Região Norte do Brasileiro de Seleções (1962), em 1964 saiu para o Sampaio, o que parecia impossível. Mudança que traçaria outro rumo na carreira. No mesmo ano foi campeão e a torcida o apelida de ‘Divina Dama’. Em 65 o bi. Sem vitória do Moto.
No ano do bi Tricolor, um fato inédito. Chateado por Coelho (MAC) ter feito um gol irregular em cima dele num jogo contra o Sampaio, resolveu dar um troco politicamente incorreto. Entrou com um alfinete e toda vez que Coelho ia para a área o espetava. Foi expulso, mas o árbitro, pela reclamação do centroavante atleticano, levou o caso ao TJD, que, por falta de provas, não condenou o zagueiro. – Essa história rendeu notícia nacional.
Brigou com dirigentes em causa própria e pelos companheiros. O declínio começou após briga com Antônio Bento Cantanhede Farias, diretor do Sampaio. – Fiquei sem jogar por seis meses. Não aceitava as condições que me oferecia.
No segundo semestre de 1966 estava no Ferroviário. Em 1967 no Maranhão. – O Moto me buscou, o Sampaio dá glórias e o MAC conquista meu coração. Em 1969, aos 35 anos, encerrou a carreira. Com o casamento abalado voltou ao Rio.
Como técnico foi auxiliar na Seleção Brasileira sub-20 (1989), Alecrim (Natal/RN), Ferroviário, Ji-Paraná (Rondônia), Rio Negro, São José e Tocantins.
Fontes: O professor de Educação Física Hugo José Saraiva Ribeiro,
natural de Pinheiro/MA, escreve: "Sampaio Corrêa, uma Paixão dos
Maranhenses" (lançado em fevereiro/2011, "Memória Rubro-Negra: de
Moto Club a Eterno Papão do Norte" (setembro/2012) e "Salve, Salve,
meu Bode Gregório: a História do Maranhão Atlético Clube" (Setembro/2014). Republica no Blog Futebol Maranhense (28/5/2014)
o texto “Omena ‘Divina Dama’”, dos repórteres Edivaldo Pereira Biguá e
Tânia Biguá, na seção "Onde Anda Você?" (O Estado do Maranhão – 22/02/1999).
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