domingo, 2 de maio de 2021

Garrincha e o ‘João’ do olé mexicano: Vairo (V)

por RUY MOURA

editor do Mundo Botafogo

Adaptado ao futebol em 1958, o “olé!” nasceu de um jogo entre o Botafogo, campeão de 1957, e o River Plate, tricampeão argentino, disputado na Cidade do México. O “olé” deve-se à inspiração de Garrincha e à persistência de Vairo.

Como escreveu Saldanha – tão craque com as palavras quanto Garrincha com a bola – é apropriado que Mané tenha inspirado esse grito:

– “Garrincha é o próprio ‘olé’ dentro e fora de campo, jamais vi alguém tão desconcertante, tão driblador. É impossível adivinhar o lado por onde Mané vai sair da enrascada. Foi a coisa mais justa do mundo que Garrincha tivesse sido o inspirador do ‘olé’”.

– “Toda vez que Mané parava na frente de Vairo, os espectadores mantinham-se no mais profundo silêncio. Quando Mané dava aquele seu famoso drible e deixava Vairo no chão, um coro de cem mil pessoas exclamava: ‘Ô ô ô ô ô ô-lê!’. Num desses momentos, um dos clarins dos mariaches atacou o trecho de Cármen que é tocado na abertura das touradas. O estádio quase foi abaixo.”

Nascida a gíria do ‘olé’, as agências telegráficas trataram de enviar longas mensagens sobre o acontecimento e deram grande destaque ao ‘olé’. As notícias repercutiram bastante no Rio e a torcida carioca consagrou o ‘olé’.

Piedoso, o treinador José Maria Minella, do River Plate, substituiu o jogador, que saiu de campo rindo e exclamando: – “No hay nada que hacer. Imposible!” E em tom de brincadeira aconselhou o seu substituo, antes de entrar em campo, a escrever uma carta de despedida à sua mãe…

O “Jarrito de Oro”, normalmente votado e entregue no dia seguinte ao melhor jogador do torneio, naquele ano foi entregue ali mesmo, no estádio, a Garrincha. O inigualável Mané foi carregado aos ombros pelos torcedores numa volta olímpica.

Curiosamente, seis anos após o baile dado ao ‘João’ Vairo, o mesmo River Plate tornou a sofrer aos pés de Garrincha, no dia 14 de Julho de 1964, em um jogo em que Garrincha parecia um terramoto, tendo o Botafogo vencido o River Plate, por 4x3, no Monumental de Ñunez, pela Copa Iberoamericana, que o Botafogo conquistou vencendo sucessivamente Boca Juniors, River Plate e Barcelona

Durante aquela partida o Botafogo exibiu um futebol de nível de Seleção e, contando com craques como Garrincha, Gérson (que marcou dois gols) e Nilton Santos, venceu sensacionalmente os argentinos. No decorrer do jogo, mais uma vez foi ouvido o grito de “olé”, que fora criado seis anos antes em terras mexicanos entre os mesmos dois clubes.

Fontes principais: https://mundobotafogo.blogspot.com/2010/10/o-ole-e-os-botafoguenses.html; https://jornalggn.com.br/noticia/as-historias-de-garrincha/; Jornal dos Sports; Portal da CBF.

2 comentários:

Anónimo disse...

Hello from Poland! :)
Ruy, I love Your blog, it's amazing! (for me as Garrincha's freak) so don't You ever stop posting.. :)
anyway, this photo up here is not Garrincha vs Mexicans (1962) (as I also thought a long time), but it is Vava.
Whatever! :)
Greets from Poland.
Wojtek (Dayhan),
https://www.facebook.com/Garrinchapl

Ruy Moura disse...

Dear friend, Wojtek

I was very surprised by your comment. This photo was published many times as Garrincha dribbling. I went to confirm the Brazilian virtual library. It really is Vavá who dribbles. In a next post, I will restore the truth.

Strong Hug.

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