quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

BOTAFOGUENSES ANÔNIMOS (13): Adevaldo

por JOSÉ RICARDO CALDAS E ALMEIDA

Colaborador do Mundo Botafogo e Pesquisador de futebol

Adevaldo Virgílio Netto nasceu em Leopoldina (MG), no dia 16 de agosto de 1943. Jogava suas peladas no time da Vila Recreio, em Leopoldina. Chegou a treinar no Esporte Clube Recreio, mas, depois de dois meses, achou que era melhor continuar nas peladas. Foi quando Djalma Nogueira, dirigente do Botafogo, que fora a Leopoldina visitar parentes seus, o viu jogar e gostou, convidando-o para ir fazer testes no Botafogo.

Quase não foi, mas seguindo os conselhos do pai, Adevaldo resolveu viajar para o Rio de Janeiro.

Bastante desambientado, só pensava em retornar para a vida pacata de sua cidade natal, mas persistiu e resolveu ficar no Botafogo.

Como quarto-zagueiro foi tricampeão carioca de juvenis pelo Botafogo nos anos de 1961, 1962 e 1963, neste último participando de todos os 22 jogos realizados pelo clube.

Também foi medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 1963, em São Paulo, vestindo a camisa da seleção brasileira, além de ter disputado o Pré-Olímpico e de ter ido a Olimpíada de Tóquio, em 1964. A Seleção Brasileira era formada, basicamente, por Florisvaldo, Mura, A seleção que venceu os Jogos Panamericanos era formada por Hélio Dias, Carlos Alberto Torres, Zé Carlos, Adevaldo e Riva; Íris e Nenê (Evaldo); Jairzinho, Arlindo, Airton e Othon Valentim. Técnico: Antoninho.

Adevaldo fez 11 jogos pela Seleção Olímpica do Brasil. O primeiro em 24 de abril de 1963, na vitória de 3x1 sobre o Uruguai, e a última em 16 de outubro de 1964, na derrota de 1x0 para a Tchecoslováquia. Apesar de quarto-zagueiro, sempre foi chamado para o selecionado brasileiro como lateral-esquerdo. No Botafogo, porém, quer nos juvenis ou nos aspirantes, atuou mais vezes de zagueiro.

Sua estreia na equipe principal aconteceu em 10 de janeiro de 1965, no primeiro jogo dos dois previstos para a decisão do Torneio Rio-São Paulo. Como não houve o segundo, por falta de datas, Botafogo e Santos foram declarados campeões do torneio. Nesse jogo, realizado no Maracanã, o Botafogo venceu por 3x2, formando com Manga, Mura, Zé Carlos, Paulistinha e Rildo; Élton e Gerson; Garrincha (Zagalo), Jairzinho (Adevaldo), Arlindo e Roberto (Hélio Dias). Técnico: Geninho.

No mês seguinte, Adevaldo profissionalizou-se.

Seu último jogo no Botafogo foi em 1966, justamente o ano em que mais disputou partidas pelo alvinegro: 24. No dia 19 de junho de 1966, em Barra do Piraí (RJ), Botafogo e Royal empataram em 0x0. O Botafogo atuou com essa formação: Cao, Joel, Zé Carlos, Adevaldo e Moreira; Luiz Carlos Theodoro e Nei Conceição; Roberto, Roberto Miranda, Sicupira (Humberto) e Hélio (Jurandir). Técnico: Admildo Chirol.

Despediu-se do Botafogo com mais um título, o do Rio-São Paulo de 1966, dividido entre quatro clubes por causa dos preparativos para a disputa da Copa do Mundo (foram convocados 47 jogadores para a Seleção Brasileira e foram disputados muitos jogos-treino e amistosos até à confirmação dos 22 jogadores que foram à Copa). A CBD, em acordo com as federações do Rio de Janeiro e de São Paulo, proclamou os quatro clubes campeões (Botafogo, Corinthians, Santos e Vasco da Gama).

Depois de disputar poucos jogos na equipe profissional do Botafogo (29 jogos, de 1964 a 1966), foi emprestado ao São Paulo, onde ficou na reserva de Jurandir. Chegou a atuar no lugar de Tenente, também, durante o Campeonato Paulista de 1966. Não comprometeu, mas não cavou uma vaga entre os titulares.

Após sair do futebol paulista, foi para o Santa Cruz, onde permaneceu de maio de 1967 a fevereiro de 1969. Nesse vai-e-vem, o Departamento Técnico do Botafogo deu um ‘cochilo’ e Adevaldo ganhou passe livre.

Saindo do Santa Cruz, Adevaldo foi para a Bahia, em 1968, passando a defender o Esporte Clube Bahia, onde veio a conquistar o campeonato estadual de 1970 e 1971 (neste último, atuando apenas em um jogo).

A convite de Carlos Pedroso, Adevaldo foi defender o CRB, de Maceió-AL, de onde saiu por não haver acerto financeiro.

Em maio de 1973 assinou contrato com o CEUB, de Brasília (DF), para disputar o campeonato brasileiro desse ano.

O convite para defender o CEUB partiu do dirigente Djalma Nogueira (que foi seu diretor no Botafogo) e do treinador Marinho.

Sua estreia aconteceu no dia 26 de setembro de 1973, no Estádio Pelezão. O CEUB empatou em 0x0 com o São Paulo. Jogaram pelo CEUB Rogério, Oldair, Pedro Pradera, Adevaldo e Rildo; Jadir, Alencar e Xisté; Walmir, Dario e Juraci (Marco Antônio).

Sua última partida pelo clube brasiliense aconteceu em 15 de dezembro de 1973, também no Pelezão, com outro empate de 0x0, diante do Clube do Remo, de Belém (PA).

Adevaldo encerrou a carreira em 1976, depois de passar por três clubes de Sergipe: Vasco E. C. (1974), Itabaiana (1975) e Sergipe (1976).

Depois do futebol passou a trabalhar como comerciante. Hoje mora na cidade de Olinda (PE).

Fontes: Revista do Esporte, Seleção Brasileira 1914-2006 e Almanaque do Futebol Brasiliense.

4 comentários:

jornal da grande natal disse...

Sensacional! Digo mais uma vez: serie histórica.

Ruy Moura disse...

Companheiro, o 'modelo' da série foi muito bem engendrado. Creio que delicia particularmente os fãs do futebol, e não só botafoguenses.

Abraços Gloriosos.

Anónimo disse...

Fiquei muito feliz com este documentário sobre o Adevaldo.Somos primos irmãos! Parabéns a todos um grande.

Ruy Moura disse...

Estamos aqui para isso: divulgar e disseminar toda a história do Glorioso e fazer felizes os nossos leitores.
Abraços Gloriosos.

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