por RUY MOURA
Editor do Mundo Botafogo
Texto baseado em pesquisa na internet
A aldeia portuguesa de Rio de Onor, vencedora das 7 Maravilhas de Portugal na categoria de Aldeias em Áreas Protegidas, partilha o território com a sua homônima espanhola, a aldeia de Rihonor de Castilla. Da tradição e do convívio que as duas aldeias gêmeas partilham surgiu o dialecto rionorês.
Muito mais do que mero território dos dois países ibéricos, a aldeia luso-espanhola, que nunca teve fronteiras, e a população sempre designou uns e outros como o ‘povo de acima’ e o 'povo de abaixo’.
Rio de Onor pode-se considerar, assim, uma espécie de microclima cultural, cuja idiossincrasia comunitária e linguística não se encontra em nenhum outro local. Tanto assim é que há imensa bibliografia sobre a aldeia, sendo considerada um paraíso para etnógrafos sequiosos de conhecimento.
A agricultura e a pastorícia comunitária subsistem num sistema em que a entreajuda e partilha de terrenos, rebanhos e moinhos ainda funcionam atualmente, enquanto para a memória ficaram o forno, a forja e o boi comunitários.
A aldeia mantém um modo de administração rural, liderada por dois Mordomos, designados pelo Conselho – assembleia com representantes de todas as famílias da aldeia. A “Vara da Justiça” garante o cumprimento das regras e aplica multas, muitas vezes pagas em medidas de vinho ou azeite.
Na medida em que a fronteira política atravessa o território, a maioria dos habitantes é bilingue ou mesmo trilingue (português, castelhano e rionorês).
Da arquitetura tradicional de xisto que caracteriza a aldeia, destacam-se a ponte romana, a Igreja Matriz e um Castro medieval.
Existem,
ainda, lendas tradicionais, raramente de características tenebrosas, como a de
uma moura encantada que guardava um tesouro para que, um dia, o pudesse
entregar a um habitante da aldeia, ou a de uma moura escondida numa fonte, de
cujos cabelos feitos de ouro se poderia fazer novelos e enriquecer.
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