por RUY MOURA
Editor do Mundo
Botafogo
A Casa do Touro era o espaço de habitação do touro
comunitário de Rio de Onor cuja função era cobrir todas as vacas da Aldeia
durante um determinado período de tempo. Tornou-se um espaço museológico
dedicado à história e cultura de Rio de Onor, que permite observar o
comunitarismo, a regência do Conselho, o touro do povo e a ‘Festa dos Reis’ ou ‘Festa
dos Rapazes’.
A Festa dos Reis celebra-se no fim de semana anterior a 6 de
janeiro e os seus personagens principais são dois Caretos, Filandorra e Madama,
a que se juntam os personagens secundários, Mordomos e Gaiteiro – Bombo.
No primeiro dia, sábado de manhã, acompanhados pelos Caretos
mascarados, os Mordomos fazem o peditório por todas as casas da Aldeia. A
Filandorra, que é um rapaz disfarçado de mulher – e por isso cobre o rosto com
uma renda – acompanha os Caretos e os Mordomos do peditório, executando danças
e simulando o trabalho de fiadeira. Ao final do dia os rapazes reúnem-se para o
repasto comunitário.
Os Caretos usam máscaras de metal feitas de latão, uma liga
de cobre e zinco, evitando que sejam identificados.
A Aldeia, eleita uma das '7 Maravilhas' de Aldeias em Zonas
Protegidas, é muito característica pelo seu comunitarismo e já foi alvo de
vários estudos etnológicos. O sistema comunitário funciona a todos os níveis:
justiça, forja, moinho, forno, tanques de lavar roupa…
A administração rural da Aldeia é liderada por dois Mordomos,
eleitos pela assembleia com representantes de todas as famílias e a Vara da
Justiça garante as regras e aplica multas.
A Forja é uma oficina comunitária em
que os metais são forjados pelo ferreiro, fundidos e moldados, processo segundo
o qual o metal deve ser aquecido, martelado sobre uma bigorna e finalmente
temperado em líquido.
O Moinho Comunitário era mantido pela comunidade, segundo
regulamento aprovado. O moinho de água é um sistema de mós, situa-se junto ao
rio e o seu uso destinava-se essencialmente à moagem do cereal (centeio, trigo
e milho).
O Forno
Comunitário foi criado e preparado para cozer o pão em forno de lenha e está
habilitado a espaço de convívio.
Atualmente a
Aldeia é uma atração turística visitada por nacionais e estrangeiros que
apreciam observar o passado ‘ao vivo’.
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