sábado, 17 de dezembro de 2022

Os Homens do Botafogo: Rivadávia Corrêa Meyer

[Nota preliminar: o texto reproduz rigorosamente a ortografia da publicação original]

Por Manuel Maria de PAULA RAMOS | ex-Dirigente histórico do Botafogo

Gentileza de ANGELO ANTONIO SERAPHINI | Colaborador do Mundo Botafogo

Em sequência às pequenas biografias desportivas dos “HMENS DO BOTAFOGO” a que me propus divulgar, o nosso retratado de hoje é o ilustre advogado, renomado banqueiro e festejado tribuno, RIVADAVIA CORRÊA MEYER, gaúcho de nascimento e carioca de coração. Renovo assim meu propósito. A nova geração do BOTAFOGO deve conhecer a história dos homens que o construíram a fim de respeitar a memória dos que se foram e recordar justas homenagens aos remanescentes.

Rivadavia Corrrêa Meyer, ou tão sòmente para nós, o Riva, foi nosso atleta juvenil, atingindo o ápice de sua carreira na prática do futebol o primeiro quadro do Clube e após dirigente, sendo-lhe concedido com irretorquível justiça, o maior prêmio que o BOTAFOGO confere aos que lhe prestam relevantíssimos serviços: o de “GRANDE BENEMÉRITO”.

Um singelo perfil não comporta descrever a vida desportiva de Rivadavia Corrrêa Meyer, que é longa e fulgurante, sempre ao serviço do BOTAFOGO, quer como seu atleta, quer como dirigente, dentro do Clube ou fora dêle, servindo com sua inteligência e sua cultura, em entidades. Efetivamente, Rivadavia, sempre foi um grande líder. No BOTAFOGO foi seu presidente como o foi da Confederação Brasileira de Desportos por longo e profícuo período, desdobrado por vários mandatos. No Conselho Nacional de Desportos ocupou sua vice-presidência deixando marca indelével de dedicação, operosidade, talento e inatacável honestidade em todos os cargos diretivos que superiormente exerceu.

Riva foi o nosso valoroso extrema-direita (hoje “ponteiro”) que muito concorreu para que o BOTAFOGO obtivesse magníficas vitórias. Seu nome transpôs fronteiras e até hoje é o desportista que mais homenagens recebeu dos desportos sul-americanos e europeu. Rivadavia Corrrêa Meyer, um botafoguense apaixonado, nunca esmoreceu ou titubeou na defesa do seu clube de coração. Com êle tive a honra de privar na diretoria Sérgio Darcy, quando da construção do estádio e então em excelente convívio conheci seus dotes de bondade. Consciencioso, equilibrado, tranqüilo, seus argumentos tinham a virtude de convencer, outorgando-lhe mui justamente a condição de líder. Nunca o vi exasperado ou descontrolado. De um temperamento suave e um a finura sem par, pautando seus atos ou decisões dentro de um clima que causaria inveja aos mais hábeis diplomatas.

Possuidor de uma percepção rápida Rivadavia Corrrêa Meyer, apresentava de imediato, soluções aos problemas que lhe eram equacionados e que teria que enfrentar. Prestou ao BOTAFOGO inestimáveis serviços, cuja enumeração seria difícil no exíguo espaço dêste arremedo de biografia desportiva.

Seu acêrvo de glórias consta de inúmeros galardões nacionais ou estrangeiros, avultando a Cruz do Mérito Desportivo, concedido pelo Govêrno Juscelino Kubitschek que, na oportunidade, tivemos a honra de indicar ao receber a comunicação de que o Conselho Deliberativo do então Botafogo Football Club lhe havia conferido o supremo título de “Grande Benemérito”, que foi o terceiro concedido após sua criação.

Homem simples, de feitio eminentemente democrata, em que sua elevada estirpe, de trato lhano e afável, despido de vaidade, senhor de inigualável cultura, eminente advogado, orador fluente, repetimos, Rivadavia Corrrêa Meyer, o “Grande Benemérito” do BOTAFOGO, mereceu as homenagens dos botafoguenses, pelo muito que realizou como atleta e como dirigente e que como preito de gratidão a denominação de um grande “HOMEM DO BOTAFOGO”.

Fonte: Boletim Oficial do Botafogo de Futebol e Regatas, 1963.

Informações complementares do Mundo Botafogo

Rivadávia Corrêa Meyer nasceu em 1902, em Uruguaiana (RS), e faleceu no dia 30 de dezembro de 1966, no Rio de Janeiro (RJ).

 

Foi jogador do Botafogo Football Club desde os infantis da década de 1910 e posteriormente presidente do Clube e da Associação Metropolitana de Esportes Athleticos (AMEA), na década de 1930, e da Confederação Brasileira de Desportos (CBD) durante 12 anos, desde 28 de laneiro de 1943 até 14 de janeiro de 1955. Foi o grande responsável por conseguir que a Copa do Mundo de 1950 se realizasse no Brasil.

 

Entre 7 de junho e 4 de julho de 1953 realizou-se no Rio de Janeiro e em São Paulo um torneio internacional que sucedeu à Copa Rio Internacional de 1952 e teve a chancela da FIFA, designado Torneio Octogonal Rivadávia Corrêa Meyer, homenageando o então presidente da CBD.

 

Leia mais sobre ‘Riva’ e sobre a sua curiosa história de ter ‘falecido’ e ‘ressuscitado’ em pleno estádio do Maracanã clicando em Rivadávia Corrêa Meyer: um grande dirigente que ouviu o anúncio da sua própria morte 

Fontes: Mundo Botafogo; https://pt.wikipedia.org;  http://sportv.globo.com; https://terceirotempo.uol.com.br.

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