sexta-feira, 1 de julho de 2016

Rivadávia Corrêa Meyer: um grande dirigente que ouviu o anúncio da sua própria morte

Rivadávia Corrêa Meyer  foi jogador do Botafogo Fotball Club desde os infantis da década de 1910 e tornou-se dirigente respeitado em representação do Clube. Foi presidente da Confederação Brasileira de Futebol entre os anos de 1943 e 1955 e o principal responsável por conseguir levar a Copa do Mundo de 1950 para o Brasil. O seu filho Luiz Corrêa Meyer esclarece o acontecimento:

A gente sempre guardou no fundo (o orgulho), e com uma certa mágoa, porque você ouve falar de todo mundo na Copa de 50, mas não citam o nome do meu pai. E foi ele, na realidade, quem trouxe (a Copa) de lá do Congresso da Fifa, e nessa época a ignorância sobre o Brasil na Europa era muito grande. Ele teve que convencer primeiro que o Rio de Janeiro não era Buenos Aires, depois que não havia cobras no meio da rua, e ainda a promessa de efetivamente se fazer um estádio que fosse o que foi o Maracanã.

Por entre as brumas do tempo há uma passagem muito especial na história do Estádio do Maracanã com participação do ex-presidente da CBD:

Conta-se que o Botafogo jogava uma partida no Maracanã. O locutor oficial do estádio não tinha ido trabalhar no dia e um ‘quebra-galho’ foi chamado. O trabalho dele seria simples, só passar as escalações e, vez por outra, o resultado de alguma outra partida. Isso, até quando chegou a notícia da morte de um cartola do alvinegro, Rivadávia Corrêa Meyer.

Ele, então, tomou o microfone e soltou: – "Atenção senhores público (sic)! Suderj informa... O senhor Rivadávia Corrêa Meyer acaba de falecer.".

Um burburinho tomou conta das arquibancadas e, nas tribunas de honra, um homem se mexeu na cadeira e, até, deixou o charuto cair. Era o próprio cartola que não só estava vivo como assistia ao jogo. Ele levantou-se e correu para o sistema de som. Entrou, quase arrombando a porta, e, ao ver um pálido locutor, o fez voltar ao microfone, quase com ameaças de morte. Ao interino e descuidado falador, claro.

E então o funcionário retificou sua informação: – Atenção senhores público (sic)! A Suderj informa... O senhor Rivadávia Corrêa Meyer não morreu mais!"

3 comentários:

Sylvio M. disse...

Prosas da grande família alvinegra. Da qual tenho muito orgulho de ser parte! Do meu avô que nos poucos anos deu tão grande influência a todos .

JANJÃO disse...

Comecei a trabalhar no Dep.Social do Botafogo F.R. quase no final da gestão do sr. Rivadavia Correa Meyer. Muito educado. Infelizmente ficou marcado pela venda de Gal. Severiano

Ruy Moura disse...

É verdade, Angelo, Rivadavia não teve visão de futuro, pensando que o mundo acabava ali, e então engendrou esta forma de sanar as dívidas, coisa que os outros clubes não fizeram e evitaram passar sufoco e perda de patrimônio.Masconvém lembar que o problema financeiro começou a ganhar forma na presidência do Palmeiro e agravou-se enormemente na presidência de Althemar. Sobrou para Rivadavia e deste para Borer.

Abraços Gloriosos.

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