por RUY
MOURA | Editor do Mundo Botafogo
Nilton Santos despediu-se do futebol em jogos oficiais no dia 13 de dezembro de 1964, no Estádio do Maracanã, vencendo o grande rival Flamengo no último jogo do campeonato carioca e estragando, mais uma vez, a festa preparada pelo rubro-negro pela suposta vitória e comemoração do título, que afinal foi para o Fluminense.
FICHA TÉCNICA
Botafogo 1x0
Flamengo
» Gol: Roberto Miranda, aos 68’
» Competição: Campeonato Carioca
» Data: 13.12.1964
» Local: Estádio
do Maracanã, no Rio de Janeiro (GB)
» Público: 88.628 espectadores
» Renda: Cr$ 90.286.500,00
» Árbitro: Eunápio de Queirós
» Botafogo: Manga, Mura, Zé Carlos,
Nilton Santos e Rildo; Élton e Gérson; Jairzinho, Arlindo, Roberto e Humberto. Técnico: Geninho.
» Flamengo: Marcial, Murilo, Ditão,
Joubert, Paulo Henrique, Carlinhos, Nelson, Amauri, Airton, Paulo Chôco e
Oswaldo II. Técnico: Flávio Costa.
Recorde aqui excerto da partida: http://www.youtube.com/watch?v=VzMcEUHjE7E
4 comentários:
Me lembro desse jogo, fui com meu pai que era grandeadmirador do Nilton Santos. Apesar de ter apenas 9 anos, me lembro bem desse jogo, ao contrário da final de 62, não lembro de quase nada mas desse de 64 me lembro principalmente do lance do gol. Outro detalhe desse dia é que como faria aniversário no dia seguinte a minha festa foi antecipada para domingo dia 13 depois do jogo, e um dos meus melhores amigos de infância e toda sua família eram flamenguistas roxos, mas felizmente eram civilizados e não houve constrangimento. Bons tempos em que o futebol ficava restrito apenas ao futebol, e a convivência com torcedores de outros times era sempre sadia. ABS e SB!
Eu não me lembro, Sergio. Quanto à rivalidade de antigamente não tem comparação aos dias de hoje. Antes havia rivalidade; hoje é ferocidade. Aliás, creio que muitos 'futeboleiros' das torcidas organizadas, em especial dos catartiformes, vai ao estádio para andar à pancada, dentro ou fora dele. O futebol está uma zona. E até os modelos de jogo são chatos pra caramba com essa coisa de um jogar no tiki-taka enquanto o outro bota um ônibus à frente da área tempo todo. Por isso tantos jogos são decididos em bola parada a favor da equipe mais forte, e quando o resultado acaba por favorecer equipes retranqueiras deve-se a um contra ataque súbito, inesperado e mortal dessas equipes do ônibus à porta da área.
Abraços Gloriosos.
Gloriosos amigos, nessa época, eu morava na cidade de Cruzeiro-SP, Vale do Paraíba, quase na divisa Rio-S. Paulo. Sou papa-goiaba, fluminense, não o torcedor, mas o natural do interior do estado, da cidade de Paraíba do Sul, próximo à cidade de Três Rios, também Vale do Paraíba. Torcedor do Glorioso por influência do meu pai, também botafoguense, pois era natural de São João Nepomuceno, terra de Heleno de Freitas e também ex jogador do Mangueira, time do Heleno. Se vivo fosse, meu amado pai estaria com 115 anos. Nunca tive a alegria, a felicidade estar em uma arquibancada assistindo a um jogo do meu Fogão. Mas tive muitas alegrias com meu time de futebol de botão. O meu era o melhor, contra meus amigos de adolescência de Cruzeiro, torcedores do Santos, São Paulo, Corinthians. Nossos times eram do que chamávamos de "celulóides", o que seria hoje os cristais de proteção dos mostradores de relógios de pulso e até mesmo eram de relógios de bolso, os maiores, que colocávamos com o defensores. O meu melhor jogador era, claro! o número 7, o meu Mané, que era o artilheiro do meu time. Utilizávamos os gols dos jogos de botões de plásticos, mas o nosso goleiros eram caixas de fósforo com pesos de chumbo e a bolinha, era a mesma dos jogos dos jogos de botões originais. A mesa, era a mesa do da residência do meu amigo João Bosco, o Mazzola, apelido que até hoje não sei a razão, pois na verdade, era um excelente goleiro de nossas peladas e nosso times da cidade, gentilmente cedida por Dna. Ester, nossa mãe postiça, pois tinha uma paciência e um carinho para conosco que até hoje me traz uma saudade profunda.Comprávamos esses "celulóides" usados do vizinho Nelson Relojoeiro. Era um celeiro de craques (kkkkkkk). Esse time acima me deu grandes alegrias, pois mesmo o seu Mané sendo o meu craque favorito, Jairzinho às vezes entrava ou, à vezes, jogava pela meia esquerda, substituindo Amarildo. Arlindo eu escalava mais como meia armador, por seu estilo de jogo. Quarentinha era o meu titular como centro avante. Humberto Redes jogava muito também. Enfim, com um esquadrão de tantos cracassos, eu tinha muitos "celuloides". Tinha que ter espaço para Valtencir, Joel, Ivan (lamentavelmente falecido muito jovem, um futuro promissor). Depois veio Gerson, Brito, Paulo Cesar, Sebastião Leônidas. Não posso me esquecer do eficiente Zé Maria na zaga central. Enfim, a lista é muito grande e a caixa de "celulóides" era transbordante, pois eu acompanhava também o time Glorioso de aspirantes. Gloriosos e fraternais abraços, amigos.
Agora, meu amigo, oseu texto me deu uma gostosa saudade. Era exatamente assim omeu time de botão: tampas de relógios das mais variadas formas consoante quisessemos chutar direto e com força à baliza, ou chutar fazendo a bolasobrevoar o goleiro e anichar-se no fundo da baliza, ou celulóide mais largo e ou mais alto à defesa. Era um prazer imenso! O meu artilheiro era o Jairzinho, e na vida real o meu maior ídolo de sempre foi o Manga. Tínhamos grandes jogadores, entre eles 8 campeões do mundo e outro que acabara de sair do Botafogo e também foi campeão do mundo, Gérson. Nunca houve, nem há, equipe de futebol com tantas individualidades!
Gloriosos e fraternais abraços, companheiro!
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