por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo
Que desilusão!
Torcida em peso no treino, alegria e muito otimismo, Niltão cheio confiança e um espetáculo animicamente desastroso da equipe e principalmente do seu comando técnico.
Quando tudo indicava o restabelecimento de 10 pontos à frente do Palmeiras e o arranque definitivo para a reta final, eis que o Botafogo atirou 45 minutos para o lixo e jogou praticamente coisa nenhuma na primeira parte.
Sei que o Goiás é uma equipe bem organizada, mas, caramba!, estávamos a jogar no tal de ‘tapetinho’ – onde agora deixamos de ganhar jogos –, contra uma equipe do Z4, situação que o Botafogo sempre gostou no sentido de ajudar à ressuscitação dos ‘aflitos’, e em presença de uma torcida com elevado astral.
Também sei que Diego Costa teria quase obrigação de, aos 10’, ter enviado a bola para o fundo das redes cara a cara com o goleiro, dando um curso de jogo muito mais favorável ao Botafogo, mas isso não justifica ter sido, se bem me lembro, a única grande oportunidade da primeira parte para uma equipe que lidera destacadamente o campeonato. Foi uma primeira parte paupérrima da qual até poderíamos ter saído a perder por duas bolas.
Confesso que ao intervalo fui para o escritório, deixei de assistir ao jogo e só regressei à sala quando o celular avisou o gol do Botafogo. Ainda acreditei porque a equipe melhorou com Tiquinho Soares, por que, aliás, já mencionei anteriormente, não sabe jogar bem sem o Tiquinho porque todo o esquema montado pelo ex-treinador foi em cima de Tiquinho Soares – sobretudo porque o atleta nunca teve realmente um reserva suficientemente capaz e qualquer lesão ou suspensão não teria solução à altura do artilheiro do campeonato.
Textor prometeu isso a Castro, mas o que entregou foi mais um jogador sem custos e em fim de carreira – Diego Costa.
Sobre o Tiquinho somente entrar na segunda parte, não me espanta, porque a sua condição não tem sido a melhor e provavelmente entrando fresco na segunda parte contra jogadores com 45 minutos de jogo nas pernas, poderia ser uma boa estratégia para vencer a defesa adversária – não sei se foi essa a ideia ou simplesmente proteger a recuperação do jogador, mas se foi funcionou mal. [Adenda ao texto: após publicar o artigo li que a barração do Tiquinho Soares aconteceu no vestiário, não era esperada, tentaram demover Lage da decisão e o ambiente na equipe tornou-se complicado; a ser verdade a ocorrência, Lage cometeu um erro grave do qual dificilmente se conseguirá redimir.]
O que não entendo verdadeiramente é o Eduardo mais avançado quando o ataque já tem Diego Costa, Vítor Sá e Júnior Santos, sabendo-se que Eduardo foi testado anteriormente nessa posição e a maioria das vezes deu mau resultado – ao contrário do que inicialmente eu próprio pensei.
O que não entendo é Tchê Tchê como lateral sabendo-se que o desempenho do meio campo depende imenso dele.
O que não entendo é que Eduardo e Gabriel Pires têm jogado pouca bola e um deles deveria ter dado lugar a Tchê Tchê.
O que não entendo é que Bastos tenha sido contratado para preencher qualquer lugar da defesa em caso de necessidade e não tenha sido escalado para a lateral ou até entrar com Di Placido a titular, apesar das suas oscilações.
O que não entendo é que Lage fale tanto do Benfica e da Premier League – o que me parece demasiado para os resultados obtidos com base nessas inspirações – e não tenha entendido, ainda, que este conjunto de jogadores não é fabuloso e que o esquema coletivo montado anteriormente estava mecanizado e cada atleta já sabia automaticamente onde os outros estavam de modo a não errarem passes e acelerarem a rapidez dos contra ataques.
O que não entendo é que Lage ainda esteja fazendo experiências – e de uma ‘imaginação’ impensável – na parte final de um campeonato que lideramos desde a primeira rodada. Essas experiências foram feitas intencionalmente pelo ex-treinador até à exaustão durante o campeonato carioca e a Copa do Brasil, quando pouca gente percebeu que ele testou tudo e mais alguma coisa até encontrar o esquema ideal de automatismos para entrar forte no campeonato brasileiro e liderá-lo folgadamente.
É certo que Lage no segundo tempo mudou tudo o que iniciou erradamente na escalação: Tiquinho no lugar de Júnior Santos; Di Plácido no lugar de Tchê Tchê e este para o meio-campo, Luís Henrique no lugar de Gabriel Pires para reforçar o ataque e tentar a virada, mas foi demasiado tardio porque se perdera inutilmente metade do jogo.
Ora, se as experiências estavam todas feitas e Lage continuou a fazê-las mudando o que dava certo – apesar da falta de Tiquinho no ataque exigir alguns ajustes enquanto se recuperava de lesão –, o que está acontecendo é que, por exemplo, ao subir a marcação desestruturou a organização da equipe e consequentemente os posicionamentos dos jogadores, os quais não conseguiram se ajustar, acabando por implicar uma perda de eficiência tanto nos passes e no controlo de bola como nos contra-ataques – e apesar disso começar a ser evidente já antes, Lage não mudou um centímetro do seu esquema ‘benfiquista’, como se o caro plantel do Benfica da sua época se possa comparar ao do Botafogo de hoje, feito com jogadores que estavam na sobra das suas anteriores equipes.
Que os nossos jogadores são formidáveis mentalmente e coletivamente, não tenho quaisquer dúvidas, mas não é sequer o 3º melhor plantel em termos individuais.
Efetivamente, o Botafogo não tem equipe para posse continuada de bola – como gostariam LC e BL –, mas sobretudo para contra-ataques letais, pelo que atrair o adversário em esquema ligeiramente mais recuado, estruturar uma muralha defensiva consistente, dispor de dois grandes goleiros e surpreender em velocidade, foram os seus pontos mais fortes neste Brasileirão.
Talvez Zagallo tenha sido o melhor treinador brasileiro de todos os tempos e, no entanto, jogava muitas vezes em contra-ataque e colheu títulos de topo. O futebol também funciona assim ainda hoje consoante as circunstâncias, e talvez até funcione melhor quando observamos que muitos jogos nacionais e internacionais são ganhos por equipes com 30 a 40% de posse de bola.
Nada disso o Botafogo faz agora. E os remates à baliza continuam, como sempre, desafinados, agora pelos pés de Diego Costa, que embora seja um jogador coletivamente exemplar, falha diversos gols praticamente feitos.
Confesso que não sei o que a diretoria deve fazer, porque de fora não consigo avaliar como se pode alterar o comportamento organizativo/tático que Lage imprimiu à equipe, ou se uma eventual demissão possa ser mais prejudicial do que favorável, ou se há um treinador disponível que encaixe no comando da equipe nesta altura do campeonato, etc.
Nunca escrevo sobre sermos candidatos ao título, insistindo, tal como o técnico do Bragantino afirma no que respeita à sua equipe, que apenas somos candidatos a ganhar o próximo jogo e somar três pontos, mas evidentemente que face à situação atual é a questão do título que se afigura crucial para a nossa avaliação sobre como proceder no futuro imediato.
Efetivamente, uma coisa me parece certa: algo tem que ser feito porque ontem ‘cheirou-me’, pela primeira vez, que 7 pontos de vantagem podem ser insuficientes para uma reta final na qual o Palmeiras regressará da Libertadores com vontade de ser campeão brasileiro. E nada de pensar que o Bragantino não seja candidato ao título – o Leicester também não era... A sua notável campanha com desempenhos progressivamente mais elevados mostra que pode ser candidato. E ainda há as ‘ajudas’ do costume para que o ‘mais queridinho’ venha a ter um lugar ao sol na disputa do título. E há outras artimanhas que nos serão desfavoráveis.
Lage já perdeu um campeonato pelo Benfica quando tinha 7 pontos de vantagem e no Wolverhampton foi demitido por maus resultados. Isso preocupa-me muito e o Botafogo tem que mudar o rumo dos acontecimentos JÁ!
A melhor forma para mudar não sei exatamente qual é, mas seja qual for, é tempo de não se perder tempo nenhum a decidir como reverter a situação atual e mantermos a liderança de modo relativamente confortável.
FICHA TÉCNICA
Botafogo 1x1 Goiás
» Gols:
Tiquinho Soares, aos 51’ (Botafogo); Lucas Halter, aos 26’ (Goiás)
» Data: 02.10.2023
» Local: Estádio Olímpico Nilton
Santos, no Rio de Janeiro (RJ)
» Público: 34.294
espectadores
» Renda: R$
1.371.485,00
» Árbitro: Braulio
da Silva Machado (SC); Assistentes: Guilherme
Dias Camilo (MG) e Thiaggo Americano Labes (SC); VAR: Rafael Traci (SC)
» Disciplina: cartão amarelos – Lucas Perri, Diego Costa, Bruno Lage, Victor Sá e Tiquinho Soares
(Botafogo); Allano, Morelli, Maguinho e Lucas Halter (Goiás)
» Botafogo: Lucas
Perri; Tchê Tchê (Di Placido), Adryelson, Victor Cuesta e Hugo; Marlon Freitas,
Gabriel Pires (Luís Henrique) e Eduardo; Júnior Santos (Tiquinho Soares), Diego
Costa e Victor Sá (Matías Segovia). Técnico: Bruno Lage.
» Goiás: Tadeu;
Maguinho, Lucas Halter, Bruno Melo e Hugo; Willian Oliveira (Sidimar), Morelli
e Guilherme Marques (Raphael Guzzo); Allano (Apodi), João Magno (Matheus Babi)
e Anderson Oliveira (Alesson). Técnico: Armando Evangelista.
11 comentários:
O Botafogo precisa saber dosar as energias. Vc quer dizer isso no contexto geral da análise. Reaver o equilíbrio ataque e defesa. Não ir com sede ao pote. Para não deixar a retaguarda desguarnecida. O Botafogo está gastando a gordura acumulada. Os próximos dois jogos vão "dizer" o futuro!
É exato, Vanilson. Mas nem ao pote têm ido com sede, parece-me. Os remates são muito poucos e os gols diminuiram substancialmente. Sem Tiquinho há muito pouca capacidade de penetração. Desde que ele se lesionou o Botafogo caiu de produção, e o Lage parece que não percebeu isso e foi inventando. Confesso-me, finalmente, pessimista. Vamos ver que medidas o Botafogo é capaz de tomar. Se não tomar nenhuma, adeus caneco...
Abraços Gloriosos.
Vamos lá, há muito a ser dito e penso que aqui ainda seja um espaço que privilegia a honestidade intelectual: Defender o Bruno Lage com tudo o que ele já (não) apresentou é defender o fracasso. No meu tempo de pelada, Lage era o que chamávamos de aborto da natureza. Textor e seus validos não acreditam em treinadores brasileiros, isto já é mais do que evidente. Agem por preguiça ou má fé aqueles que comparam Castro a Lage - o primeiro tem mais bagagem, talento e personalidade que o segundo, embora o caráter seja, talvez, a maior similaridade. Sem falar que Castro foi quem montou o plantel, portanto, a exemplo de sua excelente comissão técnica (que talvez tenha sido o maior desfalque do Botafogo nesta temporada), sabiam exatamente como extrair o melgor de cada jogador. O ano de 2022 serviu, inclusive, para montarem um minucioso banco de dados sobre as equipes que o Botafogo enfrentaria em 2023 - algo que ninguém mencionou mas fez e faz toda a diferença. Lage era um Jair Ventura do SL Benfica. Trabalhou com a base encarnada e viveu alguns anos como assistente. Só. Conhecia o elenco benfiquista como Jair conhecia o do Botafogo nos anos que aqui passou. Tanto que, tanto um quanto outro, nunca tiveram sucesso moutros clubes, tendo saído deles com suas torcidas querendo seus fígados. O Benfica 18/19 do Lage só ganhou o campeonato porque o Porto deu uma refugada no returno, o que ficou provado já na temporada seguinte. O próprio Carvalhal é muito mais treinador que o Lage. Digo mais: O próprio Ricardo Sá-Pinto, que já estebe no Vasco, daria mais jeito no Botafogo que o songa-monga lampião. Há algo relacionado com aquela reunião de metas realizada no dia seguonte do iogo contra o Bahia e a queda de rendimento da equipe. Como dise bem acima, Lage é um Estorvo, quase tal e qual ao livro do Chico Buarque, talvez mais ainda pra Felipe Tigrão que pra Jair Everest, mas há algo concomitante a este fator e decisões tomadas naquele dia (premiação? bicho? contentamento com a Libertadores mesmo após a chance de ouro que estão tendo e que não se repetirá em sabe se lá quantos anos luz?) e que afetou diretamente os laços de união da equipe. Alguns falam que o Diego é desagregador, olha, pode até ser, mas nesta situação não parece o caso Ele é um Rafael Moura He-Man versão 2023, e que me parece até deslocado com o privilégio que está tendo em função da panela do Lage (Diego, Marçal, Pires, que jogam com o freio de mão puxado - livro o Rafael desa pois ali já foi caso de feitiço jogado no rapaz).
É uma tristeza ver o título que poderia ser o mais espetacular da história do Glorioso escapar a cada rodada como um doente terminal sabendo que, antes de Dezembro, a morte chegará. Até o Corinthians, a beira de uma final continental, teve coragem e sabedoria pra trocar de treinador, mas o Textor e seus validos insistem nesse papinho de seqüência, mesmo depois da realidade ter esbofeteado seus rostos na saída do Castro. Só aceitaram Caçapa porque é um treinador brasileiro com formação na Europa.
Nunca pensei em dizer isso, pois também acho ele bem inapto, mas chegamos ao ponto do Lúcio Flávio de treinador ser mais eficiente que o Estorvo. E só para finalizar, some aí um outro fator que vai de encontro com os que travei: A queda também foi fortalecida pela ausência do Carli no vestiário. Duvido que com ele bo grupo os jogadores ainda estariam baixando cabeça pra panela do Lage e ao próprio. O Botafogo está a poucos dias de recuperar o seu posto de clube grande, trocando o treinador e vencendo este Brasileiro que foi tão especial até pouco tempo, ou de se atirar de vez no abismo - pois, não se enganem, se o Fluminense vencer esta Libertadores, ainda mais com a arregada alvinegra que se desenha, as crianças que bibraram o ano inteiro com o Tiqinho, farão o L com o Cano e o asqueiroso clube das Laranjeiras colhera frutos muito melhores que a teimosia prepote te dos validos de Textor - ainda mais que o Mulambo está em reconstrução e não deve ganhar nada, ao menos, antes do fim do próximo ano.
Fica a dica.
Meu querido amigo, teria muito o que escrever, mas me basta esse texto, sempre brilhante para me consolar da grande decepção que o treinador conseguiu proporcionar em tão pouco tempo. Achei inconcebível, inaceitável e incoerente colocar o melhor jogador do time e do campeonato no banco, e pior, li a poucos instantes que ele treinou com o Tiquinho a semana inteira e o barrou na preleção ao meio dia de ontem, isso parece uma loucura.
Fora isso, desmontar o meio campo, improvisar jogador e insistir com Gabriel Pires, muito mal, não marca ninguém e não disputou a bola no momento do cruzamento, ficou olhando o adversário subir sem esboçar um mínimo de reação, para piorar insiste com o Júnior Santos. Em resumo, o time perdeu o sentido coletivo, perdeu a dinâmica de jogo, a defesa perdeu a solidez, ou seja, um desastre total. O treinador escala mal, mexe mal e com certeza não estuda os adversários. E o pior, perdeu a confiança e a bia vontade do elenco.
Seria arrogância, vaidade essas invencionices do treinador? Não sei, mas temo pelo pior, infelizmente acho que não há mais ambiente para o treinador, o que fazer?
Augusto Frederico Schmit, se não me falha a memória tinha razão quando disse: " o Botafogo tem a vocação para o erro".
Espero estar enganado, mas o psicológico do time ficou péssimo, e acho que um campeonato que se desenhava a nosso favor está escorrendo como água nas mãos. Repito, espero estar enganado, mas desse jeito domingo o Botafogo não ganha do Fluminense. Que decepção.
ABS e SB!
Exatamente. Procurar saber o ponto nevrálgico. As trocas de treinadores, a confusão do Tico podem ter tido alguns influência na queda de rendimento com o desvio do foco. Mas pode ser revertido com perseverança...
Concordo com diversas partes do seu comentário. Discordo de outras. As discordâncias mais 'radicais' referem-se a Sá Pinto (o homem que agrediu a murro o Selecionador de Portugal por não ter sido convocado enquanto era jogador) ou o Lúcio Flávio que é o inverso do Sá Pinto - este é hiperativamente agressivo, o outro é subativamente lerdo.
Carli: faz uma falta imensa no vestiário, mas como agora vai ser auxiliar do nosso 'lerdo amigo’ Lúcio Flávio, a falta poderá ser bem colmatada.
Lage: elogiei-o durante a maior parte do tempo - apesar de ter realçado, logo quando chegou, que a sua liderança de vestiário já antes tinha sido alvo de demissão no Benfica - por conta da história que me contou um amigo benfiquista sobre as suas capacidades técnicas quando conquistou o título de campeão pelo Benfica. Não sei se vai ser boa ou má a sua demissão, mas reconheço não ser desmerecida por virtude de ter insistido no 'seu' esquema após as derrotas que teve não ter entendido a equipe, na trapalhada de comunicação que fez na Coletiva do jogo com o Flamengo e sobretudo pelo banco que impôs ao Tiquinho contra a vontade de todos dentro e fora do vestiário - o que demonstra falta de Inteligência Emocional, coisa que o Castro, por exemplo, nunca faria porque percebe de gestão de pessoas. Ainda pensei que fosse para preservar o Tiquinho para a segunda parte face a alguma necessidade de resultado - e faria sentido -, mas do modo como foi tratou-se de um erro grave dificilmente recuperável.
Validos do Textor: farei uma avaliação global, e quiçá com determinadas críticas negativas, a J. C. Textor lá mais para a frente, mas na generalidade elogio o modo como o Botafogo tem sido gerido internamente pelas pessoas que escolheu – salvo a infeliz exceção de Lage, que mostrou não ser capaz de gerir pessoas adequadamente. O sucesso de Castro, independentemente das suas qualidades técnicas óbvias e comprovadas na classificação geral de quando deixou o Botafogo, foi muito mais ao nível dos métodos de trabalho e da gestão de um grupo de pessoas – dando uma dimensão coletiva à equipe – do que por inovações de ‘futebol total’.
Como costumo dizer, que os Deuses do Futebol estejam conosco, já que por diversas razões vamos enfrentar dificuldades várias e somente o Coletivo pode responder capazmente.
Abraços Gloriosos, Anônimo.
Totalmente de acordo, meu estimado Sergio. Erros técnicos evidentes, embora pudesse estar em busca de soluções 'sui generis'. Na verdade, conforme um amigo benfiquista me disse quando o Lage foi contratado, essa não seria a melhor opção, porque Lage não é treinador de 'tiro curto', mas de 'tiro longo', isto é, o fruto do seu trabalho só se vê no espaço de uma ano - exatamente como Castro, que o mesmo amigo considerou ser treinador de 'tiro longo' e nisso tinha razão, porque o Castro só foi realmente bem sucedido um ano depois de ter feito todos os testes possíveis com o plantel mediano que lhe deram para as mãos e que teve de reformular por duas vezes. Sobre Castro não tenho dúvida que é treinador de 'tiro longo' se tiver que montar uma equipe de novo, mas quanto ao Lage já não penso o mesmo. Na verdade, foi campeão no Benfica com uma equipe de luxo logo no primeiro ano e no Wolverhampton teve o seu grande insucesso no segundo ano, sendo demitido. Quer dizer, não parece ser treinador de 'tiro longo'. E mesmo que venha tecnicamente a sê-lo, o seu comportamento enquanto líder é desequilibrado e pouco agregador, quer no Benfica quer no Botafogo. E talvez até o seu insucesso no Wolverhampton no segundo ano tenha essa mesma origem.
Receio o futuro imediato com a equipe nas mãos de Lúcio Flávio. Mas talvez a dupla consiga reinstalar o figurino Castro porque ambos vivenciaram esse tempo do Castro. Talvez Carli consiga equilibrar as indecisões de LF com a sua garra de jogador. Talvez.
Mas a dúvida é grande: LF/Carli até ao final ou JT já tem na manga um treinador capaz de - como se diz nas lides taurinas - "pegar o touro pelos cornos"?
Abraços Gloriosos.
Adenda: Carlos Carvalhal é bom treinador.
Sim, Vanilson, claramente o Lage teve azar com a lesão de Tiquinho e com os falhanços de remates do Diego Costa que ditaram perdas de pontos (não fosse isso, talvez as suas insuficiências não se tivessem revelado tão precocemente), mas ainda assim não entendeu a equipe de um ponto de vista coletivo. Pode ser revertido, certamente, mas creio que somente se tivermos a sorte de uma escolha acertada do próximo treinador. Não me parece que a dupla LF/Carli seja solução para a nossa ambição. E por isso estou mesmo muito preocupado.
Abraços Gloriosos.
A saída dos dos treinadores, as contusões e a queda de rendimento da equipe parece ter a cara do Botafogo: sem drama, sem sofrimento não é Botafogo.
Posso estar enganado, mas parece que o BL forçou a demissão. Ganha uma boa grana com a rescisão e volta prá casa para matar as saudades da família.
Você tem razão e me lembro quando você escreveu que o BL era fraco de vestiário e pouco agregador, certeiro meu amigo. ABS e SB!
Sergio, esperemos que essa sua observação seja premonitória a 3 de dezembro: com drama e sofrimento, eis a cara do novo Botafogo campeão brasileiro de futebol!
Abraços Gloriosos.
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