sexta-feira, 11 de abril de 2025

Zé Renato: Pé na estrada, olho no Fogão

Zé Renato. Créditos: Revista Botafogo no Coração, 2005 | Facebook de Zé Renato, 2025 [montagem Mundo Botafogo.]

por EDUARDO MINC | Revista Botafogo no Coração, Maio/Junho de 2005, Ano I, Número 1

Gentileza de Angelo Seraphini | Colaborador do Mundo Botafogo

”Fazer uma música perguntando quando o Botafogo será campeão foi, talvez, o único deslize da carreira de Chico Buarque”, ironiza o cantor Zé Renato, referindo-se à composição E se, parceria de Chico com Francis Hime, que em meio à letra diz “E se o Botafogo for campeão”.

“Se fosse ele, não cantava mais essa música, até porque na minha opinião o Fluminense, seu time de coração, não está com essa bola toda que dizem por aí”, provoca o músico, que se considera um botafoguense de todas as ocasiões. Perdendo ou ganhando, lá está ele nos estádios, driblando a agenda e vivendo a paixão pelo clube do jeito que permite a vida de artista, com o pé na estrada.

A presença constante nos jogos do Botafogo relembra passagens boas e outras um tanto amargas. “Lembro de um 6x0 que o Flamengo da Era Zico aplicou na gente, que foi uma coisa horrível. Nunca tive tanta vontade de entrar no campo como naquele dia”, recorda o cantor que, ainda assim, insistiu em acompanhar a equipe alvinegra e até hoje comparece às partidas do Fogão.

A goleada do Flamengo de Zico pode até ter sido superada, mas cisma mesmo Zé Roberto tem é com o São Paulo. E, diga-se de passagem, não sem motivo. No Campeonato Brasileiro de 1981, o Botafogo precisava apenas de um empate no Morumbi para disputar a finalíssima. O cantor estava viajando em turnê e foi para o palco, no mesmo horário do jogo, tranquilo: a passagem para a final era questão de 90 minutos.

“Já tinha como certo que iríamos disputar o título. Mas enquanto cantava comecei a ver uma multidão com a camisa do São Paulo. Passei a ficar preocupado. Quando o show acabou soube que havíamos perdido por 3 a 2. Desde então não vou muito com a cara do São Paulo”, diz o músico que já cansou de ver jogos do Botafogo nos camarins das casas de shows, minutos antes de se apresentar.

Capixaba, Zé Renato se mudou cedo para o Rio de Janeiro e, por influência de um tio, virou botafoguense ainda na meninice, aos 10 anos. Nessa época ele não perdia um jogo do time e desde então enche a boca para dizer que acompanhou equipes que tinham craques como Gérson, Didi, Jairzinho, Paulo César e Marinho Chagas, entre outros.

O estado de espírito de um botafoguense é algo que ele tenta explicar. “Vejo o Botafogo como o símbolo de um futebol espetáculo e que empresta ao Rio grande parte da irreverência dos gramados. Que me perdoem os outros times, mas alguns jogadores do Botafogo, como Garrincha, por exemplo, são endeusados em todo o mundo”, afirma Zé Renato.

Supersticioso como todo botafoguense, o músico se recorda da história vivida em 1995, quando o time sagrou-se campeão brasileiro, superando o Santos. Na final, Zé chamou dois amigos para assistirem ao jogo em sua casa. Um deles, o saxofonista Victor Biglione, ainda mais supersticioso do que o cantor.

“Assim que começou a partida, ele tirou do bolso uma foto do Heleno de Freitas e colou com durex na TV, para dar sorte. Em seguida, impediu que saíssemos da sala enquanto a bola rolasse. Tal hora eu de fato precisava ir ao banheiro e fui. Quando voltei vi que o Santos havia feito um gol e fui terminantemente proibido de me ausentar de novo”, diverte-se Zé Renato, que teve o seu disco Cabô relançado na França em abril e deve viajar em turnê pela Europa a partir de junho, não sem, é claro, acompanhar de algum jeito o Botafogo no Campeonato Brasileiro.

5 comentários:

Anónimo disse...

Prezado Ruy, saiu o volume 3 (O Futebol do Botafogo - 1966-1970), agora publicado pela Editora Mauad. Está à venda na Livraria da Travessa e na Amazon.
Carlos Vilarinho.
PS: me procure no instagram.

Ruy Moura disse...

Finalmente, meu amigo! Muitos parabéns! Fico muito feliz!
Não sei como procurá-lo no Instagram. Há muita gente com o mesmo nome.
Abraços Gloriosos.

Ruy Moura disse...

Já o encontrei no Instragam! Vou fazer uma publicação bem pormenorizada sobre o III Volume dessa obra magnífica!
Abraços Gloriosos.

Sergio disse...

Mais um botafoguense diferenciado.
Ruy, você tem o livro Botafogo em Preto e Branco? Abs e SB!

Ruy Moura disse...

"Uma História Preto e Branco", de Braz Pepe? Sim, tenho.
Abraços Gloriosos.

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