por EDUARDO MINC |
Revista Botafogo no Coração, Maio/Junho de 2005, Ano I, Número 1
Gentileza de Angelo
Seraphini | Colaborador do Mundo Botafogo
”Fazer uma música perguntando quando o
Botafogo será campeão foi, talvez, o único deslize da carreira de Chico
Buarque”, ironiza o cantor Zé Renato, referindo-se à composição E se, parceria de Chico com Francis
Hime, que em meio à letra diz “E se o Botafogo for campeão”.
“Se fosse ele, não cantava mais essa música,
até porque na minha opinião o Fluminense, seu time de coração, não está com
essa bola toda que dizem por aí”, provoca o músico, que se considera um
botafoguense de todas as ocasiões. Perdendo ou ganhando, lá está ele nos
estádios, driblando a agenda e vivendo a paixão pelo clube do jeito que permite
a vida de artista, com o pé na estrada.
A presença constante nos jogos do Botafogo
relembra passagens boas e outras um tanto amargas. “Lembro de um 6x0 que o
Flamengo da Era Zico aplicou na gente, que foi uma coisa horrível. Nunca tive
tanta vontade de entrar no campo como naquele dia”, recorda o cantor que, ainda
assim, insistiu em acompanhar a equipe alvinegra e até hoje comparece às
partidas do Fogão.
A goleada do Flamengo de Zico pode até ter
sido superada, mas cisma mesmo Zé Roberto tem é com o São Paulo. E, diga-se de
passagem, não sem motivo. No Campeonato Brasileiro de 1981, o Botafogo
precisava apenas de um empate no Morumbi para disputar a finalíssima. O cantor
estava viajando em turnê e foi para o palco, no mesmo horário do jogo,
tranquilo: a passagem para a final era questão de 90 minutos.
“Já tinha como certo que iríamos disputar o
título. Mas enquanto cantava comecei a ver uma multidão com a camisa do São
Paulo. Passei a ficar preocupado. Quando o show acabou soube que havíamos
perdido por 3 a 2. Desde então não vou muito com a cara do São Paulo”, diz o
músico que já cansou de ver jogos do Botafogo nos camarins das casas de shows,
minutos antes de se apresentar.
Capixaba, Zé Renato se mudou cedo para o Rio
de Janeiro e, por influência de um tio, virou botafoguense ainda na meninice,
aos 10 anos. Nessa época ele não perdia um jogo do time e desde então enche a
boca para dizer que acompanhou equipes que tinham craques como Gérson, Didi,
Jairzinho, Paulo César e Marinho Chagas, entre outros.
O estado de espírito de um botafoguense é
algo que ele tenta explicar. “Vejo o Botafogo como o símbolo de um futebol
espetáculo e que empresta ao Rio grande parte da irreverência dos gramados. Que
me perdoem os outros times, mas alguns jogadores do Botafogo, como Garrincha,
por exemplo, são endeusados em todo o mundo”, afirma Zé Renato.
Supersticioso como todo botafoguense, o
músico se recorda da história vivida em 1995, quando o time sagrou-se campeão
brasileiro, superando o Santos. Na final, Zé chamou dois amigos para assistirem
ao jogo em sua casa. Um deles, o saxofonista Victor Biglione, ainda mais
supersticioso do que o cantor.
“Assim que começou a partida, ele tirou do
bolso uma foto do Heleno de Freitas e colou com durex na TV, para dar sorte. Em
seguida, impediu que saíssemos da sala enquanto a bola rolasse. Tal hora eu de
fato precisava ir ao banheiro e fui. Quando voltei vi que o Santos havia feito
um gol e fui terminantemente proibido de me ausentar de novo”, diverte-se Zé
Renato, que teve o seu disco Cabô relançado na França em abril e deve viajar em
turnê pela Europa a partir de junho, não sem, é claro, acompanhar de algum jeito
o Botafogo no Campeonato Brasileiro.
5 comentários:
Prezado Ruy, saiu o volume 3 (O Futebol do Botafogo - 1966-1970), agora publicado pela Editora Mauad. Está à venda na Livraria da Travessa e na Amazon.
Carlos Vilarinho.
PS: me procure no instagram.
Finalmente, meu amigo! Muitos parabéns! Fico muito feliz!
Não sei como procurá-lo no Instagram. Há muita gente com o mesmo nome.
Abraços Gloriosos.
Já o encontrei no Instragam! Vou fazer uma publicação bem pormenorizada sobre o III Volume dessa obra magnífica!
Abraços Gloriosos.
Mais um botafoguense diferenciado.
Ruy, você tem o livro Botafogo em Preto e Branco? Abs e SB!
"Uma História Preto e Branco", de Braz Pepe? Sim, tenho.
Abraços Gloriosos.
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