por DINALI | Coluna “Botafogo nisso!” | Colaborador do
Mundo Botafogo
O dia 12 de junho foi muito especial para mim, pois é a data que marca a
minha vinda a este mundo, que, tal como o Botafogo, é composto por desafios e
superação, mas, ao mesmo tempo, de belezas e momentos ímpares, que nos permitem
o fascínio pelo viver, a gratidão por estar vivo e a vontade de aproveitar a
vida.
No dia 30 de novembro de 2024, tive a experiência transcendental de mais um
desses dias especiais, cujos detalhes são lembrados como se tivessem acontecido
há alguns segundos atrás.
Naquele dia 30, o Botafogo de Futebol e Regatas findou um dos maiores
jejuns da sua história e conquistou o maior torneio continental das Américas, a
cobiçada Libertadores da América.
O que isso tem a ver com o meu aniversário? É simples: até esse dia, a
minha idade era um lembrete doloroso do calvário ao qual o time da Estrela
Solitária atravessava.
Nasci em 1998, três anos depois da conquista do Brasileiro e quatro anos
antes da primeira queda (e se o leitor somar os números...), assim sendo, não
conheci um Botafogo vencedor e de craques que encantaram o mundo e trouxeram
orgulho para a Gloriosa (leia-se: torcida mais apaixonada da Terra, outra
imparidade da vida) nos tempos de outrora, nem na minha infância ou
adolescência.
Pelo contrário, conheci o Alvinegro das quedas, derrotas acachapantes,
motivo de piada na mídia — até foi decretado o seu fim. Eu achava que isso
nunca teria fim. Observava com tristeza a desesperança dos botafoguenses de
cabelos grisalhos e as lembranças vitoriosas cada vez mais turvas na memória.
Pensava e temia que jamais viria a enxergar aquela Estrela brilhar
novamente e ver, ao vivo e a cores, o Botafogo encantar o país afora com sua
tradicional camisa alvinegra e seus meiões cinzas, ou a camisa branca e seus
meiões pretos — aquele jeitinho botafoguense de conquistar.
Contudo, e por bem, meu pessimismo estava equivocado, e o Botafogo iria fazer eu queimar a minha língua novamente. Porém, dessa vez, da melhor maneira possível. Assim foi, e o Botafogo alcançou a Glória Eterna, e os números da minha idade, que antes eram dor, se transformaram agora apenas em anos de cumplicidade e amor, que perdurarão até o instante final da minha experiência terrena.
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