«Caros amigos alvinegros,
O Botafogo vive um momento crítico. A disputa entre
acionistas da EAGLE e da SAF Botafogo já prejudicou a atual temporada e ameaça
agora comprometer o planejamento para 2026. É natural que todos nós,
apaixonados pelo Clube, estejamos preocupados. No entanto, é justamente em
momentos assim que responsabilidade, diálogo e serenidade devem prevalecer.
O Clube Social, detentor de 10% das ações da SAF e com
assento no Conselho de Administração, poderia – e deveria – exercer sua
influência por meio de conversas francas, internas e construtivas, buscando
contribuir para a solução rápida desse impasse. Infelizmente, o que se viu foi
a adoção de uma medida judicial sem qualquer diálogo prévio com a SAF ou mesmo
com os Poderes do próprio Clube. Essa atitude não apenas prolonga o conflito,
como enfraquece a relação institucional entre as partes, expondo o Botafogo a
uma mídia que, em verdade, deseja ver o “Glorioso” voltar a ocupar um papel
subalterno.
Os defensores da ação afirmam atuar para proteger o
Acordo de Acionistas e os interesses do Botafogo. Mas é legítimo perguntar:
quais interesses estão de fato buscando proteger? Na última reunião do Conselho
Deliberativo, quando conselheiros cobraram informações sobre a relação com a
SAF, muitos dos que agora se dizem defensores do “controle e da fiscalização”
criticaram firmemente qualquer questionamento. Até outro dia, repetiam que a
SAF, por deter 90% do capital, não deveria ser cobrada por quem possui apenas
10%. Agora, apresentam um discurso inverso. O que mudou de lá para cá? Que
interesses foram contrariados? A quem serve esse movimento?
Desde sua criação, há três anos, a SAF promoveu
investimentos evidentes em infraestrutura, profissionalização e nas equipes de
futebol. O que foi construído é visível até para os mais céticos. Se há ajustes
a fazer, eles devem ser debatidos internamente, com transparência e
responsabilidade, nunca por meio de ações intempestivas que podem fragilizar o
Botafogo.
A iniciativa da atual direção do Clube Social de
recorrer à Justiça não protege o Botafogo: ela representa um movimento político
de grupos que, após conduzirem o Clube a uma situação de insolvência, buscam
agora retomar a influência perdida no futebol.
A torcida e os grandes botafoguenses não podem ser
novamente enganados por aqueles que já destruíram nosso futebol, deixando um
rastro de dívidas, crises e humilhações.
Reafirmamos nosso apoio à profissionalização do
futebol do Botafogo, à SAF e ao trabalho liderado por John Textor. Isso não
significa ausência de questionamentos – ao contrário, defendemos compliance,
transparência e relações institucionais maduras, como demandamos na última
reunião do Conselho Deliberativo. Mas entendemos que o caminho construído na
gestão passada, com resultados claros, deve ser mantido e aprimorado. Ajustes
são necessários, mas devem ser fruto do diálogo, nunca de ações intempestivas.
Queremos reviver dias como o 30 de novembro de 2024,
quando o Botafogo voltou a mostrar ao país a grandeza que lhe é própria. E é
certo que não será por meio dos mesmos que já afundaram o Clube no passado que
construiremos o futuro que desejamos.
Que prevaleçam a razão, o bom senso e o compromisso
genuíno com o Botafogo. Saudações Alvinegras!»
Carta assinada por: Vinicius Assumpção, ex-Vice-presidente
geral do Botafogo no mandato de Durcesio Mello, e os Conselheiros Tom Meirelles,
Mauro Sodré, Marcos Cortesão, Luiz Octávio Baptista Vieira, Jorge Magdaleno e
Charles Domingues.

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