sábado, 8 de março de 2008

Língua portuguesa: 3ª maior do Ocidente e 5ª do mundo

No decorrer da comemoração dos 200 anos da chegada ao Brasil da corte de D. João VI, o Presidente do Brasil, Lula da Silva, convidou o Presidente de Portugal, Cavaco Silva, a visitar o Brasil.

Nesse âmbito, o Governo português decidiu aprovar a ratificação do Acordo Ortográfico, que não fica sujeito a moratória (tal como proposto pela anterior ministra), mas apenas a um prazo de seis anos durante o qual o Acordo deve ser aplicado em toda a plenitude.

As referências na agenda de viagem portuguesa sobre tornar a língua o instrumento fundamental no relacionamento luso-brasileiro são inúmeras, começando pelo concerto que iniciou o programa oficial no Teatro Municipal, da cantora portuguesa Teresa Salgueiro, acompanhada pelo Sexteto João Cristal, que apresentou um vasto repertório de temas de Jobim, Vinícius, Chico Buarque e outros autores brasileiros.

O concerto, em honra da cidade do Rio de Janeiro, foi oferecido pelo Presidente da República de Portugal, que sublinhou ser “difícil encontrar melhor forma de começar as comemorações do que com Teresa Salgueiro”.

Cavaco Silva acrescentou que “a maior forma de valorizarmos o passado é fazer dele uma inspiração para um projecto futuro”. Por sua vez, a actriz brasileira Fernanda Montenegro, fez o balanço da relação entre os dois países e sintetizou a importância do Acordo Ortográfico: “Temos que nos agarrar a tudo o que podemos”.

Tal como oportunamente escrevi no blogue, na etiqueta ‘miscelânea’, o Acordo Ortográfico é crucial para os países de língua oficial portuguesa falarem tanto quanto possível a uma só voz e facilitar a difusão da língua portuguesa em todo o mundo, servindo de instrumento estratégico de política internacional.

A importância do Acordo é bem patente no Campeonato da Língua Portuguesa que está a decorrer. Existem candidatos dos quatro cantos do mundo, do Vietnam ao Peru, passando pela Roménia ou a Suazilândia.

Cada qual, na capital do seu país, a viver línguas, longitudes e fusos horários tão diferentes dos seus parceiros de competição, pretende pôr-se à prova, seja um estudante vietnamita, uma professora romena ou um aluno peruano. No total são 31 países concorrentes: África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Bulgária, Canadá, Chile, China (incluindo Macau), Egipto, Espanha, estados Unidos da América, França, Grã-Bretanha, Holanda, Hungria, Índia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Madagáscar, Peru, Roménia, Rússia, Suazilândia, Suécia, Suiça, Venezuela e Vietname.

Recorda-se que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa tem como membros Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Portugal e Timor-Leste e como observadores associados Guiné Equatorial e Maurícia (línguas crioulas derivadas do português).

A Região Autónoma da Galiza (Espanha) encontra-se em processo de adesão como observador associado (língua mais próxima do português do que do castelhano) e a Região Administrativa Especial de Macau (China) já foi convidada pela CPLP para se tornar observador associado.

A língua portuguesa é falada, além dos 8 países membros, noutros 18 países em todo o mundo (e de aprendizado obrigatório no Uruguai), cobrindo cerca de 230 milhões de pessoas e 11 milhões de quilómetros quadrados, assumindo-se como a 3ª língua ocidental mais falada – após o inglês e o espanhol –, a 5ª do mundo como língua nativa e a 6ª como língua nativa ou segunda língua.

Fontes
http://www.cplp.org/
http://www.mundoportugues.org/content/1/2171/prbrasil-concerto-teresa-salgueiro-iniciou-programa-visita/
Semanário Expresso: “Candidatos dos quatro cantos do mundo”, Lisboa, 2008-03-08
Semanário Expresso: “Falemos a mesma língua”, Lisboa, 2008-03-08

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