
Túlio Humberto Pereira da Costa nasceu em Goiânia a 2 de Junho de 1969, sendo apelidado de Túlio Maravilha pelos torcedores do Botafogo de Futebol e Regatas durante a sua brilhante passagem pelo clube, no qual se sagrou campeão brasileiro.
Túlio começou a jogar futebol no Goiás e foi artilheiro do campeonato estadual juvenil de 1987 assinalando 22 gols. Ao longo da sua carreira foi artilheiro por diversas vezes e em 2007, segundo os seus cálculos – que incluem 72 gols nos times de base e na Selecção Brasileira –, já obteve mais de 800 gols – o que o torna o maior artilheiro em actividade em todo o mundo se se considerar que a carreira de Romário terminou. Até Julho de 2005, a Revista Placar conseguiu listar pelo menos 567 gols como profissional. Muitos consideram que Túlio não é um verdadeiro craque, mas a verdade é que, na área, onde está a bola está Túlio, tendo marcado gols de todas as espécies e de todos os sítios.
Além disso, o homem que se lembra que num dia de 1995, após o Botafogo se tornar campeão brasileiro, “a torcida invadiu a pista e nós tivemos que sair pelas janelas do avião”, é colocado por Zagallo e Nilton Santos, sem hesitações, ao lado de Didi, Garrincha e Heleno de Freitas. E o botafoguense Sérgio Augusto, num momento de rara inspiração, sintetiza a personalidade e as extraordinárias características de Túlio Maravilha dentro de um rectângulo de futebol:
“Seu negócio era espreitar a grande área, ciscar na zona do agrião e conferir rebotes no minifúndio do goleiro adversário. Tinha um senso raro de oportunidade e uma notável facilidade para estufar o véu da noiva. Se não existisse impedimento, ele entraria em campo com uma toalha nos ombros e uma saboneteira na mão, pois jogar na ‘banheira’ seria, certamente, sua maior especialidade.”
Os anos de 1994 e 1995 foram aqueles em que Túlio Maravilha brilhou mais alto, defendendo as cores do Botafogo e da Selecção Brasileira. No Botafogo, Túlio estreou-se a marcar três gols contra o América, foi campeão nacional e artilheiro do campeonato brasileiro e do campeonato carioca em ambos os anos. Na Selecção Brasileira, actuou em 15 jogos, 12 dos quais em 1995, e assinalou 16 gols.
Irrequieto e falastrão, além de artilheiro em diversas ocasiões e de ter conquistado vários títulos, Túlio Maravilha saltitou sempre de clube em clube, tendo sido no Botafogo que permaneceu mais tempo e ao qual regressou mais vezes. Torcedor de raiz do Vila Nova de Goiás, Túlio faz constantemente juras de amor ao Botafogo e o seu sonho seria terminar a carreira no clube alvinegro marcando o seu milésimo gol. A torcida botafoguense devolve o amor idolatrando-o como o último grande ídolo alvinegro.
Carreira
· 1990-92: Goiás (Goiás)
· 1992-93: Sion (Suiça)
· 1994-96: Botafogo (Rio de Janeiro)
· 1997: Corinthians (São Paulo)
· 1998: Vitória (Bahia)
· 1998: Botafogo (Rio de Janeiro)
· 1999: Fluminense (Rio de Janeiro)
· 1999: Cruzeiro (Minas Gerais)
· 1999: Vila Nova (Goiás)
· 2000: Botafogo (Rio de Janeiro)
· 2000: São Caetano (São Paulo)
· 2001: Santa Cruz (Pernambuco)
· 2001: Vila Nova (Goiás)
· 2002: Újpest FC Budapest (Hungria)
· 2002-03: Brasiliense (Distrito Federal)
· 2003: Atlético Goianense (Goiás)
· 2003: Tupy (Espírito Santo)
· 2004: Jorge Wilstermann (Bolívia)
· 2004: Anapolina (Goiás)
· 2004-05: Volta Redonda (Rio de Janeiro)
· 2005: Juventude (Rio Grande do Sul)
· 2005: Al Shabab (Arábia Saudita)
· 2005-06: Volta Redonda (Rio de Janeiro)
· 2006: FAST (Amapá)
· 2006: Canedense (Goiás)
· 2007: Itauçuense (Goiás)
· 2007: Vila Nova (Goiás)
Jogos no ‘Escrete Canarinho’
· 17.10.1990: Chile
· 10.12.1991: Tchecoslováquia
· 03.05.1994: Islândia
· 22.02.1995: Eslováquia
· 29.03.1995: Honduras
· 27.04.1995: Valência
· 17.05.1995: Israel
· 29.06.1995: Polónia
· 17.07.1995: Equador
· 13.07.1995: Colômbia
· 17.07.1995: Argentina
· 20.07.1995: Estados Unidos
· 23.07.1995: Uruguai
· 08.11.1995: Argentina
· 20.12.1995: Colômbia
Títulos
· 1990: Campeonato Goiano
· 1991: Campeonato Goiano
· 1995: Campeonato Brasileiro
· 1996: Taça Cidade Maravilhosa (Rio)
· 1996: Troféu Teresa Herrera
· 1997: Campeonato Paulista
· 1998: Torneio Rio – São Paulo
· 2000: Campeonato Paulista (Série A2)
· 2001: Campeonato Goiano
· 2002: Taça da Hungria
· 2002: Campeonato Brasileiro (Série C)
· 2004: Copa Aerosul
· 2005: Taça Guanabara
· 2005: Copa Finta Internacional
Artilharia
· 1989: Campeonato Brasileiro (Série A): 11 gols
· 1991: Campeonato Estadual Goiano
· 1994: Campeonato Estadual Carioca: 14 gols
· 1994: Campeonato Brasileiro (Série A): 19 gols
· 1995: Campeonato Estadual Carioca: 27 gols
· 1995: Campeonato Brasileiro (Série A): 23 gols
· 2001: Campeonato Estadual Goiano
· 2002: Campeonato Brasileiro (Série C): 11 gols
· 2005: Campeonato Estadual Carioca: 12 gols
· 2007: Campeonato Brasileiro (Série C): 27 gols
Distinção
· 1989: Bola de Prata (Placar)

Também eleito o melhor jogador goiano de todos os tempos em pesquisa do ‘Esporte Total’, Túlio foi sempre polémico e falastrão de inúmeras bravatas. O seu marketing pessoal continua sendo uma das suas características marcantes. Em certa ocasião, após um Botafogo x Flamengo em que assinalara o gol da vitória, Túlio disse à imprensa que a “minha missão na Terra é fazer gols. Para isso, fui criado.” Não tardou em afirmar, também, que “um dia, serei verbete de dicionário.” Entrevistado em 2004 por Bruno Ceccon e Matheus Pichonelli, e conservando o hábito de falar sobre si próprio na terceira pessoa, Túlio assegurava que “já passaram Garrincha, Didi, Zagallo, e agora, nos últimos 10, 20 anos, tem o Túlio”. Questionado acerca de ser o último ídolo do futebol botafoguense, Túlio diz que o é, sem dúvida, “não só pelos gols, mas também pelo título, pela alegria, pela irreverência e carisma que eu sempre levei aos jogos”. Em 1997, o Botafogo ultrapassava, pela primeira vez na sua história, o Fluminense em número de torcedores, sobretudo na faixa etária dos dez aos quinze anos…
Mas Túlio também gerava conflitos. Um dia, o zagueiro Wilson Gottardo disse sobre o seu companheiro Túlio: “Ele corre pouco e não ajuda a equipe. Não tem feito nada para melhorar a situação do clube.” E Romário, após vencer uma Taça Guanabara, ofendeu-o e minimizou-o. Quando se esperava a resposta afiada de Túlio, o craque deu uma resposta à altura, não se envolvendo em polémica com o adversário. Ao contrário, Túlio passou a treinar mais, a correr mais e a ajudar na marcação. E em 1995 provou a Gottardo que estava errado, fazendo grandes actuações, tornando a ser artilheiro no campeonato carioca e brasileiro e levando o Botafogo a campeão brasileiro. Mas ainda no Pacaembu, após vencer o Santos na final de 1995, Túlio Maravilha foi igual a si próprio: “O gol é minha água. Vivo disso”. Carregado ao ombro do zagueiro Gonçalves, acrescentou: “Provei mais uma vez quem é o verdadeiro Rei do Rio” – e respondeu finalmente, desta forma, às ofensas de Romário.
Túlio foi sempre polémico, não apenas por ser considerado um falastrão, mas também porque fazia coisas inéditas, entre as quais um ensaio nu para a revista ‘G Magazine’ em 2003. Outro dos feitos mais famosos de Túlio foi o gol de calcanhar que rubricou pelo Botafogo contra o Universidad Católica, na Copa Libertadores da América: aproveitando a baliza aberta e o goleiro batido, Túlio parou a bola e fez uma pirueta do tipo ‘gol de letra’, finalizando com o calcanhar, o que foi considerado ofensivo e desrespeitoso do adversário. E Túlio ainda fundiu o seu nome ao ‘gol de letra’, designando o movimento como ‘tuleta’.
Em 2007, aos 38 anos, após trocar 27 vezes de clube, jogando desde o campeonato brasileiro da primeira divisão até ao campeonato goiano da terceira divisão, Túlio quer chegar ainda ao milésimo gol e, para isso, tornou a ser artilheiro do campeonato brasileiro da terceira divisão, tal como já fora em 2002, juntando estas façanhas às artilharias de 1989, 1995 e 1996 nos campeonatos da primeira divisão. Então, Túlio obteve cinco vezes o título de maior artilheiro em todas as divisões do campeonato brasileiro de futebol. E enquanto o São Paulo e o Flamengo brigavam em praça pública pelo título de primeiro pentacampeão brasileiro, Túlio aproveitou a ocasião e disparou para a imprensa:
“O futebol brasileiro tem mais um penta. Quero ser reconhecido pela CBF e também quero minha taça das bolinhas. Pelo menos um troféu e uma chuteira de ouro eu mereço ganhar. Não fui apenas o maior artilheiro das três divisões do futebol nacional, como também fui o maior no futebol nacional na temporada. Foram 50 gols ao todo, se somarmos os 16 pelo Estadual e sete em amistosos”.
O facto de actuar nos mais diversos campeonatos das divisões nacionais e estaduais, não atrapalha de modo nenhum a ideia que o craque tem de si mesmo: “Quem já foi rei não perde a majestade!”
Mas o notável Túlio apresenta outras particularidades na sua vida pessoal: tem um irmão gémeo, Télvio, que também jogou pelo Botafogo, em Dezembro de 2007 nasceram filhos gémeos gerados com a actual esposa e o único filho homem dos três filhos anteriores nasceu no mesmo dia que o pai. Em vésperas de tornar a ser pai, após reivindicar a penta-artilharia, Túlio informa a todo o mundo:
“Agora, também serei penta-pai, já que serei pai pela quinta vez. Meus gêmeos irão nascer para completar um ano especial para mim. Cheguei ao gol 800 e o Vila voltou para a Série B. Só alegria.”
Para completar as originalidades deste invulgar futebolista, resta dizer que Túlio Maravilha é fã do Mickey e da Disney e ídolo da torcida que tem o Pato Donald como uma das suas mascotes.
Fontes principais
Acervo e pesquisa de Rui Moura
Augusto, Sérgio (2004), Botafogo – Entre o Céu e o Inferno, Rio de Janeiro: Ediouro
http://botafogoamado.zip.net/
http://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%BAlio_Maravilha
http://pt.wikiquote.org/wiki/Tulio_Maravilha
http://www.94fm.com.br/node/7164
http://www.botafogopaixao.kit.net/tulio.htm
http://www.gazetaesportiva.net/entrevista/futebol/ent107.htm
http://www.sambafoot.com/pt/jogadores/465_Tulio_Maravilha.html
Túlio começou a jogar futebol no Goiás e foi artilheiro do campeonato estadual juvenil de 1987 assinalando 22 gols. Ao longo da sua carreira foi artilheiro por diversas vezes e em 2007, segundo os seus cálculos – que incluem 72 gols nos times de base e na Selecção Brasileira –, já obteve mais de 800 gols – o que o torna o maior artilheiro em actividade em todo o mundo se se considerar que a carreira de Romário terminou. Até Julho de 2005, a Revista Placar conseguiu listar pelo menos 567 gols como profissional. Muitos consideram que Túlio não é um verdadeiro craque, mas a verdade é que, na área, onde está a bola está Túlio, tendo marcado gols de todas as espécies e de todos os sítios.
Além disso, o homem que se lembra que num dia de 1995, após o Botafogo se tornar campeão brasileiro, “a torcida invadiu a pista e nós tivemos que sair pelas janelas do avião”, é colocado por Zagallo e Nilton Santos, sem hesitações, ao lado de Didi, Garrincha e Heleno de Freitas. E o botafoguense Sérgio Augusto, num momento de rara inspiração, sintetiza a personalidade e as extraordinárias características de Túlio Maravilha dentro de um rectângulo de futebol:
“Seu negócio era espreitar a grande área, ciscar na zona do agrião e conferir rebotes no minifúndio do goleiro adversário. Tinha um senso raro de oportunidade e uma notável facilidade para estufar o véu da noiva. Se não existisse impedimento, ele entraria em campo com uma toalha nos ombros e uma saboneteira na mão, pois jogar na ‘banheira’ seria, certamente, sua maior especialidade.”
Os anos de 1994 e 1995 foram aqueles em que Túlio Maravilha brilhou mais alto, defendendo as cores do Botafogo e da Selecção Brasileira. No Botafogo, Túlio estreou-se a marcar três gols contra o América, foi campeão nacional e artilheiro do campeonato brasileiro e do campeonato carioca em ambos os anos. Na Selecção Brasileira, actuou em 15 jogos, 12 dos quais em 1995, e assinalou 16 gols.
Irrequieto e falastrão, além de artilheiro em diversas ocasiões e de ter conquistado vários títulos, Túlio Maravilha saltitou sempre de clube em clube, tendo sido no Botafogo que permaneceu mais tempo e ao qual regressou mais vezes. Torcedor de raiz do Vila Nova de Goiás, Túlio faz constantemente juras de amor ao Botafogo e o seu sonho seria terminar a carreira no clube alvinegro marcando o seu milésimo gol. A torcida botafoguense devolve o amor idolatrando-o como o último grande ídolo alvinegro.
Carreira
· 1990-92: Goiás (Goiás)
· 1992-93: Sion (Suiça)
· 1994-96: Botafogo (Rio de Janeiro)
· 1997: Corinthians (São Paulo)
· 1998: Vitória (Bahia)
· 1998: Botafogo (Rio de Janeiro)
· 1999: Fluminense (Rio de Janeiro)
· 1999: Cruzeiro (Minas Gerais)
· 1999: Vila Nova (Goiás)
· 2000: Botafogo (Rio de Janeiro)
· 2000: São Caetano (São Paulo)
· 2001: Santa Cruz (Pernambuco)
· 2001: Vila Nova (Goiás)
· 2002: Újpest FC Budapest (Hungria)
· 2002-03: Brasiliense (Distrito Federal)
· 2003: Atlético Goianense (Goiás)
· 2003: Tupy (Espírito Santo)
· 2004: Jorge Wilstermann (Bolívia)
· 2004: Anapolina (Goiás)
· 2004-05: Volta Redonda (Rio de Janeiro)
· 2005: Juventude (Rio Grande do Sul)
· 2005: Al Shabab (Arábia Saudita)
· 2005-06: Volta Redonda (Rio de Janeiro)
· 2006: FAST (Amapá)
· 2006: Canedense (Goiás)
· 2007: Itauçuense (Goiás)
· 2007: Vila Nova (Goiás)
Jogos no ‘Escrete Canarinho’
· 17.10.1990: Chile
· 10.12.1991: Tchecoslováquia
· 03.05.1994: Islândia
· 22.02.1995: Eslováquia
· 29.03.1995: Honduras
· 27.04.1995: Valência
· 17.05.1995: Israel
· 29.06.1995: Polónia
· 17.07.1995: Equador
· 13.07.1995: Colômbia
· 17.07.1995: Argentina
· 20.07.1995: Estados Unidos
· 23.07.1995: Uruguai
· 08.11.1995: Argentina
· 20.12.1995: Colômbia
Títulos
· 1990: Campeonato Goiano
· 1991: Campeonato Goiano
· 1995: Campeonato Brasileiro
· 1996: Taça Cidade Maravilhosa (Rio)
· 1996: Troféu Teresa Herrera
· 1997: Campeonato Paulista
· 1998: Torneio Rio – São Paulo
· 2000: Campeonato Paulista (Série A2)
· 2001: Campeonato Goiano
· 2002: Taça da Hungria
· 2002: Campeonato Brasileiro (Série C)
· 2004: Copa Aerosul
· 2005: Taça Guanabara
· 2005: Copa Finta Internacional
Artilharia
· 1989: Campeonato Brasileiro (Série A): 11 gols
· 1991: Campeonato Estadual Goiano
· 1994: Campeonato Estadual Carioca: 14 gols
· 1994: Campeonato Brasileiro (Série A): 19 gols
· 1995: Campeonato Estadual Carioca: 27 gols
· 1995: Campeonato Brasileiro (Série A): 23 gols
· 2001: Campeonato Estadual Goiano
· 2002: Campeonato Brasileiro (Série C): 11 gols
· 2005: Campeonato Estadual Carioca: 12 gols
· 2007: Campeonato Brasileiro (Série C): 27 gols
Distinção
· 1989: Bola de Prata (Placar)

Também eleito o melhor jogador goiano de todos os tempos em pesquisa do ‘Esporte Total’, Túlio foi sempre polémico e falastrão de inúmeras bravatas. O seu marketing pessoal continua sendo uma das suas características marcantes. Em certa ocasião, após um Botafogo x Flamengo em que assinalara o gol da vitória, Túlio disse à imprensa que a “minha missão na Terra é fazer gols. Para isso, fui criado.” Não tardou em afirmar, também, que “um dia, serei verbete de dicionário.” Entrevistado em 2004 por Bruno Ceccon e Matheus Pichonelli, e conservando o hábito de falar sobre si próprio na terceira pessoa, Túlio assegurava que “já passaram Garrincha, Didi, Zagallo, e agora, nos últimos 10, 20 anos, tem o Túlio”. Questionado acerca de ser o último ídolo do futebol botafoguense, Túlio diz que o é, sem dúvida, “não só pelos gols, mas também pelo título, pela alegria, pela irreverência e carisma que eu sempre levei aos jogos”. Em 1997, o Botafogo ultrapassava, pela primeira vez na sua história, o Fluminense em número de torcedores, sobretudo na faixa etária dos dez aos quinze anos…
Mas Túlio também gerava conflitos. Um dia, o zagueiro Wilson Gottardo disse sobre o seu companheiro Túlio: “Ele corre pouco e não ajuda a equipe. Não tem feito nada para melhorar a situação do clube.” E Romário, após vencer uma Taça Guanabara, ofendeu-o e minimizou-o. Quando se esperava a resposta afiada de Túlio, o craque deu uma resposta à altura, não se envolvendo em polémica com o adversário. Ao contrário, Túlio passou a treinar mais, a correr mais e a ajudar na marcação. E em 1995 provou a Gottardo que estava errado, fazendo grandes actuações, tornando a ser artilheiro no campeonato carioca e brasileiro e levando o Botafogo a campeão brasileiro. Mas ainda no Pacaembu, após vencer o Santos na final de 1995, Túlio Maravilha foi igual a si próprio: “O gol é minha água. Vivo disso”. Carregado ao ombro do zagueiro Gonçalves, acrescentou: “Provei mais uma vez quem é o verdadeiro Rei do Rio” – e respondeu finalmente, desta forma, às ofensas de Romário.
Túlio foi sempre polémico, não apenas por ser considerado um falastrão, mas também porque fazia coisas inéditas, entre as quais um ensaio nu para a revista ‘G Magazine’ em 2003. Outro dos feitos mais famosos de Túlio foi o gol de calcanhar que rubricou pelo Botafogo contra o Universidad Católica, na Copa Libertadores da América: aproveitando a baliza aberta e o goleiro batido, Túlio parou a bola e fez uma pirueta do tipo ‘gol de letra’, finalizando com o calcanhar, o que foi considerado ofensivo e desrespeitoso do adversário. E Túlio ainda fundiu o seu nome ao ‘gol de letra’, designando o movimento como ‘tuleta’.
Em 2007, aos 38 anos, após trocar 27 vezes de clube, jogando desde o campeonato brasileiro da primeira divisão até ao campeonato goiano da terceira divisão, Túlio quer chegar ainda ao milésimo gol e, para isso, tornou a ser artilheiro do campeonato brasileiro da terceira divisão, tal como já fora em 2002, juntando estas façanhas às artilharias de 1989, 1995 e 1996 nos campeonatos da primeira divisão. Então, Túlio obteve cinco vezes o título de maior artilheiro em todas as divisões do campeonato brasileiro de futebol. E enquanto o São Paulo e o Flamengo brigavam em praça pública pelo título de primeiro pentacampeão brasileiro, Túlio aproveitou a ocasião e disparou para a imprensa:
“O futebol brasileiro tem mais um penta. Quero ser reconhecido pela CBF e também quero minha taça das bolinhas. Pelo menos um troféu e uma chuteira de ouro eu mereço ganhar. Não fui apenas o maior artilheiro das três divisões do futebol nacional, como também fui o maior no futebol nacional na temporada. Foram 50 gols ao todo, se somarmos os 16 pelo Estadual e sete em amistosos”.
O facto de actuar nos mais diversos campeonatos das divisões nacionais e estaduais, não atrapalha de modo nenhum a ideia que o craque tem de si mesmo: “Quem já foi rei não perde a majestade!”
Mas o notável Túlio apresenta outras particularidades na sua vida pessoal: tem um irmão gémeo, Télvio, que também jogou pelo Botafogo, em Dezembro de 2007 nasceram filhos gémeos gerados com a actual esposa e o único filho homem dos três filhos anteriores nasceu no mesmo dia que o pai. Em vésperas de tornar a ser pai, após reivindicar a penta-artilharia, Túlio informa a todo o mundo:
“Agora, também serei penta-pai, já que serei pai pela quinta vez. Meus gêmeos irão nascer para completar um ano especial para mim. Cheguei ao gol 800 e o Vila voltou para a Série B. Só alegria.”
Para completar as originalidades deste invulgar futebolista, resta dizer que Túlio Maravilha é fã do Mickey e da Disney e ídolo da torcida que tem o Pato Donald como uma das suas mascotes.
Fontes principais
Acervo e pesquisa de Rui Moura
Augusto, Sérgio (2004), Botafogo – Entre o Céu e o Inferno, Rio de Janeiro: Ediouro
http://botafogoamado.zip.net/
http://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%BAlio_Maravilha
http://pt.wikiquote.org/wiki/Tulio_Maravilha
http://www.94fm.com.br/node/7164
http://www.botafogopaixao.kit.net/tulio.htm
http://www.gazetaesportiva.net/entrevista/futebol/ent107.htm
http://www.sambafoot.com/pt/jogadores/465_Tulio_Maravilha.html
4 comentários:
belíssima homenagem!
valeu, rui!
valeu, túlio maravilha!
botafogo, eu te amo.
Abraços, snoopy!
Perfeita a homenagem.
Parabens seu Blog e show Rui!!
Tulio maravilha o verdadeiro rei do Rio.
hahaha
Iram Santos.
Obrigado, Iram.
Precisamos de outro Túlio para alavancar a meninada junto do Botafogo. Precisamos de um craque que goste do Botafogo, que o sinta. Será que ainda haverá disso?...
Abraços Gloriosos!
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