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Tudo aconteceu numa terra distante, no tempo em que os bichos falavam... Os urubus, aves por natureza becadas, mas sem grandes dotes para o canto, decidiram que, mesmo contra a natureza eles haveriam de se tornar grandes cantores. E para isto fundaram escolas e importaram professores, gargarejaram dó-ré-mi-fá, mandaram imprimir diplomas, e fizeram competições entre si, para ver quais deles seriam os mais importantes e teriam a permissão para mandar nos outros.
Foi assim que eles organizaram concursos e se deram nomes pomposos, e o sonho de cada urubuzinho, instrutor em início de carreira, era se tornar um respeitável urubu titular, a quem todos chamam de Vossa Excelência.
Tudo ia muito bem até que a doce tranqüilidade da hierarquia dos urubus foi estremecida. A floresta foi invadida por bandos de pintassilgos tagarelas, que brincavam com os canários e faziam serenatas para os sabiás... Os velhos urubus entortaram o bico, o rancor encrespou a testa, e eles convocaram pintassilgos, sabiás e canários para um inquérito.
– “Onde estão os documentos dos seus concursos?” – E as pobres aves se olharam perplexas, porque nunca haviam imaginado que tais coisas houvessem. Não haviam passado por escolas de canto, porque o canto nascera com elas. E nunca apresentaram um diploma para provar que sabiam cantar, mas cantavam simplesmente...
– “Não, assim não pode ser. Cantar sem a titulação devida é um desrespeito à ordem.”
E os urubus, em uníssono, expulsaram da floresta os passarinhos que cantavam sem alvarás...
* Rubem Alves nasceu em Boa Esperança, Minas Gerais, em 1933. Bacharel em Teologia – Seminário Presbiteriano de Campinas, SP. Mestre em Teologia – Union Theological Seminary, NY, USA. Doutor em Filosofia pelo Princeton Theological Seminary, NJ, USA. Psicanalista pela Associação Brasileira de Psicanálise de São Paulo. Foi Professor Adjunto e Titular da Faculdade de Educação UNICAMP), livre-docente pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas e Diretor da Assessoria de Relações Internacionais daquela Universidade.
Fonte
Excerto do livro Estórias de quem gosta de ensinar — O fim dos Vestibulares, São Paulo, editora Ars Poética, 1995
Foi assim que eles organizaram concursos e se deram nomes pomposos, e o sonho de cada urubuzinho, instrutor em início de carreira, era se tornar um respeitável urubu titular, a quem todos chamam de Vossa Excelência.
Tudo ia muito bem até que a doce tranqüilidade da hierarquia dos urubus foi estremecida. A floresta foi invadida por bandos de pintassilgos tagarelas, que brincavam com os canários e faziam serenatas para os sabiás... Os velhos urubus entortaram o bico, o rancor encrespou a testa, e eles convocaram pintassilgos, sabiás e canários para um inquérito.
– “Onde estão os documentos dos seus concursos?” – E as pobres aves se olharam perplexas, porque nunca haviam imaginado que tais coisas houvessem. Não haviam passado por escolas de canto, porque o canto nascera com elas. E nunca apresentaram um diploma para provar que sabiam cantar, mas cantavam simplesmente...
– “Não, assim não pode ser. Cantar sem a titulação devida é um desrespeito à ordem.”
E os urubus, em uníssono, expulsaram da floresta os passarinhos que cantavam sem alvarás...
* Rubem Alves nasceu em Boa Esperança, Minas Gerais, em 1933. Bacharel em Teologia – Seminário Presbiteriano de Campinas, SP. Mestre em Teologia – Union Theological Seminary, NY, USA. Doutor em Filosofia pelo Princeton Theological Seminary, NJ, USA. Psicanalista pela Associação Brasileira de Psicanálise de São Paulo. Foi Professor Adjunto e Titular da Faculdade de Educação UNICAMP), livre-docente pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas e Diretor da Assessoria de Relações Internacionais daquela Universidade.
Fonte
Excerto do livro Estórias de quem gosta de ensinar — O fim dos Vestibulares, São Paulo, editora Ars Poética, 1995
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[Publiquei a fábula acima a pedido de alguns cathartiformes vagabundos que frequentam o Mundo Botafogo, solicitando algo criativo como resposta às suas costumeiras mediocridades iliteratas postadas neste espaço após os jogos contra o Glorioso. Ah... Anote-se também que não comento mais jogos contra os cathatiformes que não conseguem ganhar-nos um único jogo sem casos de arbitragem cujo cômputo geral os favorece durante as partidas contra nós e contra outros. Sem honra nem pudor.]
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Ah… Ia-me esquecendo da FICHA TÉCNICA:
Botafogo 0x1 Cathartiformes
» Gol: Adriano 31’
» Competição: Campeonato Brasileiro
» Local: Estádio Olímpico João Havelange, no Rio de Janeiro (RJ)
» Data: 25/10/2009
» Arbitragem: Luis Antônio Silva dos Santos (RJ); Marco Aurélio Pessanha (RJ) e Ediney Mascarenhas (RJ)
» Cartões amarelos: Lúcio Flávio, Jobson (Botafogo); Fierro, Petkovic, Juan, Aírton (Flamengo)
» Botafogo: Jéfferson, Alessandro, Juninho, Wellington e Diego (Jônatas); Leandro Guerreiro, Batista (Victor Simões), Lucio Flavio e Reinaldo (Renato); Jobson e André Lima. Técnico: Estevam Soares.
» Cathartiformes: Bruno, Leonardo Moura, Aírton, Fabrício e Juan (Wellington); Maldonado, Toró, Fierro (Lenon) e Petkovic (Gil); Zé Roberto e Adriano. Técnico: Andrade.
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Ah… Ia-me esquecendo da FICHA TÉCNICA:
Botafogo 0x1 Cathartiformes
» Gol: Adriano 31’
» Competição: Campeonato Brasileiro
» Local: Estádio Olímpico João Havelange, no Rio de Janeiro (RJ)
» Data: 25/10/2009
» Arbitragem: Luis Antônio Silva dos Santos (RJ); Marco Aurélio Pessanha (RJ) e Ediney Mascarenhas (RJ)
» Cartões amarelos: Lúcio Flávio, Jobson (Botafogo); Fierro, Petkovic, Juan, Aírton (Flamengo)
» Botafogo: Jéfferson, Alessandro, Juninho, Wellington e Diego (Jônatas); Leandro Guerreiro, Batista (Victor Simões), Lucio Flavio e Reinaldo (Renato); Jobson e André Lima. Técnico: Estevam Soares.
» Cathartiformes: Bruno, Leonardo Moura, Aírton, Fabrício e Juan (Wellington); Maldonado, Toró, Fierro (Lenon) e Petkovic (Gil); Zé Roberto e Adriano. Técnico: Andrade.
14 comentários:
Confrontos: 329 partidas
• Vitórias do Botafogo: 103
• Vitórias do Flamengo: 118
• Empates: 108
• Gols do Flamengo: 513
• Gols do Botafogo: 480
Rui,
nosso ex-Botafogo segue na sua melancólica,ridícula,patética,
grotesca,nojenta,vexaminosa,
indecente e infeliz campanha 2009.
Talvez a maior das tristezas para
qualquer botafoguense.Os jogadores
que "trouxeram de volta" não são
dignos.O treinador é um estúpido,não conhece o futebol.Os dirigentes mereciam estar num filme
de dráculas ou algo semelhante.A única coisa que nos resta é a nossa
torcida,já que vivemos do passado
glorioso.Tenho vergonha das crianças e da minha filha que tenta
me animar.E os verdadeiros botafoguenses,ainda existem ?
Amigo Muga, eu estou de acordo com os epítetos com que presenteias dirigentes, jogadores e até treinador. Mas sobre o que fizemos ontem em campo, creio que não vi os cathartiformes fazerem nada de especial a não ser uma jogada de gol em que os zagueiros do BFR mostraram toda a sua rapidez, eficiência e categoria, oferecendo ao Adriano a possibilidade de um gol 'não possível'. Até vi os cathartiformes à defesa, a enrolarem jogo e com um penalti que não empatou o jogo porque o goleiro saíu antes de tempo. Noutro jogo mandaram repetir o penalty a favor dos cathartiformes, neste ignoraram a ilegalidade cometida por esse tal de Bruno.
Portanto, concordo com os teus epítetos, mas os cathartiformes não jogam com 'música' nem fizeram jogo para ganhar.
Ainda estamos na luta. Em qualquer caso, antes botafoguense na 4ª divisão do que cathartiforme sem honra nem pudor. O que me move não é sermos os 'maiores', mas sermos os 'melhores'.
Abraços Gloriosos!
Rui,
Essa corja que tomou de assalto GS passa atestado de humilhação, infelizmente, perante cathartiformes.
Abs e Sds, BOTAFOGUENSES!!!
é, amigo... pelo visto, há muitos que não têm o que ler por lá e vêm perturbar por aqui...
Bem, amigo Gil, o atestado de humilhação não é específico. É genérico para todo o mundo. A diretoria do BFR não se impõe seja a quem for. Se o São Paulo aparecer por aí com alguma coisa para negociar, o comportamento de GS é igual ao de sempre - ajoeham-se, dobram-se e...
Abtaços Gloriosos!
Sabes, Gil, aprendi há muitos e muitos anos que os outros fazem pouco de nós apenas quando nós deixemos que o façam. Por mim, não deixo que o façam. Se a torcida Gloriosa também não deixasse, esta diretoria teria sido tão apertada que, das duas uma: ou se demitia ou mudava de rumo, sob pena de se confrontar com gravíssimos problemas. Mas como são covardes recuariam. Lembras-te quando 'alugaram' uns 9 gorilas em GS para guarda-costas com medo da torcida e nós ainda nem sequer nos tínhamos manifestado?... Eles são medrosos... Não valem nada...
Abraços Gloriosos!
Amigo Snoopy, pelo menos estes são são cathartiformes ligeiramente mais letrados. Já sabem ler, embora pouco. Um deles disse-me que ontem escrevi com palavras difíceis para me mostrar superior. Andei à procura de uma palavra difícil no que eu escrevera e não encontrei nenhuma. O nível é mesmo baixo, coitado...
Mas sabes porque é que gostam de andar a xingar no meu blogue e não o fazem noutros?... Porque aqui são severamente maltratados, como merecem, sem palavrões nem chances para usarem a única arma de que dispõem: a emocionalidade barata e o sentimento pacóvio. Valores e racionalidade apresentam-se ao nível 'underground'. São tratados na mais estrita racionalidade sem sorrisos ou simpatias, coisa que estes cathartiformes não sabem manejar - a não ser o contrário disso, a irracionalidade. Mas racionalidade é própria de humanos e não da espécie de cathatiformes, não é?... Por isso voltam sempre, à espera que eu os descomplexe de terem os seus comportamentos amputados do que mais caracteriza os humanos - a inteligência.
Abraços Gloriosos!
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