terça-feira, 27 de outubro de 2009

Vícios privados, públicas virtudes…


Pegaram um sujeito em flagrante roubando galinhas de um galinheiro e o levaram para a delegacia.

[D – Delegado; L – Ladrão]

D – Que vida mansa, heim, vagabundo? Roubando galinha para ter o que comer sem precisar trabalhar. Vai para a cadeia!

L – Não era para mim não. Era para vender.

D – Pior, venda de artigo roubado. Concorrência desleal com o comércio estabelecido. Sem-vergonha!

L – Mas eu vendia mais caro.

D – Mais caro?

L – Espalhei o boato que as galinhas do galinheiro eram bichadas e as minhas galinhas não. E que as do galinheiro botavam ovos brancos enquanto as minhas botavam ovos marrons.

D – Mas eram as mesmas galinhas, safado.

L – Os ovos das minhas eu pintava.

D – Que grande pilantra... (mas já havia um certo respeito no tom do delegado....) Ainda bem que tu vai preso. Se o dono do galinheiro te pega...

L – Já me pegou. Fiz um acerto com ele. Me comprometi a não espalhar mais boato sobre as galinhas dele, e ele se comprometeu a aumentar os preços dos produtos dele para ficarem iguais aos meus. Convidamos outros donos de galinheiros a entrar no nosso esquema. Formamos um oligopólio. Ou, no caso, um ovigopólio.

D – E o que você faz com o lucro do seu negócio?

L – Especulo com dólar. Invisto alguma coisa no tráfico de drogas. Comprei alguns ocupantes de certos cargos públicos. Consegui exclusividade no suprimento de galinhas e ovos para programas de alimentação do governo e superfaturo os preços.

O delegado mandou pedir um cafezinho para o preso e perguntou se a cadeira estava confortável, se ele não queria uma almofada. Depois perguntou:

D – Doutor, não me leve a mal, mas com tudo isso, o senhor não está milionário?

L – Trilionário. Sem contar o que eu sonego de Imposto de Renda e o que tenho depositado ilegalmente no exterior.

D – E, com tudo isso, o senhor continua roubando galinhas?

L – Às vezes. Sabe como é.

D – Não sei não, excelência. Me explique.

L – É que, em todas essas minhas atividades, eu sinto falta de uma coisa. O risco, entende? Daquela sensação de perigo, de estar fazendo uma coisa proibida, da iminência do castigo. Só roubando galinhas eu me sinto realmente um ladrão, e isso é excitante. Como agora fui preso, finalmente vou para a cadeia. É uma experiência nova.

D – O que é isso, excelência? O senhor não vai ser preso não.

L – Mas fui pego em flagrante pulando a cerca do galinheiro!

D – Sim. Mas primário, e com esses antecedentes...

Terminou a ‘fábula’. Convida-se os leitores a especularem sobre vários ângulos interpretativos e, posteriormente, atribuírem nomes aos protagonistas envolvidos no enredo. Experimentem vários nomes e escolham os que melhor se ajustam…

5 comentários:

Márcio disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Márcio disse...
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Ruy Moura disse...

Mais um complexado que mesmo ganhando vem xingar. Eles são assim mesmo: iliteratos, mal-educados, complexados, apequenados e fazem-me asco. Este escreveu DEZENAS DE LINHAS em duas postagens! Como se eu e os leitores botafoguenses lessem tais destrambelhamentos mentais. E perdem eles tempo nos nossos espaços. Eu nunca vou ao deles, mas eles não vivem bem sem nós, xingando-nos devido á grandeza que nunca tiveram. A sua única coisa 'grande', de que se ufanam em 1981, chama-se José Roberto Wright (foi bonita aquela vergonha pública e nacional, não foi?...). Hoje, a sua grandeza chama-se, entre outros, Djalma Beltrami, Hilton Moutinho ou Marcelo Lima Henrique. Mesmo para pequenez, até que exageram. Aconselho psiquiatria, porque estes cathartiformes têm uma tal vocação para o erro que começo a ter pena deles. Especialmente depois de os ver entrar num pranto público de chororô por duas vezes. Enfim, o mundo é desigual e alguns não foram tocados pela graça do Senhor - calhou a este cathartiforme a desgraça maior, coitado.

Abraços a todos os botafoguenses!

Guilherme disse...

Belíssimo Blog, Rui. Conheci pelo MCR.

Esses parasitas burro-negros...

Quanto a fábula, o delegado é a imprensa brasileira e o ladrão só poderia ser o império do mal e sua torcida lobotomizada. Assim podemos fazer uma analogia ao jogo de interesses asqueroso existente no futebol nacional.

Ruy Moura disse...

Eis uma boa interpretação, Guilherem!... rsrsrs... Obrigado pela sua chegada ao blogue!

Abraços Gloriosos!

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