
O primeiro lateral do mundo que virou atacante centra a bola para Paulinho Valentim marcar um gol de bicicleta contra o Fluminense na decisão carioca de 1957 vencida por 6x2 (http://www.infogol.com.br/)
O futebol foi produzindo diversas invenções ao longo do tempo. Os países e os clubes puxam para si as maiores criações. A bicicleta é de origem chilena e foi aprimorada por Leônidas da Silva?... O maior goleador do mundo – formalmente Pelé – foi o brasileiro Friendereich ou o austríaco Bincan?... A folha-sêca foi inventada ou apenas aprimorada por Didi?...
Na verdade, pouco importa quem inventou tais gestos, mil vezes repetidos por outros craques, mas há demasiados botafoguenses envolvidos em criações (ou aprimorações) para que se justifique falarmos do assunto.
Vamos tratar de sete gestos futebolísticos realmente inovadores: (1) a roda de bobo; (2) a bicicleta; (3) o lateral ‘atacante’; (4) a paradinha; (5) o fair play; (6) a folha-sêca; (7) o olé!
(1) A roda de bobo
A roda de bobo foi inventada por Nilton Santos, botafoguense de quatro costados. Em jogo contra o Flamengo no início dos anos de 1950, o Botafogo foi o protagonista da ‘roda de bobo’ quando Nílton Santos olhou para Aristóbulo e Dequinha, jogadores do rival a quem alcunhava de ‘cabeçudos’, e incitou os companheiros a colocarem-nos na roda. Os dois entraram e nasceu, assim, a ‘roda de bobo’.
(2) A bicicleta
Consta que foi um chileno o primeiro jogador a marcar um gol de bicicleta, mas quem aprimorou o belíssimo gesto foi Leônidas da Silva, botafoguense campeão de 1935. O craque logrou realizar a jogada algumas vezes durante a sua carreira. Apesar disso, o grande momento de um gol de bicicleta foi protagonizado por Paulinho Valentim. Na decisão do campeonato carioca de 1957, Paulinho recebeu um centro de Nilton Santos, que avançara pela ponta esquerda e marca um gol extraordinário na vitória de 6x2 sobre o Fluminense.
(3) O lateral ‘atacante’
O primeiro lateral do mundo que virou atacante terá sido também o botafoguense Nilton Santos. O craque começou a avançar no terreno ainda no Botafogo, quando era impensável que um lateral eltrapassasse a linha do meio campo, e torou a fazê-lo na seleção brsileira, para desespero de Vicente Feola. Mas à medida que o gesto atacante funcionava, Nilton Santos ganhava espaço na sua nova posição. No Botafogo, Nilton Santos marcou onze gols e tornou irreversível o avanço dois laterais em todos os campos do mundo.
(4) A paradinha
Segundo Armando Nogueira foi Didi, meia do Botafogo, o criador da paradinha nos idos de 1950. Na verdade, Pelé apenas adoptou e aperfeiçoou o gesto, após o craque botafoguense iniciar-se na marcação de gols desse modo original.
(5) O fair play
O inesquecível Mané Garrincha foi o criador do maior lance de fair play do desporto mundial durante o jogo Botafogo x Fluminense de 27 de Março de 1960. Pinheiro foi rebater uma bola e estoirou um músculo; a bola sobrou para o botafoguense Garrincha, que invadiu a área e podia fazer o gol mas viu Pinheiro caído e, tranquilamente, como se fizesse a coisa mais natural do mundo, atirou a bola para fora. Era um Gandhi do futebol florescendo, subitamente, em meio ao incêndio das paixões de um jogo. Altair, quando foi bater o arremesso, compreendeu que tinha de retribuir. E foi do Botafogo a bola, dando início a uma tradição brasileira, que ganhou o mundo.
(6) A folha-sêca
Além da paradinha, Didi também foi o criador da letal folha-sêca. O craque tornou as cobranças de falta letais para os goleiros porque chutava a bola com tal efeito que ela descrevia uma parábola no seu trajeto, mudava de direção e alojava-se irremediavelmente no fundo das balizas adversárias.
(7) O olé!
O ‘olé!’ nasceu dos dribles fantásticos de Mané Garrincha. Adaptado ao futebol em 1958, o “olé!” nasceu num jogo entre o Botafogo, campeão de 1957, e o River Plate, tricampeão argentino, num jogo disputado na Cidade do México. Deveu-se ao ‘olé!’ de Garrincha a Vairo. Sempre que Garrincha parava na frente de Vairo os espectadores mantinham-se no mais profundo silêncio. Quando Garrincha dava o famoso drible e deixava Vairo sentado no chão, um coro de cem mil pessoas exclamava: “Ô ô ô ô ô-lê!”. Num desses momentos, um dos clarins dos mariaches atacou o trecho de Cármen que é tocado na abertura das touradas. O estádio quase foi abaixo. O treinador tirou Vairo de campo para evitar o gozo e, rindo, Vairo exclamava: “No hay nada que hacer. Imposible!” O ‘Jarrito de Oro’ votado e entregue no dia seguinte ao melhor jogador do torneio, naquele ano foi entregue ali mesmo, no estádio, a Garrincha. Mané foi carregado aos ombros pelos torcedores numa volta olímpica.
Fonte
Acervo e pesquisa de Rui Moura
Blogue Mundo Botafogo
O futebol foi produzindo diversas invenções ao longo do tempo. Os países e os clubes puxam para si as maiores criações. A bicicleta é de origem chilena e foi aprimorada por Leônidas da Silva?... O maior goleador do mundo – formalmente Pelé – foi o brasileiro Friendereich ou o austríaco Bincan?... A folha-sêca foi inventada ou apenas aprimorada por Didi?...
Na verdade, pouco importa quem inventou tais gestos, mil vezes repetidos por outros craques, mas há demasiados botafoguenses envolvidos em criações (ou aprimorações) para que se justifique falarmos do assunto.
Vamos tratar de sete gestos futebolísticos realmente inovadores: (1) a roda de bobo; (2) a bicicleta; (3) o lateral ‘atacante’; (4) a paradinha; (5) o fair play; (6) a folha-sêca; (7) o olé!
(1) A roda de bobo
A roda de bobo foi inventada por Nilton Santos, botafoguense de quatro costados. Em jogo contra o Flamengo no início dos anos de 1950, o Botafogo foi o protagonista da ‘roda de bobo’ quando Nílton Santos olhou para Aristóbulo e Dequinha, jogadores do rival a quem alcunhava de ‘cabeçudos’, e incitou os companheiros a colocarem-nos na roda. Os dois entraram e nasceu, assim, a ‘roda de bobo’.
(2) A bicicleta
Consta que foi um chileno o primeiro jogador a marcar um gol de bicicleta, mas quem aprimorou o belíssimo gesto foi Leônidas da Silva, botafoguense campeão de 1935. O craque logrou realizar a jogada algumas vezes durante a sua carreira. Apesar disso, o grande momento de um gol de bicicleta foi protagonizado por Paulinho Valentim. Na decisão do campeonato carioca de 1957, Paulinho recebeu um centro de Nilton Santos, que avançara pela ponta esquerda e marca um gol extraordinário na vitória de 6x2 sobre o Fluminense.
(3) O lateral ‘atacante’
O primeiro lateral do mundo que virou atacante terá sido também o botafoguense Nilton Santos. O craque começou a avançar no terreno ainda no Botafogo, quando era impensável que um lateral eltrapassasse a linha do meio campo, e torou a fazê-lo na seleção brsileira, para desespero de Vicente Feola. Mas à medida que o gesto atacante funcionava, Nilton Santos ganhava espaço na sua nova posição. No Botafogo, Nilton Santos marcou onze gols e tornou irreversível o avanço dois laterais em todos os campos do mundo.
(4) A paradinha
Segundo Armando Nogueira foi Didi, meia do Botafogo, o criador da paradinha nos idos de 1950. Na verdade, Pelé apenas adoptou e aperfeiçoou o gesto, após o craque botafoguense iniciar-se na marcação de gols desse modo original.
(5) O fair play
O inesquecível Mané Garrincha foi o criador do maior lance de fair play do desporto mundial durante o jogo Botafogo x Fluminense de 27 de Março de 1960. Pinheiro foi rebater uma bola e estoirou um músculo; a bola sobrou para o botafoguense Garrincha, que invadiu a área e podia fazer o gol mas viu Pinheiro caído e, tranquilamente, como se fizesse a coisa mais natural do mundo, atirou a bola para fora. Era um Gandhi do futebol florescendo, subitamente, em meio ao incêndio das paixões de um jogo. Altair, quando foi bater o arremesso, compreendeu que tinha de retribuir. E foi do Botafogo a bola, dando início a uma tradição brasileira, que ganhou o mundo.
(6) A folha-sêca
Além da paradinha, Didi também foi o criador da letal folha-sêca. O craque tornou as cobranças de falta letais para os goleiros porque chutava a bola com tal efeito que ela descrevia uma parábola no seu trajeto, mudava de direção e alojava-se irremediavelmente no fundo das balizas adversárias.
(7) O olé!
O ‘olé!’ nasceu dos dribles fantásticos de Mané Garrincha. Adaptado ao futebol em 1958, o “olé!” nasceu num jogo entre o Botafogo, campeão de 1957, e o River Plate, tricampeão argentino, num jogo disputado na Cidade do México. Deveu-se ao ‘olé!’ de Garrincha a Vairo. Sempre que Garrincha parava na frente de Vairo os espectadores mantinham-se no mais profundo silêncio. Quando Garrincha dava o famoso drible e deixava Vairo sentado no chão, um coro de cem mil pessoas exclamava: “Ô ô ô ô ô-lê!”. Num desses momentos, um dos clarins dos mariaches atacou o trecho de Cármen que é tocado na abertura das touradas. O estádio quase foi abaixo. O treinador tirou Vairo de campo para evitar o gozo e, rindo, Vairo exclamava: “No hay nada que hacer. Imposible!” O ‘Jarrito de Oro’ votado e entregue no dia seguinte ao melhor jogador do torneio, naquele ano foi entregue ali mesmo, no estádio, a Garrincha. Mané foi carregado aos ombros pelos torcedores numa volta olímpica.
Fonte
Acervo e pesquisa de Rui Moura
Blogue Mundo Botafogo
8 comentários:
Rui,
AMAMOS O BOTAFOGO!!!
Abs e Sds, BOTAFOGUENSES!!!
Muito mesmo, Gil! Os nossos amigos até nos acham 'meio loucos' por causa disso, não é mesmo?!...
Abraços Gloriosos!
Rui,
é por um texto desses que considero
se não o melhor,certamente um dos
melhores blogs sobre o Glorioso.
Parabéns,meu irmão!
Nota dez,com louvor!
Muito obrigado.
Estou indo para o Engenhão na certeza que voltaremos classificados.
Forte abraço!
Obrigado, Muga. Torce por mim também, apesar de eu estar acordado a essa hora para acompanhar o nosso Glorioso!
Saudações Botafoguenses!
Oi, Rui! Boa noite.
1) Retificando o caque para craque, ok?
2) E segue mais um jogo que marcamos gol magnífico (esplêndido):
BOTAFOGO 2 x 2 VASCO
Data: 18 / 09 / 1949
Local: General Severiano, Rio de Janeiro
Renda: Cr$ 321.430,00
Árbitro: Mário Gonçalves Vianna
Competição: Campeonato Carioca
Gols: Ademir Menezes, aos 22’ e Jayme (de ‘letra’ ['O Jornal'] ou ‘calcanhar’ ['A Noite']), aos 44’, no 1° tempo; Jayme (de cabeça), aos 2’ e Nestor (de cabeça), aos 42’, no 2° tempo
Botafogo: Osvaldo Baliza, Gérson e Nílton Santos; Rubinho, Ávila e Juvenal; Paraguaio, Geninho, César, Jayme e Reynaldo. Técnico: Zezé Moreira
Vasco: Barbosa, Augusto e Laerte; Ely, Danilo e Alfredo; Nestor, Maneca, Ademir Menezes, Ipojucan e Mário. Técnico: Flávio Costa
Obs: 1) O Botafogo enfrentou o CRVG com a camisa tradicional, listrada em vertical preta e branca, calção e meias brancos; 2) O Vasco com camisa negra com faixa em diagonal branca, short também preto e meias com listras horizontais (zebradas) pretas e brancas
Fontes: A Noite, Diário de Notícias, Jornal dos Sports e O Jornal
Pedro Varanda
Já retifiquei, Pedro. Quanto aos gols bonitos, eu estou juntando as suas informações para criar um novo artigo com gols bonitos. Com esta já tenho três súmulas enviadas por si. Se conseguirmos mais duas ~´umulas já se pode publicar um novo artigo. O que acha?...
Abraços Gloriosos!
Alô, Rui. Se puder passe-me um e-mail agora. Assunto: é sobre Heleno de Freitas.
Abraço
mundobotafogo@gmail.com
Abraços Gloriosos!
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