Recebi esta semana correspondência eletrónica de mais um português, residente no Rio de Janeiro, que é torcedor do Botafogo.
Na verdade conheço muitos portugueses botafoguenses, mas nenhum flamenguense nem algum fluminense. Penso que os portugueses têm bom gosto clubista…
Além de o nosso clube ter nome de origem no galeão de guerra ‘Botafogo’, muitos outros pormenores fazem ligação a portugueses.
O primeiro jogador português a atuar no Brasil foi Vieira, no Botafogo; a estreia do nosso estádio em 1913 contra o Flamengo teve como convidado especial o Comodoro Bleck, presidente do Club Naval de Lisboa, etc.
Então, decidi prolongar um pouco mais o artigo dedicado a um dos nossos maiores patronos, Adhemar Alves Bebianno. O nosso ex-presidente e patrono descende da família portuguesa Bebiano, que se fixou no Brasil em meados do século XIX.
É curioso notar que Domingos Alves Bebiano, nascido em Portugal, em 1849, descendente do Visconde de Castanheira de Pera, fixou-se em Minas Gerais, em 1864, a fim de trabalhar com um tio, depois estabeleceu-se por conta própria até 1880 e acabou levando a sua família para o Rio de Janeiro, tendo sido eleito, em 1896, presidente da poderosa Companhia América Fabril, um dos maiores estabelecimentos para manufatura de tecidos em algodão no Brasil. Foi o promotor e fundador das fábricas do Cruzeiro e do Pau Grande, ambas pertencentes à companhia, e foi membro da Society of Arts e da Meteorological Society, de Londres.
Acresce que a Companhia América Fabril – antes Companhia de Pau Grande – estava sediada em Pau Grande, terra de Mané Garrincha. Domingos Alves Bebiano é, ainda hoje, a designação de uma rua da localidade.
Por outro lado, e ainda a título de mera curiosidade, também o primeiro historiador do Botafogo, Alceu Mendes de Oliveira Castro, que publicou o livro ‘O Futebol no Botafogo (1904-1950)’, assim como o remador António Mendes de Oliveira Castro, que venceu o primeiro campeonato brasileiro de remo pelo Club de Regatas Botafogo, descendem da família portuguesa Mendes de Oliveira Castro, designadamente de António Mendes de Oliveira Castro, nascido em 1810, em Santa Eulália de Fafe (Portugal).
Entretanto, as famílias cruzaram-se, podendo-se encontrar hoje, por exemplo, um Luiz Philippe Bebianno Mendes de Oliveira Castro, que, aliás, nasceu no mesmo ano do editor do blogue Mundo Botafogo.
E é claro que se poderia continuar a conversa, porque já houve cruzamentos nestas família botafoguense com outros apelidos como… Montenegro… Mas hoje ficaremos por aqui com as curiosidades de famílias…
Se desejar consulte o ‘livro de visitas’ da família Bebianno (ou Bebiano, nome original): http://sites.uol.com.br/livro_de_visitas.html?usuario=lphcastro
Pesquisa de Rui Moura (blogue Mundo Botafogo)
10 comentários:
teve o Rogério Lantres também,em 47.
esse livro O Futebol no Botafogo (1904-1950),deve ser o sonho de 11 em cada 10 alvinegros. Já li no Roberto Porto que existem poucos exemplares.
Vc já viu algum de perto?
Rafael.
Meu caro Rui Moura
Um abraço desde Portugal, e os meus parabéns pelo artigo.
Sou de Castanheira de Pera, de onde todos os Bebianos são originários. Domingos Alves Bebiano, que era, suponho, pai de Adhemar, era irmão de António Alves Bebiano, Visconde de Castanheira de Pera, que também esteve em Minas (Queluz, actual Conselheiro Lafaiete), e meu trisavô.
Feita a apresentação, lamento informá-lo que, sendo português, sou flamenguista - tendência que adquiri antes de conhecer a história do Botafogo e da sua relação com a família Bebiano - mas que ainda mantenho actualmente.
Nem todos temos o tal "bom gosto", como vê.
Um abraço
António Bebiano Carreira
Castanheira de Pera
Portugal
Exatamente Rafael. Rogério Lantres, o Pipi.
Eu tenho um exemplar do livro do Oliveira Castro.
Abraços Gloriosos!
Caro António. O meu amigo é o primeiro que eu conheço, por Internet, com pouco 'bom gosto'. (rsrsrs)
Essas informações são certas.
Abraços Gloriosos desde Lisboa.
Interessante artigo, meus parabéns. Me chamo Marcelo Baeta Miranda e sou Botafoguense com muito orgulho, de Juiz de Fora/MG. O motivo de lhe escrever é que sou descendente de Joaquim Lourenço Baeta Neves, Barão de Queluz, que era justamente cunhado de Antônio Alves Bebiano, o Visconde de Castanheira e Pera, e moravam na Vila Real de Queluz, atual Conselheiro Lafaiete/MG. A coincidência é que ele é trisavô do leitor português de "gosto duvidoso" (rs rs rs) que lhe escreveu, que acaba sendo um primo distante meu, pois também descende dos Baeta Neves. Um abraço Rui Moura, continue nos contando mais histórias do glorioso!
Muito interessantes os seus comentários, Marcelo.
Eu sou fã de 'antiguidades' e 'velharias', entre as quais 'genealogia'. Quando era jovem, por puro entretenimento, eu fazia genalogias de famílias históricas. Ainda tenho, por exemplo, a genealogia de muitas famílias romanas, dado que também admiro muito o nascimento e o desenvolvimento do Império Romano, que ainda hoje constitui a matriz institucional da maioria dos países do Ocidente, entre os quais os nossos países.
Abraços Gloriosos!
Olá para todos!
Sou bisneto de Adhemar Alves Bebianno e também tenho um "bom gosto"
Sou flamenguista, mas torço para o Alvinegro quando não jogam contra!
Além disso já foi remador do clube alvinegro e campeão!
E faço parte desse "cruzamento".
Sou bebianno e mendes de oliveira castro.
Abs
Sergio Mendes de Oliveira Castro Neto!
Os Portuguêses fazem HISTÓRIA em países onde são bem acolhidos. Excellent report Obrigado
Abraços Gloriosos, Sergio Castro!
Sim, os portugueses são adaptáveis aos destinos do mundo porque o conheceram mais cedo do que outros povos e ganharam um grande sentido universalista. Por vezes sentem-se mais à vontade no mundo do que dentro dos 100.000 km2 do país. E soma-se o provérbio, bem antigo, que recomenda: "Em Roma, sê romano."
Abraços BRASILEIROS LIBERTADORES!
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