Aí está a 'senhora cavadinha' casamentada com o 'senhor' Loco Abreu
“A Leste nada de novo…” – diz o provérbio popular.
Uma partida que teve apenas estes acontecimentos:
· Bonito gol relâmpago de Renato Cajá aos 13”
· Chute perigoso do Olaria à meta botafoguense aos 45’
· Defesa santíssima de Jefferson aos 49’30”
· Lançamento mortífero de Alessandro para Abreu marcar aos 53’
· Gol do Olaria em impedimento aos 55’
· Lançamento mortífero de Renato Cajá para Abreu marcar aos 59’
· Defesa portentosa de Jefferson em falta cobrada aos 73’
· Lançamento mortífero de Alessandro que Marcos Vinícius desperdiça aos 42’
Enfim, quatro gols, duas defesas portentosas, um gol desperdiçado pelo Botafogo e outro pelo Olaria. Fim.
Está bem, eu conto o resto da história…
O jogo começou com a escalação errada de Joel Santana, isto é, consta-me que todos os bons treinadores entram com os melhores jogadores ou aqueles que estão em melhor forma. Joel não. Nem mesmo com os bons jogos de Caio, nem a boa exibição de Alessandro, o demoveram de manter a escalação habitual, guardando as ‘surpresas’ para o intervalo a fim de parecer que mexeu divinalmente na equipa e que resolveu a partida. E o comentador televisivo cai nessa, elogiando sempre Joel devido às suas ‘perfeitas’ substituições que… deviam ter ocorrido antes do início do jogo…
A seguir ao começo do jogo o Botafogo entrou novamente na partida a dominar, fez um gol relâmpago, mas relaxou cedo. O Olaria equilibrou a partida e assumiu mais posse de bola. De concreto, absolutamente nada entre os 13” de jogo e os 45’ com o chute do Olaria a fechar a primeira parte. Muita lentidão, muitos passes errados, criatividade nula do Botafogo, Joel Santana sempre a testar e a consolidar o ferrolho que vai apresentar diante do Fluminense.
Na segunda parte, aos 49’30” Jefferson devia ser proposto para ‘canonização’ futura quando – daqui a muitos e muitos anos – deixar o mundo dos vivos. Na verdade, Jefferson fez uma defesa impossível, voando no ar para o lado direito e emendando o movimento a meio caminho para com a mão esquerda desviar a bola que estava lá dentro. Juro que estava lá dentro. Era impossível não estar, já que Manga não se encontarva na baliza. Mas estava lá… o goleiro da Seleção Brasileira que devia ser o seu titular. Notável, Jefferson! É o melhor jogador que passou no Botafogo desde 1995.
Claro que aí o Botafogo, ganhando por 2x0, resolveu relaxar, como sempre, e deixou o Olaria diminuir o placar aos 55’. O gol foi claramente feito em impedimento, mas isso não invalida que dois defensores alvinegros estivessem juntos a marcar ninguém e ao lado deles surgir um adversário cruzando para a pequena área.
Mas Loco Abreu rapidamente nos tirou do sufoco, aos 59’, fazendo um golaço de cavadinha a passe mortífero de Renato Cajá. Aos 73’ Jefferson fez uma nova defesa portentosa e aos 87’ o inspirado Alessandro faz novo passe mortífero que Marcos Vinícius desperdiça.
Aliás, o que fazia Marcos Vinícius no jogo? O ‘inventor-mor’ de General Severiano inovou novamente: não só não entrou com os melhores jogadores no início do jogo como ainda decidiu substituir um dos melhores em campo, Renato Cajá, por… Marcos Vinícius…
Mais?… bem… os três lançamentos fantásticos de Alessandro (2) e Renato Cajá (1), mostram uma das coisas que nos faz falta claramente: o ‘pensador’ da equipa, o homem que distribui o jogo, o lançador de passes longos e mortíferos para os artilheiros. Sem um jogador assim ninguém é campeão de uma competição difícil: o mediano campeão brasileiro de 2009 deve muito do título a Petkovic e o mediano campeão de 2010 deve muito do título a Conca.
Mais ainda?... bem… pelo menos Bruno, Somália, Lucas e Márcio Rosário não têm condições de titularidade no Botafogo. Confirmados como titulares parece-me que devem estar apenas Jefferson, Antônio Carlos, Marcelo Mattos, Renato Cajá (apesar de ser muito irregular), Caio e Loco Abreu. É só meio time. E será desejável que Alessandro não perca a ‘veia criativa’ que teve nos dois últimos jogos, que o Herrera recomece a jogar futebol e que os reforços entrem rapidamente em campo.
É que com os reforços, este esquema retranqueiro do Botafogo até pode resultar em grito de ‘é campeão’, porque os ataques adversários são fracos e vão ter dificuldades em ultrapassar o razoável trio consolidado de zagueiros. Inegavelmente Joel Santana dá-se muito bem com a montagem de defesas fechadas, embora o resto da equipa… enfim…. finalmente, Fim.
FICHA TÉCNICA
Botafogo 3x1 Olaria
» Gols: Renato Cajá 13’’ e Loco Abreu 53’ e 59’ (Botafogo); Vinícius 10’ (Olaria)
» Competição: Campeonato Carioca
» Data: 29.01.2010
» Local: Estádio do Engenhão (RJ)
» Público: 5.812 presentes; 4.394 pagantes
» Renda: R$ 103.830,00
» Arbitragem: William de Souza Nery, auxiliado por Silbert Faria Sisquim e Sérgio Waldman
» Disciplina: cartão amarelo - Márcio Rosário e Loco Abreu (Botafogo); Renan Silva (Olaria)
» Botafogo: Jefferson, João Felipe, Antônio Carlos e Márcio Rosário (Alessandro); Lucas (Caio), Marcelo Mattos, Bruno Tiago, Renato Cajá (Marcos Vinícius) e Somália; Loco Abreu e Herrera. Técnico: Joel Santana.
» Olaria: Renan, Ivan, Thiago, Rafael e Amarildo; David, Victor, Danilo e Renan Silva; Waldir (Vinícius) e Felipe (Renato). Técnico: Luiz Antônio Ferreira.
Foto: Cleber Mendes / Lancenet.
12 comentários:
Como eu comentei lá no blog do Evaldo José, apesar do fortíssimo calor no RJ (de praias lotadas) houve futebol no Engenhão.
Temos que tirar o chapéu para os 5.812 guerreiros que conseguiram sair de suas casas e encarar o forte calor carioca.
E o Alessandro hein, está batendo um bolão, se continuar assim vai merecer uma vaguinha de titular.
Boa noite.
El Loco Abreu marcou (o segundo dele na partida), o gol número 4.500 do Botafogo em Campeonatos Cariocas (Estaduais), 1906 a 2011.
RETROSPECTO DO BOTAFOGO EM CAMPEONATOS CARIOCAS
Jogos - 2.094
Vitórias - 1.167
Empates - 457
Derrotas - 470
Gols pró - 4.500
Gols contra - 2.575
Maiores goleadas, a favor e contra:
30 / 05 / 1909 – 24 x 0 S. C. Mangueira (Rua Voluntários da Pátria). Nota: A maior do Brasil.
Gols: Gilbert (9), Flávio (7), Monk (2), Lulú (2), Raul, Dinorah, Henrique e Emmanuel.
03 / 11 / 1929 – 2 x 11 América F. C. (Rua Campos Salles). Os títulos: 19 (dezenove)
1907, 1910, 1912, 1930, 1932, 1933 (Bi), 1934 (Tri), 1935 (Tetra), 1948, 1957, 1961, 1962 (Bi), 1967, 1968 (Bi), 1989 (Invicto), 1990 (Bi), 1997, 2006 e 2010.
Nossos maiores artilheiros:
1º) Carvalho Leite – 168 gols em 193 jogos (1930 a 1941).
2º) Nilo Murtinho – 135 gols em 148 jogos (1919 a 1921, 1923 e 1927 a 1937).
3º) Quarentinha – 134 gols em 155 jogos (1954 a 1955 e 1957 a 1964).
4º) Heleno de Freitas – 123 gols em 149 jogos (1940 a 1947).
Nossos artilheiros: 31 (trinta e um)
1907 – Flávio Ramos, 06 gols; 1909 – Flávio Ramos, 18; 1910 – Abelardo de Lamare, 22; 1912 – Mimi Sodré, 12; 1913 – Mimi Sodré, 13; 1916 – Aluízio Pinto, 12; 1917 – Luiz Menezes, 16; 1918 – Luiz Menezes, 21; 1920 – Arlindo Pacheco, 18; 1927 – Nilo Murtinho, 30; 1933 – Nilo Murtinho, 19; 1936 – Carvalho Leite, 15; 1938 – Carvalho Leite, 16; 1939 – Carvalho Leite, 22; 1942 – Heleno de Freitas, 28; 1948 – Octávio Moraes, 21; 1954 – Dino da Costa, 24; 1957 – Paulinho Valentim, 22; 1958 – Quarentinha, 20; 1959 – Quarentinha, 27; 1960 – Quarentinha, 25; 1961 – Amarildo, 18; 1968 – Roberto Miranda, 13; 1971 – Paulo Cézar Caju, 11; 1984 – Baltazar, 12; 1994 – Túlio Maravilha, 14; 1995 – Túlio Maravilha, 27; 2006 – Dodô, 09; 2007 – Dodô, 13; 2008 – Wellington Paulista, 14; 2009 – Maicosuel, 12.
Saudações Alvinegras
Guerreiros, sim... para enfrentar o calor e o quase não-futebol...
Bem, eu não gosto do Alessandro, acho que devia estar há muito tempo fora do clube, mas... com o que fez nos dois últimos jogos teria vaga como titular, sem dúvida. Porque aquele Lucas não me parece capaz de coisa nenhuma.
Abraços Gloriosos!
Bem lembrado, Pedro.
Abraços Gloriosos!
Quem diria, o Alessandro sendo aplaudido. O destino é mesmo irônico. Eu particularmente torço pra ele continuar fazendo bons jogos... E no mais, torcer, torcer!
Amei que tivestes ido ao meu Inquietude.
Beijos sempre gloriosos, Rui.
Mais uma vez a equipe jogou mal em alguns momentos, tomando uma pressão injustificável. Em algumas partes da partida, os jogadores do Botafogo andavam de maneira displicente pelo campo, assistindo ao adversário jogar. Uma parte da torcida mostrou novamente que é burra, vaiando Somália durante a partida. Quando vão perceber que isto só atrapalha a equipe? Vaiar o Botafogo durante a partida é mau-caratismo. Que aguardassem o final do jogo.
Loco Abreu mostro novamente que tem estrela e que pode decidir os jogos. Espero que isto aconteça nos jogos decisivos, pois bater nestes pequenos e fracassados times pequenos do Rio é fácil. Quando ele fizer o mesmo contra Fluminense e Flamengo, aí sim a torcida poderá ficar tranquila.
Espero que Arévalo e Everton estreiem logo, pois Márcio Azevedo deve mesmo estrear contra o Bangu, na quarta-feira. Somália na lateral-esquerda não dá mais.
Merece também um comentário Alessandro: Como o banco fez bem a ele! Entra voando em todas as partidas, acertando lançamentos longos e precisos, além de correr o campo todo e acertar sempre os cruzamentos. Nossos parabéns a este atleta, que aceitou a reserva com humildade, ao contrário de outros jogadores que se acham "estrelas".
Enfim, quando o Botafogo se acertou, cabiam mais gols, porém se continuar jogando de forma acovardada contra times melhores, poderá não ser tão fácil reagir com 2, 3 gols em cima da hora. Joel Santana tem que mudar logo a maneira de jogar do time.
Ah, Milene... Penso que o Alessandro conseguiu umas quatro ou cinco jogadas muito boas nestes dois jogos, e isso é francamente mau sinal. Se o Alessandro se destaca significa que a equipajoga muito pouco, porque o Alessandro sempre foi ruim.
Temos uma falta assustadora de dinâica de jogo'. Mesmo se a tática for adequada, a dinâmica não está lá...
Mas... estanos ganhando e conseguindo cinco vitórias consecutivas com três goleadas (incluo o amistoso), o que é considerável.
Beijos gloriosíssimos!
É isso, Aurélio: displicência e ausência de dinâmica. O calor não justifica tudo.
Concordo acerca do Loco. O que lhe falta mesmo é que consiga despertar no torcedor o sentimento de que pode resolver desafios difíceis. É isso mesmo que faz um ídolo.
Alessandro: temo que regressse ao time e rapidamentre ao que sempre fez. Mas que já justifica a titularidade não tenho dúvidas.
Joel Santana não vai mudar o esquema d ejogo. Ele insiste sempre no mesmo para o mecanizar, e depois fica dependente de qualquer estrelinha que sorria a um jogador para fazer o gol da vitória. Lamento dizer, mas tenho quase a certeza de que o 3-5-2 é para durar com variação 4-4-2 se estivermos a perder.
Abraços Gloriosos!
Também achei estranho um tal de "Marcos Vinícius" no Botafogo. Achei que ele era o novo Elizeu.
Pra quem não se lembra, Elizeu entrou no jogo contra o Atlético Paranaense pelo segundo turno do campeonado brasileiro passado, e deu o passe para o gol de empate do Atlético. Vale lembrar que o empresário do Elizeu é o mesmo do Joel Santana.
Mas não, o Marcos Vinícius é o Araruama, que veio do Olaria. Parece que ele não quer mais ser chamado de Araruama.
Se bem que... Elizeu, Araruama, Marcus Vinícios... pra mim, é tudo a mesma coisa.
O Botafogo tem jogado mais ou menos assim: entra com uma escalação prá lá de defensiva, mas voando para o ataque nos dez primeiros minutos; em seguida recua totalmente e deixa o adversário tocar e correr, garantindo-se nos três zagueiros, nos trezentos volantes e, principalmente, no melhor goleiro do Brasil; quando percebe que o adversário cansou coloca o Caio prá puxar velocidade e o time prá, finalmente jogar futebol e vencer os jogos. Contra os pequenos está dando certo, mas não espalhem, não estraguem a "surpresa" do Joel. Até porque parece que os técnicos dos clubes cariocas não "gostam" de observar os adversários.
Rsrsrs... Boa, Marcos, também acho que é tudo a mesma coisa. O que me intriga é que o presidente do BFR diga que não participa das negociações e tanto 'engole' um Loco Abreu ou um Arévalo como engole um Araruama ou um Somália. Será que o nosso estimado Presidnete não tem paladar e o gosto é sempre igual para ele?
Ah... Lembro-me desse Elizeu e desse jogo, sim... E o Marcos lembra-se do atacante (?) Vanderlei trazido pelo Geninho?!... Há cada coisa... E o Botafogo deixa...
Abraços Gloriosos!
Perfeito, Augusto! P-E-R-F-E-I-T-O!
Abraços Gloriosos!
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