quarta-feira, 11 de abril de 2012

Flecha Fulniô

por Wilson Freire

Sumaúma grande
Brotou curumim.
Ave miúda
Nasceu passarim.

Sangue fulniô,
Pegadas toré,
Um arco no corpo,
A flecha mané.

Fogo na galera
Delira aplaudir,
Um anjo torto
Barroco a sorrir.

Garrincha no nome,
Nas pernas garruchas,
No chute um morteiro,
Um canhão de buchas.

Um deus nos estádios
Abrindo as retrancas,
Um desengonçado
Que as redes balança.

Mandinga, catimba,
A lógica, a tática,
De nada valiam
Para as pernas mágicas.

Mais um gol de letra,
De placa, um golaço,
A bola o adora
E corre pro abraço.

Malasartes do jogo
Driblando zagueiros,
Um bobo pra corte,
Um herói brasileiro.

Sem maracanã,
Sem drible na área,
Na noite sem grito
Estrela solitária.

Partiu, foi morar
Na constelação,
Deixou pátria órfã,
Sem circo a nação.

O poema foi musicado e faz parte da opereta ‘O Marco do Meio-Dia’, de António Nóbrega.

4 comentários:

Thiago Hildebrandt disse...

Essa música também pode ser encontrada no álbum "Nove de FRevereiro", do mesmo Antônio Nóbrega, intitulada "Garrincha".

É a mesma música, porém em sua versão de frevo.

Saudações botafoguenses.

Ruy Moura disse...

Obrigado pela informação, Thiago.

Abraços Gloriosos!

Émerson disse...

Tenho grande admiração por Antônio Nóbrega, pernambucano orgulhoso de suas raízes.

Ruy Moura disse...

Também gosto, Émerson.

Abraços Gloriosos!

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