quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Voz de Júlio Gomes

A felicidade de Rafinha, brasileiro, foi emblemática ao final da vitória do Bayern sobre o Raja Casablanca. Rafinha comemorou como… um título do mundo. Os outros jogadores do Bayern estavam contentes. Nada mais. O contraste foi claro. (…)

Os clubes e torcedores europeus encaram o Mundial como uma Supercopa (…). O europeu (…) não prioriza, não pauta a temporada em função disso. Não ganha a Champions para disputar o Mundial. Apenas disputa o Mundial como uma consequência de ter feito o máximo na temporada anterior. (…)

Um abismo começou a ser formado nos anos 90 [entre a Europa e a América do Sul]. (…) Os três fatores grandes foram: o livre mercado europeu, a Lei Bosman e, claro, a eterna má gestão do futebol e dos clubes sul-americanos. Clubes europeus não são mais ricos do que os nossos por obra divina. Simplesmente trabalham melhor. (…)

A Uefa Champions League é a Copa do Mundo dos clubes, é o torneio que reúne todos os melhores jogadores de futebol do mundo, sul-americanos, asiáticos e africanos incluídos. Todos os que vivem o futebol sabem, não há margem para discussão aqui, que o título de melhor time do mundo é disputado na Champions League, não na Libertadores, na MLS, no Brasileirão ou no Mundial da Fifa. Assim como o campeão da NBA é o “campeão mundial'' de basquete, o campeão da World Series é o “campeão mundial'' do beisebol e por aí vai. Estou apenas relatando a mentalidade que eu conheci após cinco anos vivendo, viajando e trabalhando por toda a Europa. O respeito gigantesco que eles têm por nosso futebol deve-se aos feitos da seleção brasileira e ao talento individual de jogadores. Não pelo que fizeram ou fazem nosso clubes. (…)

O verdadeiro campeonato mundial tem nome: chama-se Uefa Champions League. É onde estão, inclusive, os 50 ou 100 melhores jogadores do Brasil. Estamos muito longe, mas podemos chegar lá. Podemos alçar os nossos clubes, o Brasileiro, a Libertadores. Podemos passar a estudar futebol, trazer metodologias, tratá-lo com visão menos individualista. Podemos fomentar o mercado interno do futebol, em vez de nos saciar com vitórias isoladas em Mundiais.”

Júlio Gomes, jornalista desportivo.

[Comentário do Mundo Botafogo: Aí está a confirmação, por um brasileiro simultaneamente clarividente e jornalisticamente corajoso, do que tenho dito e redito: o futebol brasileiro só tem prestígio mundial pela sua Seleção e os seus atletas, porque os clubes não têm nenhum peso no mundo; é necessário estudar futebol, aplicar novas metodologias, mentalizar-se que não são os craques aqui e ali que ganham os jogos, porque quem ganha os jogos no futebol moderno são, no seu conjunto, a diretoria com gestão profissional, a comissão técnica com estudo tático e novos métodos de trabalho e o time aplicado e concentrado em cumprir a estratégia e a tática definidas durante a semana de treinos, já que a individualidade técnica é apenas uma explosão inesperada, súbita e desequilibradora de uma partida no âmbito da dinâmica de jogo; a nossa diretoria está longíssimo de tal coisa e é o exemplo acabado de mais uma gestão sul-americana ruinosa sem previsão de mudança, enquanto as nossas comissões técnicas têm sido medíocres, sem estudo tático nem novos métodos de trabalho, e os nossos atletas andam não raras vezes à deriva em campo como um bando sem saber para onde ir.]

2 comentários:

hilario muylaert disse...

Botafogo comprometido (vendido até a alma) com Globo/CBF/STJD.

Acabo de ler nota de apoio à CBF?STJD em que um dos signatários é advogado do Botafogo.

O vide-geral do Botafogo Paulo Mendes é o imediato do Assumpção, e advogado da Globo, é réu em processos por sonegação fiscal da Globo junto à Receita Federal, e no exterior(em processo de finalização de acordo, ou já finalizado) .

Montenegro, parceiro há décadas do complexo Globo é uma espécie de "eminência parda" do Presidente Assumpção.

Vexame da cúpula botafoguense.

Ruy Moura disse...

Comentar o quê mais?...

Abraços Gloriosos!

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