“A felicidade de Rafinha,
brasileiro, foi emblemática ao final da vitória do Bayern sobre o Raja
Casablanca. Rafinha comemorou como… um título do mundo. Os outros jogadores do
Bayern estavam contentes. Nada mais. O contraste foi claro. (…)
Os
clubes e torcedores europeus encaram o Mundial como uma Supercopa (…). O
europeu (…) não prioriza, não pauta a temporada em função disso. Não ganha a
Champions para disputar o Mundial. Apenas disputa o Mundial como uma
consequência de ter feito o máximo na temporada anterior. (…)
Um
abismo começou a ser formado nos anos 90 [entre a Europa e a América do Sul].
(…) Os três fatores grandes foram: o livre mercado europeu, a Lei Bosman e,
claro, a eterna má gestão do futebol e dos clubes sul-americanos. Clubes
europeus não são mais ricos do que os nossos por obra divina. Simplesmente
trabalham melhor. (…)
A
Uefa Champions League é a Copa do Mundo dos clubes, é o torneio que reúne todos
os melhores jogadores de futebol do mundo, sul-americanos, asiáticos e
africanos incluídos. Todos os que vivem o futebol sabem, não há margem para
discussão aqui, que o título de melhor time do mundo é disputado na Champions
League, não na Libertadores, na MLS, no Brasileirão ou no Mundial da Fifa.
Assim como o campeão da NBA é o “campeão mundial'' de basquete, o campeão da
World Series é o “campeão mundial'' do beisebol e por aí vai. Estou apenas
relatando a mentalidade que eu conheci após cinco anos vivendo, viajando e
trabalhando por toda a Europa. O respeito gigantesco que eles têm por nosso
futebol deve-se aos feitos da seleção brasileira e ao talento individual de
jogadores. Não pelo que fizeram ou fazem nosso clubes. (…)
O
verdadeiro campeonato mundial tem nome: chama-se Uefa Champions League. É onde
estão, inclusive, os 50 ou 100 melhores jogadores do Brasil. Estamos muito
longe, mas podemos chegar lá. Podemos alçar os nossos clubes, o Brasileiro, a
Libertadores. Podemos passar a estudar futebol, trazer metodologias, tratá-lo
com visão menos individualista. Podemos fomentar o mercado interno do futebol,
em vez de nos saciar com vitórias isoladas em Mundiais.”
– Júlio Gomes,
jornalista desportivo.
[Comentário
do Mundo Botafogo: Aí está a confirmação, por um brasileiro simultaneamente
clarividente e jornalisticamente corajoso, do que tenho dito e redito: o
futebol brasileiro só tem prestígio mundial pela sua Seleção e os seus atletas,
porque os clubes não têm nenhum peso no mundo; é necessário estudar futebol,
aplicar novas metodologias, mentalizar-se que não são os craques aqui e ali que
ganham os jogos, porque quem ganha os jogos no futebol moderno são, no seu
conjunto, a diretoria com gestão profissional, a comissão técnica com estudo tático
e novos métodos de trabalho e o time aplicado e concentrado em cumprir a
estratégia e a tática definidas durante a semana de treinos, já que a
individualidade técnica é apenas uma explosão inesperada, súbita e
desequilibradora de uma partida no âmbito da dinâmica de jogo; a nossa
diretoria está longíssimo de tal coisa e é o exemplo acabado de mais uma gestão
sul-americana ruinosa sem previsão de mudança, enquanto as nossas comissões
técnicas têm sido medíocres, sem estudo tático nem novos métodos de trabalho, e
os nossos atletas andam não raras vezes à deriva em campo como um bando sem
saber para onde ir.]
2 comentários:
Botafogo comprometido (vendido até a alma) com Globo/CBF/STJD.
Acabo de ler nota de apoio à CBF?STJD em que um dos signatários é advogado do Botafogo.
O vide-geral do Botafogo Paulo Mendes é o imediato do Assumpção, e advogado da Globo, é réu em processos por sonegação fiscal da Globo junto à Receita Federal, e no exterior(em processo de finalização de acordo, ou já finalizado) .
Montenegro, parceiro há décadas do complexo Globo é uma espécie de "eminência parda" do Presidente Assumpção.
Vexame da cúpula botafoguense.
Comentar o quê mais?...
Abraços Gloriosos!
Enviar um comentário