sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Voz de Seedorf

Eu era feliz no Brasil, estava muito bem, era reconhecido pelo profissionalismo que muitos colegas não têm. No Botafogo, por exemplo, eu era aquele que enchia o saco dos outros. Costumava aconselhar os jogadores a fazer isso e aquilo, algumas vezes eles ouviam e as coisas aconteciam, outras vezes não davam bola.” – Clarence Seedorf, ex-futebolista do Botafogo.

Comentário do Mundo Botafogo: Estou incondicionalmente ao lado de Seedorf no que respeita a estas declarações, porque sempre manifestei que os atletas brasileiros atuando no Brasil não são verdadeiramente profissionais em toda a acepção da palavra, principalmente por virtude de comissões técnicas e diretorias também muito longe daquilo que é exigido atualmente ao futebol altamente competitivo, não dando o exemplo pelo rigor das suas próprias performances e das cobranças necessárias no que respeita ao desempenho do plantel.

PS: Considero incorreto que Seedorf faça assédio sobre atletas do Botafogo sabendo que disputamos a Taça Libertadores e que há centenas de outras hipóteses de o Milan efetuar as contratações que considera necessárias.

FLUtuações em prosa e iomagem (45)


FLAtulências (11)


Love is black and white

[Paulo Marcelo Sampaio é o autor destas crônicas, interpretando os protagonistas pelos quais assina; as crônicas publicadas no Mundo Botafogo são uma gentileza do autor.]

por Ivan Lessa*

Não me parecia inglesa. Britânica talvez, como a enciclopédia, mas inglesa não. Com quase 35 anos de Reino Unido, me especializei em ligar nacionalidades a rostos. Um tom de vermelho fechado dos cabelos e a moça poderia ser do País de Gales. Bochechas mais rosadas e o rosto provavelmente teria vindo da Escócia. Fiquei a fitá-la e ouvi seu sotaque. Como ela estava de costas, era a única maneira de descobrir o enigma que só interessava a mim mesmo. Mas não foi pela voz que matei a charada. Ela usava um escapulário de São Patrício, o padroeiro da Irlanda do Norte. A imagem do barbudo se movera para as costas brancas da jovem.

Como os times não tinham entrado em campo, resolvi ir ao banheiro. Meus frágeis pulmões pediam ar. E eu não queria incomodar ninguém com minha tosse. Ainda bem que o Maracanã estava vazio. Pra sair do seu assento em dia de casa cheia deve ser uma parada. É uma tal de licença pra cá, um por favor pra lá, desculpe se incomodo mais adiante. Quando voltei, pulmões já um pouco tranquilizados, finalmente vi o rosto da moça, lá pelos 21 anos. Tinhas muitas sardas, uma boca carnuda e um nariz fino. Seria facilmente musa de Sig, o ratinho que Jaguar e eu inventamos. Aquele não podia ver um rabo de saia, mas talvez não se interessasse por esse rosto anônimo. Porque gostava mesmo das musas da mídia.

Seu vestuário estava bem adequado para aquela tarde quente. Uma blusa de malha leve, com listras horizontais em preto e branco. Será que um dia o Botafogo vai usar uma camisa desse tipo? Tenho sabido que as camisas novas geram muita polêmica. Os tradicionalistas insistem que o clube deve usar só a camisa alvinegra. Outros criticam a camisa branca, porque embaixo dos suvacos há detalhes em dourado. Há ainda os que vociferam contra o dourado que cobre todo o peito na camisa preta. Quando saí do Brasil, em 1978, meu time usava, na maioria das vezes, o preto e branco. Acho muito pior aquelas propagandas horrorosas. Mas essa é outra história.

Voltemos à mocinha. Ela começou a estranhar a intensidade com que eu olhava pra ela. Barbudo como São Patrício, poderia ser seu avô, pensou a gringa. Tantos olhares tinham um motivo. A frase estampada na camisa: ‘Love is not black and white’. Em que planeta ela estava? Não tinha idéia de que estava na torcida de um time em preto e branco? Ah, as pessoas com menos de 25 anos não têm a menor ideia do que sejam os bons tempos. E nos meus tempos de Maracanã, ainda com arquibancadas de cimento, não só o Botafogo, mas a vida era em preto e branco, sem technicolor. E isso me trouxe uma certa melancolia. Melancolia e uma certa saudade. Saudade de não ter conhecido meu bisavó. Escritor e gramático, Júlio César Vaugham criou a bandeira do estado de São Paulo, Muito parecido com a nossa. E parecida com a sua camisa, gringuinha sardenta.

Desde que saí do Brasil, em 1978, só voltei uma vez, em 2006. Em casa de Maria Lucia Rangel reencontrei amigos que não via há muito tempo. É de Lucio, pai de Maria Lucia, uma grande frase. ‘Não gosto de futebol. Gosto é do Botafogo’. Eu também, mesmo morando no berço do futebol, não gosto muito do esporte. Gosto é do Botafogo, do Botafogo dos tempos remotos. Sou colecionador de reminiscências. Parei no início dos anos sessenta. Ali tinha Garrincha, tinha a nossa Enciclopédia Britannica, o grande Nilton Santos, o Didi. Também havia a batida do João Gilberto, a harmonia do Tom Jobim. O otimismo do Juscelino. Quando estava por aqui, um conhecido meu me mandava fotos – todas em P&B – da vida no Rio de Janeiro naquela época. Bondes, lotações, letreiros da Ducal, propagandas da Crush. Decavês, Gordinis e caminhões Fenemê circulando por ruas e estradas. Eram tempos bons. Ali três entre quatro políticos não sabiam que país era o Brasil. O outro pensava que era a Suécia. Por isso cansei. E fiquei em Londres até morrer.

O vizinho do lado, nervoso, me avisa. É o time reserva, é o time reserva, olhos esbugalhados. Do outro lado, não fosse o placar eletrônico, eu pensaria tratar-se da seleção da Comlurb. Se torcedores do Botafogo reclamam do uniforme, o que dizer dos rivais? Eles parecem não se importar. Há muitas camisas laranjas nas arquibancadas do lado de lá. Fico sabendo também que o elenco do Botafogo se divide em dois. Os titulares disputam a Libertadores. É um torneio importante, que o clube não disputa há 17 anos. Os reservas jogam o Estadual, explica. Há algo incompreensível nessa lógica, diz. No último jogo, continua o didático torcedor, os titulares apresentaram um futebol de reservas no empate contra o volta redonda.

Dizia lá em cima que sou das reminiscências. Dia desses, lá no céu, relembrava com minha mãe o dia em que ela conheceu o Heleno. Foi Di Cavalcanti que o apresentou à Elsie no Bar Bonfim. Eu, que nunca fui de paparicar celebridades, fiquei eufórico. Minha mãe, o Heleno falou com você? Segurou na sua mão? Ainda hoje tenho uma relação de fá com ídolo. Sempre que Heleno passa por mim fico quase sem fala. Voltemos ao jogo. Era mesmo o time de reservas? E esse Henrique? Meu vizinho explicava que ele era sempre um dos mais criticados do elenco. Até bem pouco tempo não conseguira fazer um mísero gol em um ano de clube. E hoje se tornara um carrasco. Nada como o amanhã. Meu tempo é curto. E o jogo acaba. Com direito a pênalti defendido. Tenho que subir. Passo pela irlandesa ruivinha, a la Sarah Ferguson, a duquesa de York. ‘I beg your pardon, my lady. Love is black and white’. E aponto para sua blusa. A gringa me dirige um sorriso de Monalisa. Posso subir feliz.

*Ivan Lessa é jornalista

Notas do editor:
1. O texto acima mistura realidade e ficção.
1. Obrigado, Maria Lucia, por ceder a foto que ilustra o post.
3. Graças a Alexandre Roldão, consegui colocar a marca d’água na foto.

Paulo Marcelo Sampaio

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Botafogo 1x1 Unión Española

Foto Efe

Vitória seria bom, empate aceitável e derrota mau. Portanto, um ponto é aceitável e garante a liderança, mas… não se compreende como este time, tecnicamente muito superior ao adversário e, em minha opinião, descansado por virtude de um plano bem traçado de alternância com o campeonato carioca, não conseguiu ganhar ao Unión.

Do Renan tivemos dois falhanços que nos valeram menos dois pontos, agora é Dória com duas falhas em dois gols adversários. Aliás, a torcida tem o Dória em grande consideração, mas eu penso que é um jogador mediano, com má saída de bola e em diversas ocasiões responsável por gols adversários.

Não obstante, não é desculpa para o empate, porque o time perdeu oportunidades e acabou sendo novamente Tanque Ferreyra a marcar um gol de oportunidade.

Curiosamente, eu tinha uma fezada na vitória contra o Fluminense (não por 3x0, evidentemente, mas por 1x0 ou 2x1), tal como publiquei em comentário no facebook, mas confesso que para este jogo pensei precisamente no 1x1. Porquê?... Porque este time ainda não me oferece confiança. Fez atuações pífias no campeonato carioca e deveria estar apto a vencer no Chile, mas continua muito oscilante. E Wallyson? Por onde anda? Será mais um fogacho tal como sucedeu a Hyuri após dois jogos brilhantes?

Foto Reuters

E poderei estar enganado, mas sou da mesma opinião do Duda no que respeita a faltar um verdadeiro ‘matador’, pelo menos até agora. E não creio que seja Zeballos o ‘matador’ necessário. Ou então esperemos que Tanque Ferreyra se afine e se destaque como goleador.

Em qualquer caso, senti uma certa frustração com o empate de hoje contra um adversário que certamente não terá muitas pretensões em passar a fase de grupos, e sobretudo porque após o gol adversário o Botafogo adiantou-se no terreno e pressionando mais obteve um gol que poderia ter conseguido bem mais cedo, podendo ter saído vencedor.

FICHA TÉCNICA
Botafogo 1x1 Unión Española
» Gols: Tanque Ferreyra, aos 85' (Botafogo); Chávez, aos 74' (Unión Española)
» Competição: Taça Libertadores da América
» Data: 26.02.2014
» Local: Santa Laura, em Santiago (Chile)
» Árbitro: Juan Soto (Venezuela); Auxiliares: Luis Sanchez (Venezuela) e Jairo Romero (Venezuela)
» Disciplina: cartão amarelo – Edilson, Ferreyra e Marcelo Mattos (Botafogo) Pavez (Unión Española)
» Botafogo: Jefferson; Edilson, Bolívar, Dória e Júlio César; Marcelo Mattos, Gabriel (Bolatti), Jorge Wagner (Henrique) e Lodeiro; Wallyson (Daniel) e Ferreyra. Técnico: Eduardo Húngaro.
» Unión Española: Sanchez; Miranda, Ampuero, Navarrete e Berardo; Pavez, Faravelli e Chávez; Jaime, Salom e Campos. Técnico: José Luis Sierra.

Voz de R. Gaúcho: not the best, but the beast

O Botafogo não veio para jogar futebol, mas para evitar uma goleada. […] O Botafogo veio pra se defender e achou o gol. Depois achou o segundo e o terceiro.” – e após ter dito isto à imprensa confessou que “com cinco, dez minutos de jogo falei pro meu preparador físico que tava feia a coisa” e ainda acrescentou que admitiu “ter tido pressentimento negativo sobre o clássico”. Comentar o quê? – Não é best, mas beast.

FLAtulências (09)


FLUtuações em prosa e imagem (43)


Megafone do esporte: Garrincha e o "olé"

30 anos depois do desaparecimento de Mané Garrincha, Deixa Falar: o megafone do esporte* saiu em edição extraordinária para lembrar o craque e uma de suas criações: o Olé, através de um texto clássico de João Saldanha à época (1958), técnico do lendário time do Botafogo. O texto, inédito, foi extraído do livro Os Subterrâneos do Futebol de João Saldanha, lançado em 1963 pela editora Tempo Brasileiro.
‘Olé’ nasceu no México, terra de touradas

por João Saldanha

O Estádio Universitário ficou à cunha. Cem mil pessoas comprimidas para assistir ao jogo. É muito alegre um jogo no México. É o país em que a torcida mais se parece com a do Rio de Janeiro. Barulhenta, participa de todos os lances da partida. Vários grupos de "mariaches" comparecem. Estes grupos, que formam o que há de mais típico da música mexicana, são constituídos de um ou dois "pistões" e clarins, dois ou três violões, harpa (parecida com a das guaranias), violinos e marimbas. As marimbas são completamente de madeira, mas não vão ao campo de futebol, sendo substituídas por instrumentos pequenos. O ponto alto dos "mariaches" é a turma do pistão, do clarim e o coro, naturalmente. No campo de futebol, os grupos amadores de "mariaches" que comparecem ficam mais ativos em dois momentos distintos: ou quando o jogo está muito bom e eles se entusiasmam, ou, inversamente, quando o jogo está chato e eles "atacam" músicas em tom gozador. No jogo em que vencemos ao Toluca, que estava no segundo caso, os "mariaches" salvaram o espetáculo.

O time do River era, realmente, uma máquina. Futebol bonito e um entendimento que só um time que joga junto há três anos pode ter. Modestamente, jogamos trancados. A prudência mandava que isto fosse feito. De fato, se "abríssemos", tomaríamos um baile.

Foi um jogo de rara beleza. E não foi por acaso. De um lado estavam Rossi, Labruña, Vairo, Menéndez, Zarate, Carrizo. De outro, estavam Didi, Nilton Santos, Garrincha etc. Jogo duro e jogo limpo. Não se tratava de camaradagem adquirida em quase um mês no mesmo hotel, mas sim da presença de grandes craques no gramado. A torcida exultava e os "mariaches" atacavam entusiasmados.

Estava muito difícil fazer gol. Poucas vezes vi um jogo disputado com tanta seriedade e respeito mútuos. Mas houve um espetáculo à parte. Mané Garrincha foi o comandante. Dirigiu os cem mil espectadores. Fazendo reagirem à medida de suas jogadas. Foi ali, naquele dia, que surgiu a gíria do "Olé", tão comumente utilizada posteriormente em nossos campos. Não porque o Botafogo tivesse dado "Olé" no River. Não. Foi um "Olé" pessoal. De Garrincha em Vairo.

Nunca assisti a coisa igual. Só a torcida mexicana com seu traquejo de touradas poderia, de forma tão sincronizada e perfeita, dar um "Olé" daquele tamanho. Toda vez que Mané parava na frente de Vairo, os espectadores mantinham-se no mais profundo silêncio. Quando Mané dava aquele seu famoso drible e deixava Vairo no chão, um coro de cem mil pessoas exclamava: "Ôôôôô"! O som do "olé" mexicano é diferente do nosso. O deles é o típico das touradas. Começa com um ô prolongado, em tom bem grave, parecendo um vento forte, em crescendo, e termina com a sílaba "lé" dita de forma rápida. Aqui é ao contrário: acentua-se mais o final "lé": "Olééé!" – sem separar, com nitidez, as sílabas em tom aberto.

Verdadeira festa. Num dos momentos em que Vairo estava parado em frente a Garrincha, um dos clarins dos "mariaches" atacou aquele trecho da Carmem que é tocado na abertura das touradas. Quase veio abaixo o Estádio Universitário.

Numa jogada de Garrincha, Quarentinha completou com o gol vazio e fez nosso gol. O River reagiu e também fez o dele. Didi ainda fez outro, de fora da área, numa jogada que viera de um córner, mas o juiz anulou porque Paulo Valentim estava junto à baliza. Embora a bola tivesse entrado do outro lado, o árbitro considerou a posição de Paulinho ilegal. De fato, Paulinho estava off-side. Havia um bolo de jogadores na área, mas o árbitro estava bem ali. E Paulinho poderia estar distraindo a atenção de Carrizo.

O jogo terminou empatado. Vairo não foi até o fim. Minella tirou-o do campo, bem perto de nós no banco vizinho. Vairo saiu rindo e exclamando: "No hay nada que hacer. Imposible" – e dirigindo-se ao suplente que entrava, gozou:

– Buena suerte muchacho. Pero antes, te aconsejo que escribas algo a tu mamá.
. 
O jogo terminou empatado e uma multidão invadiu o campo. O "Jarrito de Oro", que só seria entregue ao "melhor do campo" no dia seguinte, depois de uma votação no café Tupinambá, foi entregue ali mesmo a Garrincha. Os torcedores agarraram-no e deram uma volta olímpica carregando Mané nos ombros. Sob ensurdecedora ovação da torcida. No dia seguinte, os jornais acharam que tínhamos vencido o jogo, considerando o tal gol como válido. Mas só dedicaram a isto poucas linhas. O resto das reportagens e crônicas foi sobre Garrincha.

As agências telegráficas enviaram longas mensagens sobre o acontecimento e deram grande destaque ao "Olé". As notícias repercutiram bastante no Rio e a torcida carioca consagrou o "Olé". Foi assim que surgiu este tipo de gozação popular, tão discutido, mas que representa um sentimento da multidão.

Já tentaram acabar com o "Olé". Os árbitros de futebol, com sua inequívoca vocação para levar vaias, discutiram o assunto em congresso e resolveram adotar sanções. Mas como aplicá-las? Expulsando a torcida do estádio? Verificando o ridículo a que estavam expostos, deixam cada dia mais o assunto de lado. É melhor assim. É mais fácil derrubar um governo do que acabar com o "Olé".

Não poderia ter havido maior justiça a um jogador que a que foi feita pelos mexicanos a Mané Garrincha. Garrincha é o próprio "Olé".

Dentro e fora de campo, jamais vi alguém tão desconcertante, tão driblador. É impossível adivinhar-se o lado por onde Mané vai "sair" da enrascada. Foi a coisa mais justa do mundo que Garrincha tivesse sido o inspirador do "Olé".

Arte: Gonza

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

FORA O RACISMO, A XENOFOBIA E A HOMOFOBIA!


Deita! ...e rola!

FLAtulências (08): priminha perdoa priminho, tudo pelo ‘nosso mengão’

FLUtuações (42)


Felipe Nasr: um botafoguense na Fórmula 1


Luiz Felipe de Oliveira Nasr nasceu em Brasília no dia 21 de agosto de 1992, é piloto de automóveis e torcedor botafoguense.

Felipe Nasr conquistou diversos títulos regionais e nacionais em Kart entre 2000 e 2007, faturou a Fórmula BMW em 2009 e venceu a Fórmula 3 Inglesa em 2011.

Após ter corrido a GP2 Séries em 2013 e obtido o 4º lugar na geral, Felipe Nasr ingressou na Fórmula 1 em 2014, iniciando-se como piloto reserva de um Williams FW36.

Boa sorte, Felipe Nasr!

Um dia de 1950...

13.08.1950. Em pé: Oswaldo, Índio, Nilton Santos, Richard, Ávila e Rubinho; agachados: Braguinha, Souza, Ariosto, Zezinho e Jaime, segurando o Biriba.

 

Dia 8 de Outubro de 1950. Botafogo x Vasco da Gama pelo Campeonato Carioca. O Botafogo tivera um profundo desaire de 5x0 contra o Olaria e depois perdera por 1x0 com o fraquíssimo Canto do Rio.

 

As piadas dos adversários, e até dos botafoguenses ‘inimigos’ da Administração, não pararam de surgir. Porém, o Botafogo ressurgiu contra o Bonsucesso, vencendo dificilmente por 2x1, e todos esperavam nova baqueada frente ao poderoso time do Vasco da Gama no dia 8 de outubro.

 

Porém, os seis vice-campeões do mundo e mais os restantes companheiros, abateram o Vasco da Gama por 1x0, gol de Zezinho. Ficaram todos de cara à banda, e a ‘Folha Carioca’ escreveu assim:

 

“Ontem, perante um público de quasi 40 mil pessoas, Basso exibiu tôdas as suas qualidades. E são bastantes. São imensas. Quasi tão perfeitas quanto as de Santos, seu notável companheiro. Plantado dentro da área, na vigilância a Ipojucan, o zagueiro portenho atuou sem falhas. […] Basso provou que vale o dinheiro que o Botafogo está lhe pagando. Tem grande classe. E acreditem, por mais estranho que pareça, a grande chave do Botafogo foi o Néca. Sim, o veterano, o veteraníssimo.”

 

A imprensa em geral vergou-se, uma vez mais, à raça botafoguense.

 

O Botafogo alinhou com Oswaldo, Basso e Santos; Rubinho, Ávila e Juvenal; Zézinho, Néca, Ariosto, César e Braguinha.


Pesquisa de Rui Moura (blogue Mundo Botafogo); fonte: Alceu Mendes de Oliveira Castro: O Futebol no Botafogo (1904-1950), Rio de Janeiro, 1951.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Voz de Zatonio Lahud Neto

Segundo time do Botafogo, um time de primeira, goleia primeiro time do Flu, um time de segunda…” – Zatonio Lahud Neto, o ‘Barão de General Severiano’.

Voz de Nathalie Fidelis: poesia na hora

O Fred tá bichado... / O Walter tá gordo... / Enquanto você lia isso... / Mais um Gol do Botafogo! - Reprodução Facebook

FLAtulências (07): 1º lugar masculino Fantasia Carnaval 2014

Reprodução Internet

FLUtuações (41)

Reprodução Internet (41)

Helton Leite: consagrado em dois jogos


Futirinhas

Reprodução Facebook

Charge de Mário Alberto

Reprodução Internet

Henrique e Helton Leite: de fio a pavio

Reprodução Internet

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Oooooooooooooooolé!!!

 
Reprodução Internet



Lancenet

 O Dia

Jornal do Brasil

UOL Esportes


Globoesporte

Botafogo 3x0 Fluminense

Foto de Satiro Sodré

Antes do jogo

A imbecilidade do sujeito que profetizou que ficaríamos em 10º lugar no Brasileirão 2013 e que seríamos goleados em Quito:

"Escalando um time de reservas (quase todos muito ruins) ou mesmo se evoluir para uma formação mista que será sempre fria, o Botafogo de Eduardo Hungaro já liquidou com as boas expectativas de emoção e equilíbrio do Clássico. […] A incompetência inacreditável da diretoria alvinegra sepultou o Carioca e aumentou o tempo sem atividade de profissionais que ganham acima de R$ 100 mil mensais, achando que assim vai conquistar a Libertadores. O Fluminense é franco favorito e, se pegar os reservas do rival, pode sapecar uma goleada. Jogo bom para que Conca e Fred brilhem e para que Walter, na fase final, deixe a sua marca. Jogo de uma torcida só e provavelmente de um time só". – Coluna do Márcio Guedes - O Dia Online.

A minha troca de opiniões com o Aurelio Moraes hoje de manhã:




Durante e após o jogo:

Não assisti ao joga na TV, mas ouvi na rádio com profusos comentários do flamenguista Edson Mauro. Durante toda a 1ª parte e o intervalo, o comentador gizou uma série de estratégias para o Fluminense empatar. Gol do Botafogo não foi um gol espetacular de Henrique, não. Foi um fiasco da defesa. O comentador referiu isso várias vezes.

Ao intervalo montou diversas estratégias, com indicação de substituições e de estratégias, porque o Botafogo não iria segurar a pressão do 2º tempo. Realmente os comentadores desportivos do futebol brasileiro ficam perto do nojo, ou até mesmo…

Que o Conca ainda ia acertar um gol na cobrança de falta. Que o Airton estava à beira do vermelho, que depois o Gabriel esteve à beira do vermelho e só depois dos dois gols no lapso de dois minutos, é que os comentários mudaram por obra e graça da idiotice do comentador.

Então, o Fluminense passou a não jogar nada e o Botafogo jogava “na perfeição, irrepreensível”. Depois da defesa da grande penalidade pelo nosso goleiro, que embora jovem soube catimbar e desorientar o ‘malandro’ do fred, que acabou com um ‘mané’ nas mãos de Helton, então o comentarista disse que era “um goleirão” e que podia “representar esse time maravilhoso do dia de hoje”.

Ah… claro, para ele foi penalty do Dankler, quando na verdade, pelos resumos que já vi, ele tentou tirar o braço, mas a bola bateu-lhe assim mesmo e o juiz fez um bonito com o Fluminense. Na verdade, ele abriu a consagração do Helton Leite como reserva do Jefferson. Finalmente o jovem Renan, que não cresce nada há vários anos, passou a 3º goleiro – já não era sem tempo. Não fui favorável à contratação do Helton em lugar da dispensa de dois goleiros que tínhamos, mas dou a mão à palmatória e parece que foi uma boa aquisição.

Apesar de se dizer que o ‘astro’ Fred perdeu o penalty, eu acho que foi mesmo o brilhante Helton que o defendeu com classe!

E foi assim que o nosso time passou de time defensivo e à mercê de uma possível virada do Fluminense para um “time perfeito, irrepreensível”, sendo “difícil escolher um jogador, porque todos jogaram maravilhosamente bem.” Para o comentador, o Botafogo jogou “solidariamente do primeiro ao último minuto”. Ah… sim? Do 1º ao último? Quem o ouviu durante todo o jogo não acreditaria nos seus súbitos comentários.

Acabou dizendo que o Fluminense dececionou “os milhões de torcedores espalhados no mundo todo”. No mundo todo?!?!?! Nunca ouvi falar do Fluminense em nenhum país do mundo. Em Portugal sabe-se quem é o Botafogo, o Santos, o Flamengo, até o Corinthians e o Vasco da Gama, mas Fluminense é coisa da qual nunca ouvi falar… Em países estrangeiros só ouvi mesmo falar do Santos, do Botafogo e do Flamengo…
. 
Ah… e para terminar, o “título do campeonato carioca pode ter sido decidido a favor do Flamengo neste jogo”. Ué, como?!?!?! Não há semifinais e final?

Confesso que toda esta gente me cansa pela sua baixeza intelectual, e só mesmo o meu amor ao Botafogo me mantém neste posto de sentinela a favor do Glorioso.

Estou-me “nas tintas” para o campeonato carioca, mas hoje eu torci muito pelo nosso clube. Torço sempre, obviamente, mas especialmente hoje torci muito por eles. Não são tecnicamente bons, mas mereciam esta vitória estrondosa.

Este jogo foi uma vez mais a comprovação que não há vencedores antecipados, e que o time principal do Botafogo desmotivado e desconcentrado é capaz de fazer melhor com aplicação e solidariedade.

FICHA TÉCNICA
Botafogo 3x0 Fluminense
» Gols: Henrique 32' e 65’ e Bolatti 67'
» Competição: Campeonato carioca
» Local: Estádio do Maracanã, em Rio de Janeiro (RJ)
» Data: 23.02.2014
» Árbitro: João Batista de Arruda (RJ); Auxiliares: Silbert Faria Sisquim (RJ) e Eduardo de Souza Couto (RJ)
» Público e Renda: 13.298 pagantes e 16.504 espectadores
» Renda: R$ 478.320
» Disciplina: cartão amarelo – Aírton, Júnior César, Gabriel (Botafogo); Diego Cavalieri, Valencia (Fluminense)
» Botafogo: Helton Leite; Lucas (Lodeiro), Dankler, Andre Bahia e Junior Cesar; Aírton (Gabriel), Bolatti e Renato; Gegê (Jorge Wagner) e Daniel; Henrique. Técnico: Eduardo Húngaro.
» Fluminense: Diego Cavalieri; Bruno, Gum, Elivélton e Carlinhos (Chiquinho); Valencia (Wágner), Diguinho, Jean e Conca; Rafael Sobis (Walter) e Fred. Técnico: Renato Gaúcho.

Sporting 2x1 Rio Ave

Na semana passada, Carlos Mané, o novo ‘talismã’ saído do banco de reservas, resolveu o assunto na 2ª parte. Agora foi novamente Carlos Mané e Slimani que saltaram do banco para dar os gols da vitória numa virada muito suada contra um time muito equilibrado. A 1ª parte do Sporting foi de adormecer, mas a 2ª fez jus à vitória.

Aliás, a maioria dos gols do Sporting são assinalados na 2ª parte, após as substituições feitas pelo seu excelente treinador. Se Jardim continuar no Sporting (já está a ser desejado por outros clubes) a sustentabilidade do time vai chegando paulatinamente. Como o sonho dele sempre foi treinar o Sporting, seu clube de coração, e como está blindado com uma cláusula de rescisão no valor de 15 milhões de euros, é provável que não saia de Alvalade tão cedo.

Segue a ficha técnica e o reconhecimento jornalístico de que Jardim avança sempre com um plano B adaptado ao jogo do adversário na 2ª parte e consegue ganhar. Os únicos jogos que perdeu foi contra o Porto e o Benfica, cujos plantéis são muito superiores ao dos Leões que, entretanto, não perdem para mais ninguém.

Jornal A Bola, na semana passada


Jornal A Bola, esta semana

Jornal Record, esta semana

FICHA TÉCNICA
Sporting 2x1 Rio Ave
» Gols: Slimani, aos 70’ e Carlos Mané, aos 85’ (Sporting); Maurício, aos 51’ (contra) (Rio Ave)
» Competição: Campeonato Português
» Data: 22.02.2014
» Local: Estádio dos Arcos, em Braga
» Público: 4.995 espectadores
» Arbitragem: Jorge Ferreira (Braga)
» Disciplina: cartão amarelo – Montero, Adrien, Jefferson, Carlos Mané, Slimani (Sporting); Marcelo, Tarantini (Rio Ave)
» Sporting: Rui Patrício; Cédric, Maurício, Eric Dier e Jefferson; William Carvalho (Slimani), Adrien e André Martins (Carlos Mané); Wilson Eduardo, Heldon (Carrillo) e Montero. Técnico. Leonardo Jardim.
» Rio Ave: Éderson; Nuno Lopes, Marcelo, Rodríguez e Edimar; Tarantini, Felipe Augusto, Pedro Santos (Renato Santos), Diego Lopes (Roderick) e Braga; Hassan (Joeano).Técnico: Nuno Espírito Santo.

Tatuagens (39)


Série: qualidade de vida... (09)


FLAtulências (06)


Fragmentos ‘futebol do botafogo 1951-60’: no tempo dos jogadores/torcedores [13]

“Na saída do estádio, no carro de Nelson Cintra, Marinho respondeu a Sandro Moreyra:

- Sou Botafogo. É o meu club desde garoto e não pensei em mudar. O Flamengo, a quem quero bem, é o segundo. Estou lá satisfeito. Gosto do club, torço pelo seu êxito e, desde que jogue, dou todo o meu esforço pela vitória rubro-negra. Mas repito – e não vejo nenhum mal nisso – continuo sendo alvinegro.

A coluna foi publicada na terça-feira. O mundo então veio abaixo. Dezenas de cartas (e centenas de telefonemas) chegaram ao Flamengo, levando a indignação dos rubro-negros e exigindo uma punição ou um desmentido. Marinho não recuou.”

[O livro pode ser adquirido nas melhores livrarias do Rio de Janeiro e a partir do sítio www.ofuteboldobotafogo.com]

Excerto autorizado pelo autor. In: VILARINHO, C. F. (2013). O Futebol do Botafogo 1951-60. Rio de Janeiro: Edição do Autor, pp. 109.

Botafogo campeão estadual de futebol sub-17 (com fichas técnicas)

Fonte: X – Botafogo F. R. por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo O Botafogo conquistou brilhantemente o Campeonato Estadual de Futebol...