por SÉRGIO SAMPAIO, ‘umpoetinha’
escrito para o blogue Mundo Botafogo
Extensa sombra de luz, iluminaste bem
Rotas esconsas da independência americana
No fim do século passado, o do romantismo...
E deixaste em Cuba os louros da vitória sem
Sequer hesitar, indo pra Bolívia, com gana,
Tocha acesa, recomeço, em gesto que é – cismo –
O mais-que-perfeito de toda aventura humana!
Cravada bem no coração da América jaz
Histórica, bela frase tua: é preciso
Endurecer-se, perder a ternura, jamais!
Gravado em milhões de paredes, um pôster teu,
Um grito mudo em prol da liberdade, um aviso
Estimulante a todos os corações e mentes...
Voz da direita dizia que eras "gauche", ateu,
Até que falou mais alto através do fuzil...
Raros, uns tal eras seriam um bem pro meu
Ajoelhado e vilipendiado Brasil!
Sérgio Sampaio, um poetinha por
encomenda
das emoções sentidas...
O Mundo
Botafogo realça, independentemente das críticas a um regime de partido único em
Cuba durante quase seis décadas – que sucedeu provavelmente ao regime ocidental
(cubano) mais corrupto da época cujo presidente vendeu ao estrangeiro cada
metro quadrado do seu país –, a importância crucial da Revolução Cubana que
mostrou aos povos oprimidos que era possível tomar o poder pela guerrilha. Foi
essa Revolução que convenceu e deu esperança aos movimentos libertadores
africanos na vitória sobre o jugo colonialista dos países europeus, num tempo
em que o colonialismo já não fazia sentido histórico. E Che Guevara, médico e
ministro, foi a figura máxima dos ideais do ‘homem novo’ que fascinava a
juventude, abandonando todos os seus privilégios como médico, ministro e herói
nacional para se dedicar à guerrilha em defesa dos povos sul-americanos oprimidos.
Queira-se ou não se queira, quando Cuba fecha uma página da sua história e precisa
refrescar o seu horizonte, Che Guevara, o ídolo político mais venerado em todo
o mundo durante décadas, jamais morrerá.
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